Prometeu e o fogo sagrado - resumo

Prometeu sempre teve um pendor pelas artes plásticas. Seu pai era o velho Jápeto, dos Titãs. O homem é tão velho que emparelhava em idade com Saturno, pai de Júpiter. Ninguém sabia direito como e de onde ele surgiu. O velho sempre nutriu uma admiração secreta por seu habilidoso filho. Ásia era a esposa de Jápeto. Ela escutava pacientemente os prognósticos do marido e não deixava de concordar. Não raras vezes flagrou o menino metido no barro, modelando com habilidade das mais diversas formas.

Prometeu cresceu e atingiu a fase adulta. Nessa fase ele já tinha um atelier montado. Era respeitado em toda a corte Celestial como Notável artífice. Um dia chegou um mensageiro todo poderoso a sua porta dizendo que Júpiter decidiu criar um novo ser sobre a terra. O ser deveria ser tão importante a ponto de se assemelhar em Tudo aos próprios Deuses. Prometeu que saber de si mesmo se seria um Deus de segunda categoria. Não era o costume dos jovem opinar sobre as tarefas que recebia; ele apenas procurava cumpri-las. Assim, aceitou imediatamente a incumbência. No mesmo dia começou a produzir o ser. Ele trancou a porta do ateliê pois não queria ser importunado, uma vez que a criação estava destinada a ser a sua obra-prima. Depois de trabalhar por vários dias, deu enfim por concluída a tarefa. Empinou a imagem do novo ser  e batizou de "homem". A paz logo quis levar a imagem para Minerva, a deusa da sabedoria, para que ela insuflasse a alma. No entanto, prometeu esbarrou a imagem em uma porta, deixando cair a peça Ao Chão. Abalado com Desastre, o jovem retirou o lençol que envolveu trabalho e viu que sua criatura perder a uma e suas maravilhosas as pernas. Para prometeu Isso foi um desastre lamentável. No entanto, o prazo de entrega da obra havia expirado há vários dias. A perna do meio havia sido Perdida para sempre, ficando em seu lugar apenas uma pequena saliência, que o Deus por descuido havia esquecido. Mesmo assim, orgulhoso do trabalho, foi entrega-lo. Todos os deuses aplaudiram a criação de prometeu os elogios eram como uma chuva benfazeja. Por isso por meteu tomou mais amor pelas obras de suas mãos. Ele decidiu fazer daquela criatura um ser privilegiado. Foi até o céus e roubou do carro de sol uma pequena chama. Disse a Minerva que com o domínio do Fogo o homem seria superior a todas as demais criaturas.

Os descendentes desse primeiro homem logo entraram em desavença com o pai supremo, Júpiter. Este ficou encolerizado e decidiu puni-los retirando deles o fogo que lhe davam calor necessário a seus corpos desprovido de penas. Desta forma, os homens ficaram privados do elemento fundamental para que pudessem continuar a fabricar suas armas e ferramentas. As forjas silenciaram em todo o mundo. Durante muito tempo as bigornas e os martelos estiveram comentando a mente pacificados. Quando a noite descia sobre a terra, as pessoas corriam para se envolver em em suas peles, buscando o abrigo das suas cavernas geladas e escuras. Sem o fogo para cozinhar os alimentos, tiveram também os homens de retroceder ao hábito de comer alimentos crus. Prometeu, vendo que o ser que saíra de suas mãos padecia de incríveis sofrimento sem indagar da causa que o levaram a este lamentável o estado, decidiu roubar outra vez o Celso uma fagulha do divino elemento. Minerva alertou o rapaz para tomar cuidado, antes de afrontar duas vezes a ira divina. No entanto, prometeu estava surdo aos avisos da deusa e preferiu ocorreu isso. Aproveitou o escuro da noite, enrolou-se em um manto e subiu aos céus, até onde o sol repousava de sua longa viagem. ele puxou das vestes um tição apagado e o acendeu nas costas do Astro que dormir o sono solto. Depois, tapou com  a mão a minúscula chama e voltou a terra. Antes que o dia amanhecer se usa vezes, uma imensa fogueira arte no centro da Terra. Júpiter, ao saber do fato, iro outra vez. Xingou Prometeu de intrometido, Pois havia saído outra vez em defesa de seus protegidos. Mas desta vez ação de prometeu não ficaria sem resposta. No mesmo dia, Júpiter ordenou ou aprisionamento de prometeu no Rochedo do Cáucaso. Pediu que ele estivesse sempre preso aquela pedra. Ordenou ainda que soltasse sobre a região um terrível abutre, que teria a função de devorar incansavelmente o fígado de prometeu. Assim fez.

Em menos de um dia prometeu viu-se acorrentado é o imenso Rochedo. O abutre desse de hora em hora para lhe comer o fígado. Nem bem a ave nojenta terminava sua tarefa, milagrosamente o fígado de prometeu se reconstituía. Durante muitos anos prometeu esteve submetida essa horrenda tortura, até que a ave ecoou em sua cabeça perguntando se ele tinha aprendido a lição. O filho de Jápeto virou o rosto em sinal de desprezo. Júpiter tentou ainda comprar lhe o silêncio, dizendo que ou libertar ia descer suplício caso prometeu se comprometesse a esconder dos Homens o segredo da obtenção do Fogo. Prometeu recusou a oferta. Mas o seu castigo teve fim a final. Hércules, filho de Júpiter, numa de suas inúmeras Aventura acabou matando o abutre que torturava de modo tão cruel o pobre prometeu. O herói já ia arrancando suas correntes quando a voz de Júpiter soou dizendo para ele não fazer aquilo Pois havia afirmado que ele jamais se separaria do Rochedo e assim teria de ser até o final dos tempos. Hércules não podia ir contra a vontade do seu pai e já se preparava para abandonar prometeu no Rochedo quando e se sentindo voltar toda sua anterior esperteza disse a Hércules que tinha uma solução que talvez resolveria o seu problema. Enquanto conversava com Hércules, prometeu não olhava para o céus; ele havia feito voto de silêncio uma vez que foi ofendido pelo pai dos Deus; ainda mais, teve o fígado roído por milhares de anos por uma ave pestilenta. Prometeu pediu a Hércules que rompesse as correntes com um pequeno pedaço de um anel dele. Hércules assim o fez. Em estantes obrigou um pequeno e um elegante anel. Depois, arrancando do grande rochedo uma minúscula partícula soldou-a ao anel. Eu te admirava secretamente a inteligência da vítima. Por isso preferiu silenciar e encerrar de uma vez a longa disputa. Prometeu concluiu assim a segunda e mais importante lição aos homens: há de que nunca deveria curvar-se a prepotência de ninguém.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

8º ano - artigo de opinião: filme vida de insetos - exercícios

Este artigo apresenta uma proposta de análise do filme “Vida de Inseto”, produzido sob a direção de John Lasseter e Andrew Station (Pixar/ Walt Disney) e que esteve entre as 5 maiores bilheterias do ano de 1998. Tal análise teve como objetivo identificar alguns conceitos no campo da Sociologia Jurídica, sendo que o foco do estudo foram os autores Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. (…)

A animação “Vida de Inseto” se encaixa perfeitamente nesses requisitos, pois fez parte da infância de muitas pessoas como uma forma de distração e diversão. Porém, talvez poucas pessoas tenham assistido a esse filme sob o prisma da Sociologia, encontrando, de forma metafórica, temas como: alienação, relação de poder, exploração, dominações legítimas e ilegítimas, características de sociedades mecânicas, entre outros possíveis, além da ideia de revolução da classe oprimida, idealizada por Marx. (…)

“Vida de Inseto” conta a história de uma colônia de formigas que vivem às voltas com uma árdua tarefa. Todos os anos, elas precisam juntar alimentos para si e para os gafanhotos, que exigem delas uma elevada quantia de comida. Certo ano, Flik, uma das formigas e aspirante a inventor, derruba no rio, acidentalmente, toda a oferenda que seria dada aos gafanhotos. Em vista deste fato, toda a colônia precisa correr contra o tempo para substituir a oferenda perdida, pois, se tal exigência de juntar alimentos não for cumprida, os gafanhotos irão atacar o formigueiro e matar toda a sociedade da colônia, inclusive a rainha. Após o acidente com a oferenda, Flik, cansado de ser oprimido, sai em busca de outros insetos dispostos a ajudar o formigueiro a combater os gafanhotos.

Solidariedade mecânica
Durkheim concebe a sociedade como um corpo vivo, um organismo cujas partes – cada instituição e cada indivíduo – cumprem papéis determinados e existem em função do todo. A “liga” que une esses diferentes componentes, tornando a sociedade possível, é o que ele chama de solidariedade. ” (Bomeny et al., 2010). No filme “Vida de Inseto”, a sociedade das formigas se encaixa claramente no conceito de solidariedade criado por Émile Durkheim, pois é possível encontrar uma integração harmônica entre todos os membros daquela colônia. Além disso, observa-se que a solidariedade mecânica predomina no contexto da história do filme, pois:
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas “primitivas” ou “arcaicas”, ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por “clãs”. Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários à subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a coesão social. (DURKHEIM, 2012, p. 133)

Tal ideia de solidariedade mecânica é perceptível desde o início do filme quando Flik, personagem principal, derruba toda a oferenda, acumulada no verão inteiro para satisfazer as exigências dos gafanhotos. No momento em que os gafanhotos (“donos” da oferenda) vão pegá-la, ficam furiosos, pois não a encontram. Nervosos e com fome, passam a ameaçar toda a colônia, deixando-a numa situação difícil: passar o resto do verão colhendo alimentos para eles. Essa cena representa uma ruptura do pensamento coletivo que a sociedade detinha, uma vez que o personagem Flik age afetando toda a colônia, quebrando, portanto, o elo que os unia e os tornava solidários. O ato do Flik é visto, portanto, como ato contra toda a sociedade.

Outro aspecto que exemplifica a solidariedade mecânica é o tema “divisão de trabalho”: (1) Princesa Atta, que estava sendo preparada para suceder o trono de rainha. A solidariedade mecânica se apresenta no ofício da princesa, pois este independe de sua vontade, ou reflexão – antes de ela nascer, este já estava definido. (2) O mesmo se dá com todas as outras formigas: as tarefas são divididas por sexo ou por idade, logo independem de uma escolha, de uma "vocação profissional", e as especializações são passadas de pais para filhos sem questionamentos ou sem razão específica.

Uma outra cena expressa, mais claramente, a presença da solidariedade mecânica no filme:
Em meio às dificuldades de se encontrar alimentos na ilha para ofertar aos gafanhotos, Flik se oferece para sair da ilha em busca de ajuda para lutar contra os gafanhotos. Certo tempo depois, ele retorna com diversos insetos ‘dispostos a lutar contra aqueles que exploravam sua colônia’. A alegria das outras formigas é evidenciada de imediato, comemorando o retorno de Flik e confiantes na vitória. Tal experiência eufórica acaba quando todos descobrem que Flik havia mentido acerca dos insetos: estes não eram lutadores, e sim circenses. Ademais, estes tinham ido para a colônia esperançosos de uma proposta de emprego no ramo artístico. A consequência desse fato (mentira) importou na expulsão de Flik da colônia.

(Narração de parte do filme)
Analisando essa cena à luz dos conceitos de Durkheim, vê-se que Flik quebra a coesão de sua sociedade, pois a falta com a verdade o leva a ofender ao que se chama de consciência coletiva.

Dominação
Max Weber, ao apresentar suas ideias, parte do indivíduo para a sociedade. Para ele, há um conflito entre um indivíduo e outro; sempre há uma tendência a se explicar a sociedade baseando-se em quem domina quem. De acordo com Mascaró (2009), Weber reconhece que a sociedade é plantada na dominação, e não na solidariedade. No filme em análise, observa-se esse exemplo de sociedade pautada na dominação:

As formigas, lideradas pela rainha, têm que cumprir a missão de colher alimento para os gafanhotos. Há aí uma relação de submissão, de dominação, entre formigas (dominadas) e gafanhotos (dominantes). A rainha deixa claro:

’separamos o alimento; eles chegam, comem e vão embora’. As formigas mantêm essa espécie de tradição, que acontece na mudança de estação. Ninguém viola as regras, cada formiga segue com o dever de colher e levar o alimento até a pedra onde depositam a ‘oferenda’. (Narração de parte do filme).


Analisando o procedimento das formigas, percebe-se que há um cumprimento do dever, mas não é exatamente por solidariedade. Conforme a ideia de dominação de Weber, observa-se que as formigas cumprem com o dever por medo dos gafanhotos que as ameaçam, por serem mais fortes, em tese. Por outro lado, os gafanhotos sabem que uma formiga não é uma ameaça, mas todas as formigas juntas poderiam superá-los. Portanto, os gafanhotos mantinham a tradição de exigir o alimento para que as formigas sempre ficassem na condição de submissas e dominadas. Segundo Cohn:

A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato, pode fundar-se em diversos motivos de submissão. Pode depender diretamente de uma constelação de interesses, ou seja, de considerações utilitárias de vantagens e inconvenientes por parte daquele que obedece. Pode também depender de mero “costume”, do hábito cego (...). A dominação que repousasse apenas nesses fundamentos seria relativamente instável. (COHN, 2002, p. 128).

Questiona-se, então, a legitimidade da dominação dos gafanhotos, uma vez que, quando as formigas descobrem que juntas são bem mais numerosas que os gafanhotos e, portanto, podem lutar contra eles, a dominação não se sustenta. Não se pode ignorar que o tipo de dominação que a rainha exerce sobre as formigas é legítima, uma vez que estas assim o reconhecem naquela. Além disso, é uma dominação tradicional, passada de mãe para filha. A rainha é limitada pela tradição, mas pode tomar decisões de acordo com seus princípios.

Luta de classes
“Toda a história até os nossos dias é a história da luta de classes”. (MARX, 2005) Em “Vida de Inseto”, duas classes são apresentadas: a classe oprimida (formigas) e a classe opressora (gafanhotos). De imediato, é possível perceber um conceito de Marx – a dialética. Com o surgimento da classe opressora, surge sua oposição – a classe oprimida –, e esta relação é marcada por um excessivo processo exploratório de uma classe sobre a outra.

Exploração e mais-valia

“A comida cresce com o sol, as formigas colhem-na e os gafanhotos ficam com grande parte”.
(Fala da personagem Princesa Atta).

No momento em que a rainha da colônia diz essa frase, é possível fazer dois apontamentos que se assemelham às ideias de Marx. O primeiro conceito é a exploração: uma classe se põe contra a outra, marcando antagonismo e conflito de interesses. Enquanto as formigas almejavam uma produção agrícola para sobreviverem ao rigoroso inverno, ou seja, com foco nas necessidades primárias (como alimentação, abrigo e reprodução), os gafanhotos buscavam a satisfação de seus interesses – acumulação e ostentação de alimentos. O ponto chave dessa cena é o conceito de mais-valia. Explica Heilbroner, acerca desse tema:

Mas o trabalhador que trata um serviço não trabalha apenas seis horas por dia. Isso seria apenas o tempo necessário para manter-se. Pelo contrário, ele concorda em trabalhar oito horas ou, na época de Marx, 10 ou 11 horas por dia. Desse modo, produzirá 10 ou 11 horas e receberá o equivalente a 6 horas. Seu salário cobrirá sua subsistência, que é seu verdadeiro “valor”, mas ele por sua vez estará vedando o valor que produz num dia de trabalho integral. É assim que surge o lucro no sistema. Marx chama esse trabalho que não é pago de mais-valia (HEILBRONER, 1972).

Pode-se pressupor que as formigas não trabalhavam “6 horas por dia” – tempo que seria suficiente para a subsistência da colônia. Antes, deveriam trabalhar “10 ou 11 horas”, pois tinham que sustentar os gafanhotos, tinham que proporcionar a eles o que se chama de mais-valia.

A diferença entre o conceito marxista e a ideia de mais-valia apresentada no filme é que, para Marx, o explorador consegue o mais-valia porque tem o monopólio dos meios de produção. Logo, se um trabalhador se recusar a produzir o excedente, será demitido, e um outro entrará no seu lugar – graças ao exército de reserva. Já na mais-valia da obra cinematográfica, não há monopólio dos meios de produção e nem pacto com os operários, mas, sim, excessivo poder dos opressores sobre os oprimidos, ou seja, dos gafanhotos sobre as formigas.

Alienação
Uma cena que ilustra esse conceito de Marx é: Durante uma colheita de alimentos (num processo de divisão de trabalho e repetição de movimentos), uma folha cai na trilha em que as formigas seguiam, separando/ quebrando o fluxo. De imediato, a formiga que ficou para trás do fluxo entra em desespero e começa a gritar por socorro, pois “se perdeu da trilha. 

Notam-se nessa cena, dois tipos de alienação: (1) Alienação do processo produtivo: a formiga operária só sabe fazer determinada função e, em uma situação simples (queda da folha), não sabia o que fazer, dependendo de outra formiga para orientá-la no contorno da folha e no encontro da trilha de produção.

Além da redução das formigas a meras mercadorias (força de trabalho), há alienação. Assim argumenta Sérgio Lessa a acerca do tema:

São muito numerosas as alienações provocadas pelo capitalismo. A essência, de todas elas (alienações), está na redução dos homens a mera mercadoria (força de trabalho). As necessidades humanas são subordinadas às da acumulação capitalista, o que significa dizer que os homens são tratados como mercadorias, isto é, como coisas, e não como seres humanos (…) (LESSA, 2008).

(2) Alienação do processo de consumo: as formigas trabalham sem poder consumir os produtos que colhem, uma vez que estes são de exclusividade dos gafanhotos. O fim da alienação só se dá quando Flik alerta as outras formigas desse mal, instigando-as a uma revolução: “Eu sei que não é tradição das formigas fazer coisas diferentes, mas é a hora...”. (Flik).

Tomada de consciência
Já dizia Marx:

O proletariado passa por diferentes etapas de desenvolvimento. A sua luta contra a burguesia começa com a sua própria existência. (1) Inicialmente, os operários lutam individualmente; (2) depois, os operários de uma fábrica; em seguida, (3) os operários de um ramo industrial numa localidade contra cada um dos burgueses que os exploram diretamente. (MARX, 2005 – enumeração nossa).

Assim como discorrido por Marx, é possível observar no filme esses três momentos: (1) Todas as formigas da colônia participam da revolução, sejam as mais novas até as mais velhas – o quesito para participar é ser formiga; (2) Flik se torna o primeiro a se rebelar contra os gafanhotos, o que se verifica quando ele tem a ideia de criar uma armadilha para acabar com os gafanhotos; (3) essa tomada de consciência se intensifica na colônia quando todos participam da construção de um pássaro de galhos e folhas de árvores para espantar os gafanhotos e acabar com a exploração.


Revolução
“Por muitos anos, as formigas pegam comida para elas e para vocês, gafanhotos. Então, qual é a espécie mais fraca?! Formigas não servem para vocês! São vocês que precisam de nós! ” (Flik). Nessa passagem do filme, inicia-se a revolução: todas as formigas se põem contra os gafanhotos. A briga se dá de forma física e não intelectual. Os gafanhotos são derrotados, expulsos, e o poder deles sobre as formigas é extinguido. Inicia-se, dessa forma, o socialismo na colônia das formigas, que estas características: tomada de poder pelos oprimidos (formigas versus gafanhotos), controle “estatal” pela rainha da colônia, extinção de classes, divisão igualitária de renda (produtos) e produção para subsistência (colheita como alimento).

“Segundo Mascaró (2009), a sociologia, para o pensamento de Marx (...) é a própria compreensão da sociedade para transformá-la”. A discussão a respeito do filme “Vida de Inseto” permite revelar que toda sociedade pode ser transformada por meio da ação e do trabalho daqueles que a constituem. Com a análise proposta, observou-se que, conforme as ideias de Durkheim, todo fato social deriva de outro, existindo uma coesão social dentro da sociedade que a torna solidária. A sociedade das formigas revelou essa perspectiva. Já a teoria de Weber foi exemplificada por meio da dominação. De um lado, havia a dominação tradicional da rainha, a quem as formigas se submetiam e com quem cooperavam. Pode-se concluir que esta era uma dominação legítima. De outro, havia a dominação dos gafanhotos. Estes ignoravam as indisposições individuais e sociais dentro da colônia das formigas e as explorava, mantendo-as sempre com medo.

Finalmente, de acordo com Marx, observou-se que a tomada de consciência faz diferença. A contradição e a exploração mostraram como os indivíduos (formigas) se relacionavam dentro da sociedade e como se deu a ruptura do grupo com aquilo que não o deixava evoluir. Vale pontuar que o filme pode não pretender ser uma demonstração das ideias estudadas. No entanto, “Vida de inseto” inspira uma metáfora que permite comparar os insetos com os humanos e mostrar as situações envolvidas no convívio social, inclusive situações em que há oprimidos e opressores.
LEÃO, MARQUES, PINTO & SOUZA. Uma análise sob a perspectiva das ideias dos sociólogos Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. In.: milcaleao.jusbrasil.com.br. Acesso em: 03 fev. 2021. Adaptado.
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Prometeu e o fogo sagrado - resumo

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