Modalização: aprenda de uma vez - exercícios - com gabarito
Os enunciados expressam sentimentos e pensamentos do locutor, mostrando suas intenções e determinando reações no interlocutor. Os modalizadores podem ser:
- EPISTÊMICOS: revelam o grau de conhecimento do sujeito em relação ao enunciado (certeza, probabilidade etc.). Correspondem os eixos do SABER e do CRER.
- DEÔNTICOS: Referem-se ao eixo da conduta, a linguagem das normas: obrigatório, proibido, ordenado, permitido, facultativo.
Fazem parte os modalizadores apreciativos: é agradável, é bom, é delicioso, é ruim, aprecio, censuro, detesto... Alguns recursos linguísticos para a expressão da modalização: advérbios: talvez, infelizmente...; predicados cristalizados: é certo, é preciso...; performativos explícitos: eu ordeno...; verbos auxiliares: poder, dever...; verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei...
Os modos e os tempos verbais também são recursos para a modalização. Eles exprimem a atitude do falante em relação ao enunciado:
- INDICATIVO: representa algo real, de certeza. Situa o processo em uma época: passado, presente, futuro.
Por exemplo: O ônibus passará às 7h.
- SUBJUNTIVO: representa algo possível, provável, de incerteza, sem marcação de tempo.
Por exemplo: Espero que ela entregue o trabalho.
- IMPERATIVO: tem valor diretivo, sem marcação de tempo, restrito a pessoas.
Exemplo: Venha logo!
- INFINITIVO: sem marcação de tempo, pessoa e número. Dar ao enunciado estatuto de verdade. Exemplo: Encontrar o livro é importante.
Alguns tempos verbais tem empregos modais:
- Futuro do presente: efeito de dúvida, probabilidade.
Exemplo: Joana não chegou. Terá esquecido a reunião?
- Futuro do pretérito: efeito de hipóteses.
Exemplo: Eu teria participado da reunião se fosse avisada.
Observação: O imperfeito do indicativo também pode ter valor de probabilidade.
Exercícios.
1. Leia as manchetes de jornais.
Brasil gastará mais R$21,3 bi para erradicar a pobreza
Brasil terá de gastar mais R$21,3 bi para erradicar a pobreza
"Segundo a gramática Houaiss da Língua Portuguesa: "A modalização diz respeito à expressão das intenções e pontos de vista do enunciador. É por intermédio da modalização que o enunciador inscreve no enunciado seus julgamentos e opiniões sobre o conteúdo do que diz/escreve, fornecendo ao interlocutor pistas ou instruções de reconhecimento do efeito de sentido que pretende produzir."
Nesse sentido, diga qual é modalização usadas em:
a) É possível que chova no Carnaval. (Suposição)
b) É necessário que chova no Carnaval. (Necessidade)
c) Vai chover no Carnaval. (Certeza)"
"Chove em grande parte do Brasil
As chuvas se espalham pelo país, atingindo faixa que vai de SC até AM. As pancadas são isoladas no Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há risco de temporais, sobretudo no sul de MG e RJ."
Resposta: os verbos chove e são, colocados no presente do indicativo, dão a ideia de certeza. Já a expressão há risco de temporais indica uma atenuação, mostrando que existe uma possibilidade que pode ou não se concretizar. Proponha que a turma reescreva o boletim de modo que o caráter assertivo seja substituído pela possibilidade ou probabilidade.
3. Reescreva o boletim de modo que o caráter assertivo seja substituído pela possibilidade ou probabilidade.
Uma opção de resposta é:
Pode chover em grande parte do Brasil
As chuvas podem se espalhar pelo país, atingindo faixa que vai de SC até AM. As pancadas podem ser isoladas no Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há risco de temporais, sobretudo no sul de MG e RJ.
4. Faça o mesmo utilizando a previsão astrológica abaixo.
"Áries (21 de mar. a 20 de abr.).
Lua em Gêmeos favorece estudos, comunicação e contatos sociais em geral. Sol em Sagitário traz quatro semanas ótimas, para você desenvolver melhor sua espiritualidade, explorar com mais afinco novas maneiras de viver."
Folha de S. Paulo, 22 de nov de 2010, Caderno Ilustrada, E11
Uma opção de resposta é:
Áries (21 de mar. a 20 de abr.).
Lua em Gêmeos pode favorecer estudos, comunicação e contatos sociais em geral. Sol em Sagitário indica a possibilidade de quatro semanas ótimas para você desenvolver melhor sua espiritualidade, explorar com mais afinco novas maneiras de viver.
Áries (21 de mar. a 20 de abr.).
Lua em Gêmeos pode favorecer estudos, comunicação e contatos sociais em geral. Sol em Sagitário indica a possibilidade de quatro semanas ótimas para você desenvolver melhor sua espiritualidade, explorar com mais afinco novas maneiras de viver.
5. Leia.
INFELIZMENTE, em menos de um mês tenho que voltar ao tema da violência gratuita, face aos incidentes que aconteceram em plena avenida Paulista, quando um grupo de quatro menores e um garoto de 19, todos de classe média e teoricamente "educados", agrediram outros jovens.
A coluna está sendo escrita um dia após os agressores terem sido liberados pelas autoridades responsáveis. Há indícios (segundo a própria polícia) de que a motivação para alguns dos ataques no dia 14 tenha sido a homofobia.
A defesa alega que não houve homofobia, mas uma simples briga de jovens, talvez motivada por um suposto flerte de um dos garotos que foi agredido. Os agredidos e outras testemunhas negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo.
Vamos supor que houve uma briga que nasceu de uma cantada. Desde quando a forma de se reagir a qualquer tipo de cantada, vindo ela de homens ou de mulheres, é uma agressão brutal? Cinco garotos atacando um jovem sozinho é uma simples briga? Na melhor das hipóteses, é pura covardia. Na pior, é um ato preconceituoso e bárbaro.
Não dá para admitir tal comportamento como sendo natural, um rito de passagem, agressividade normal de meninos, necessidade de afirmação frente ao grupo e falta de limites colocados pelos pais, entre outras alegações. É uma selvageria inadmissível e, para isso, existe lei, julgamento e eventuais responsabilizações.
Tendo a achar que a melhor maneira de aprender é trabalhar aquilo que é sensível. Assim, que tal colocar alguém que não sabe lidar com sua própria agressividade em um trabalho comunitário com vítimas de violência contra a mulher, de preconceito e de homofobia? Talvez, no contato com aquilo que incomoda, a gente cresça e aprenda a ser um adulto melhor.
a) O que achou do texto e o que pensam sobre a violência juvenil?
b) Releia o texto observando assinalando as modalizações.
c) No primeiro parágrafo, marque as palavras infelizmente, gratuita e teoricamente. O que elas expressam?
d) No terceiro parágrafo, encontram-se simples, talvez e suposto. O que as palavras expressam?
Essas palavras são utilizadas pela defesa dos jovens agressores, visando diminuir a gravidade do fato. A suposição elaborada pelos advogados atrela-se a palavras indicativas de hipóteses - talvez e suposto. A ela se contrapõe as afirmações dos agredidos e das testemunhas que aparecem no mesmo parágrafo. Eles negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo.
e) No quarto parágrafo, o autor do texto parte da suposição lançada pela defesa dos agressores e a problematiza. Isso se dá por meio de duas questões em que o juízo do enunciador é reforçado por meio dos adjetivos. Quais são eles? agressão brutal, simples briga. pura covardia, ato preconceituoso e bárbaro.
f) No quinto parágrafo, palavra inadmissível poderia ser tirada do texto sem prejuízo à mensagem?
g) No último parágrafo, o enunciador mostra uma possível via de punição. Ele, entretanto, atenua o caráter de verdade de sua proposta ao usar as expressões como: Talvez, aprenda a ser um adulto melhor.
h) Redijam um parágrafo comentando o texto de Jairo Bouer. Utilizem expressões modalizadoras: é certo que, felizmente, infelizmente, inadmissível, provavelmente e talvez.
5. Leia.
Outra possibilidade proposta, muito semelhante à explicação onomatopaica, foi a de identificar o germe da linguagem nas interjeições. Os primeiros sons produzidos pelos homens teriam sido exclamações de dor, alegria, desespero, espanto, surpresa, o que também não explica como se passou do estágio dos gritos expressando emoções à linguagem articulada de frases como eu estou com dor, eu estou feliz, eu estou desesperado etc.
Brutalidade não pode ser reação à cantada
Jairo BouerINFELIZMENTE, em menos de um mês tenho que voltar ao tema da violência gratuita, face aos incidentes que aconteceram em plena avenida Paulista, quando um grupo de quatro menores e um garoto de 19, todos de classe média e teoricamente "educados", agrediram outros jovens.
A coluna está sendo escrita um dia após os agressores terem sido liberados pelas autoridades responsáveis. Há indícios (segundo a própria polícia) de que a motivação para alguns dos ataques no dia 14 tenha sido a homofobia.
A defesa alega que não houve homofobia, mas uma simples briga de jovens, talvez motivada por um suposto flerte de um dos garotos que foi agredido. Os agredidos e outras testemunhas negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo.
Vamos supor que houve uma briga que nasceu de uma cantada. Desde quando a forma de se reagir a qualquer tipo de cantada, vindo ela de homens ou de mulheres, é uma agressão brutal? Cinco garotos atacando um jovem sozinho é uma simples briga? Na melhor das hipóteses, é pura covardia. Na pior, é um ato preconceituoso e bárbaro.
Não dá para admitir tal comportamento como sendo natural, um rito de passagem, agressividade normal de meninos, necessidade de afirmação frente ao grupo e falta de limites colocados pelos pais, entre outras alegações. É uma selvageria inadmissível e, para isso, existe lei, julgamento e eventuais responsabilizações.
Tendo a achar que a melhor maneira de aprender é trabalhar aquilo que é sensível. Assim, que tal colocar alguém que não sabe lidar com sua própria agressividade em um trabalho comunitário com vítimas de violência contra a mulher, de preconceito e de homofobia? Talvez, no contato com aquilo que incomoda, a gente cresça e aprenda a ser um adulto melhor.
Fonte: folha de São Paulo.
a) O que achou do texto e o que pensam sobre a violência juvenil?
b) Releia o texto observando assinalando as modalizações.
c) No primeiro parágrafo, marque as palavras infelizmente, gratuita e teoricamente. O que elas expressam?
d) No terceiro parágrafo, encontram-se simples, talvez e suposto. O que as palavras expressam?
Essas palavras são utilizadas pela defesa dos jovens agressores, visando diminuir a gravidade do fato. A suposição elaborada pelos advogados atrela-se a palavras indicativas de hipóteses - talvez e suposto. A ela se contrapõe as afirmações dos agredidos e das testemunhas que aparecem no mesmo parágrafo. Eles negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo.
e) No quarto parágrafo, o autor do texto parte da suposição lançada pela defesa dos agressores e a problematiza. Isso se dá por meio de duas questões em que o juízo do enunciador é reforçado por meio dos adjetivos. Quais são eles? agressão brutal, simples briga. pura covardia, ato preconceituoso e bárbaro.
f) No quinto parágrafo, palavra inadmissível poderia ser tirada do texto sem prejuízo à mensagem?
g) No último parágrafo, o enunciador mostra uma possível via de punição. Ele, entretanto, atenua o caráter de verdade de sua proposta ao usar as expressões como: Talvez, aprenda a ser um adulto melhor.
h) Redijam um parágrafo comentando o texto de Jairo Bouer. Utilizem expressões modalizadoras: é certo que, felizmente, infelizmente, inadmissível, provavelmente e talvez.
5. Leia.
Origens da Linguagem
A questão da origem da linguagem ou, em outros termos, da evolução do comportamento comunicativo do humano é altamente controvertida, dada a inexistência de provas e testemunhas factuais, diferentemente da evolução da espécie humana, para qual existem evidências concretas. Isso tornou o tema sujeito às mais inusitadas divagações e propostas fantasiosas. Uma das primeiras teorias sobre a origem da linguagem humana é que as palavras surgiram da tentativa de imitar os sons produzidos pelos animais, como quá-quá, bem-te-vi, cuco, e os sons da natureza circundante, como o farfalhar das folhas, o correr das águas, o barulho do vento e da chuva, por meio de sons sibilantes ou chiantes, como s, z, ch, de nasais murmurantes, como m e de líquidas como l e r. A imitação tornava-se a palavra que designava o objeto. Essa teoria, conhecida como teoria onomatopaica, evoca a seu favor a existência de onomatopeias em todas as línguas. Além disso, é comum a mãe, ao mostrar o filho pequeno um livro com animais, dizer-lhe: olha o au-au, olha o miau, olha o cocoricó, olha o muu, nomes que muitas vezes a criança usa para se referir ao cachorro, gato, galo e vaca. No entanto o elo perdido está em saber como de au-au passa a ser cachorro, de miau a gato, de muu a vaca.Outra possibilidade proposta, muito semelhante à explicação onomatopaica, foi a de identificar o germe da linguagem nas interjeições. Os primeiros sons produzidos pelos homens teriam sido exclamações de dor, alegria, desespero, espanto, surpresa, o que também não explica como se passou do estágio dos gritos expressando emoções à linguagem articulada de frases como eu estou com dor, eu estou feliz, eu estou desesperado etc.
FRANCHETTO, B. e LEITE, Y. Origens da Linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, pp11-12.
b) Produza um texto resumindo e comentando o trecho lido. Use duas expressões modalizadoras diferentes das utilizadas pelas autoras.
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