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Cônica: Até tu Brutus!

Certo colega usou a expressão: "Até tu, Brutus!" como uma crítica ao meu posicionamento em relação ao Governo Federal petista. Para defender meu ponto de vista e mostrar que não sou o Brutus, o traidor, respondi da seguinte maneira: "Bem. Não me comparo ao Brutus, mas tenho que aceitar que o Brasil está a viver um caos: falta verba nas escolas; as prefeituras periféricas e as capitais estão sem recursos; há ruas com buracos; assistência à saúde, precária, etc. As taxas de juros elevam-se a cada dia. A inflação corrói a renda dos assalariados. As empresas automobilísticas entulham nossas ruas de carros, todos vendidos a valores absurdos - por exemplo, um Idea produzido no Brasil é vendido no México por 25 mil reais e aqui.... 

O que foi prometido aos brasileiros como benefícios de se promover uma Copa do Mundo de futebol, até no presente momento nem as cidades sedes desfrutaram de tais benefícios. Fico a me perguntar: o que será do meu país após Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016?

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Crônica política ep.2: O bê-á-bá do caótico trânsito de BH

O Brasil vive a ascensão econômica e, com ela, ascendem-se vários problemas típicos de países ricos. Na década de noventa do século vinte, era comum vermos veículos circularem nas vias públicas com facilidade, devido a pouca retenção que havia no trânsito. Porém, isso mudou. Hoje, o tráfego de veículos tornou-se indesejável aos habitantes das grandes cidades. Nele, é necessário paciência. Parece que a “riqueza” dos brasileiros trouxe consigo um trânsito caótico.

Atualmente, trafegamos nas avenidas das capitais brasileiras e, nelas, passamos dolorosos minutos e, muitas vezes, horas presos no congestionamento. Neste ínterim, percebemos como o brasileiro está individualista, pois observamos que no interior dos veículos há apenas o condutor. Isso mesmo, Nas ruas das grandes cidades há milhares de veículos com milhares de motoristas solitários. Porém, isso não ocorre por acaso. Em Belo Horizonte, por exemplo, este procedimento foi incentivado em uma época em que se proibia a carona.

No final do século vinte e início do vinte um, trabalhei em um shopping que fica na divisa de Belo Horizonte com Nova Lima. Neste tempo, era comum ir e voltar para casa de carona. Todavia, isso foi necessário mudar. A gestora do trânsito de Belo Horizonte implantou uma política de tolerância zero à carona. Câmara de Vereadores e o prefeito da capital mineira incentivaram essa política aprovando e sancionando lei que visava criar motoristas solitários. Carros, com passageiros no banco traseiro, era “proibida” a circulação, devido à suposta prática do transporte clandestino. Isso foi terrível para quem dependia de uma carona de amigo, como era o meu caso. Eu e meus colegas de trabalho éramos obrigados a circularmos com crachás de empresa para provarmos que o motorista não estava praticando transporte irregular. Contudo, isso não bastava aos fiscais do trânsito. Éramos obrigados a declarar que o dono do veículo não nos cobrava pelo transporte, evitando assim a indesejável e pesada multa. Mentíamos. Claro. Não queríamos ser transportados em ônibus coletivos como morcegos pendurados em tetos.

O tempo passou, a frota de veículos leves cresceu e a filosofia implantada capital mineira encontrou muitos adeptos. Hoje, circulando pelas vias da cidade, vejo como a empresa gestora do trânsito de Belo Horizonte foi importante para tornar os motoristas solitários no trânsito. Como prova disso, observo que não há mais motoristas de veículos leves parando perto de pontos de ônibus e oferendo “carona” aos seus vizinhos e conhecidos. Quase todos, que circulam com seus carros nas ruas e avenidas Capital das Gerais, estão apenas acompanhados de um autorrádio. Esses solitários e individualistas colaboram para o aumento do tráfego de veículo e tornam os congestionamentos ainda maiores.

Atualmente, vejo que se faz campanha para evitar a grande circulação de veículos nas grandes cidades. “um dia sem carro” - clamam os defensores do menos caótico. Contudo, isso não resolve o congestionamento que ocorre diariamente nas megalópoles. Outro ponto que ainda não produziu bons frutos é o rodízio de veículos. Ele ajuda, mas não soluciona o problema. Creio que uma das soluções passa pelo incentivo à “carona”, não se importando com a contribuição financeira do passageiro para a manutenção do veículo particular. Essa, sim, reduz o número de veículos nas vias urbanas, pois se um carro leve pode transportar até cinco pessoas, é certo que até quatro veículos não sairão das garagens dos proprietários. No caso de Belo Horizonte, vejo que é necessário revogar a lei que trata este procedimento como inflação de trânsito. É preciso que os gestores públicos não façam de um gesto solidário uma oportunidade de arrecadar fundos para os cofres públicos.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Crônica social ep. 2: 15 de março. Dia do consumidor consciente

Se você é um consumidor que não se deixa ludibriar por empresas que não têm compromisso com os consumidores, 15 de março é o seu dia. Um dia daqueles que defendem seus interesses nos diversos meios possíveis. Um dia daqueles que não se cansam de buscar os seus direitos. É o dia daqueles que enviam e-mail, reclamam em Serviço de Atendimento ao Consumidor, liga para as empresas, buscam ajuda em Procons e, se for preciso, pedem auxílio até à Justiça.

Consumidor consciente não se deixe enganar. Não abre mão dos seus direitos. E se ele não é atendido ou o prazo de garantia do produto já expirou, recorre aos diversos meios para protestar contra um produto defeituoso ou de má qualidade. Consumidor consciente, devolve conjunto de panela de alumínio que chega amassado. Consumidor consciente, devolve uma tv que chega com problemas eletrônicos. Consumidor consciente, exigi a devolução do dinheiro pago por um produto de má qualidade. Consumidor consciente, busca a justiça e faz acordo para que o produto comprado tenha a garantida aumentada em até 5 anos, já que o equipamento foi levado à assistência técnica autorizada no período de garantia por mais de três vezes. Consumidor consciente, envia o produto para assistência técnica, dentro do período de garantia, com coleta paga pela empresa fabricante do mesmo. Consumidor consciente, usa seu direito e troca um produto defeituoso por outro de melhor qualidade, desde que o defeito seja comprovado tecnicamente. Consumidor consciente, mesmo depois de que o prazo de garantia legal tenha sido expirado, não se cala. Ele busca redes sociais, sites de defesa do consumidor, como o Reclameaqui, para denunciar e ajudar os próximos consumidores na escolha de um produto de qualidade.

Se você tem esse perfil, está de parabéns. Você não está sozinho. Nós estamos juntos, brigando pelos direitos do consumidor. Então, este é o nosso dia: 15 de março dia mundial do consumidor.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Crônica política ep.3: Por que devo ser a favor da distribuição de rendas?

Conversando com um professor e colega de trabalho, disse a ele que é necessário os critérios de ajuda a população carente promovida pela governo brasileiro. Ele não gostou dos meu argumentos. Mas, meu querido colega, R. R, eu não abro mão da distribuição de renda. Creio que programas sociais são de fundamental importância para quaisquer países pobres, como o Brasil. O que não dá para aceitar é ver uma parcela de pessoas fazer de um programa social uma renda fixa mensal. É necessário fazer ajuste neste modelo de ajuda aos "miseráveis". Não dá para ver uma mãe reclamar que R$180 Reais de Bolsa Família não é suficiente para comprar uma calça de R$ 300 para dar para uma filha. 

Além disso, meu amigo, eu não concordo até com a forma que é concedido o Seguro Desemprego. No final do Governo FHC, houve um projeto que obrigava os assistidos a comparecerem ao SINE ( Sistema Nacional de emprego) antes de receberem o auxílio. Mas isso ficou no papel. Estou certo de que cada beneficiário que recebe o auxílio passasse por uma entrevista de emprego, uma vez que o Brasil precisa importar haitianos, bolivianos, peruanos para ocuparem vagas no mercado de trabalho que estão ociosas. Além do mais, é necessário ser responsável com o dinheiro público e não ser coniventes com a esperteza e o ócio humano. Ensinar a pescar é isso e dá simplesmente ofertar o peixe frito.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.


Crônica política ep. 5: Corrupção política: a culpa é dos baixos salários

Leio em jornais, na internet, ouço no rádio, assisto a televisão que a corrupção, no meio político, é como um câncer. Para justificar a corrupção política, cheguei à conclusão de que os políticos ganham muito pouco. Para pautar meu raciocínio, levei em consideração a fala de um ex-presidente da Câmara dos Deputados de que a vida política torna o cidadão muito pobre. O político disse ser vítima do baixo salário que recebe, por isso acabou se enveredando para a corrupção.

Para situarmos, informo que o pepista citado foi eleito com 300 votos para a presidência da Câmara dos Deputados no dia 15 de fevereiro de 2005, aproveitando-se de uma fratura no Partido dos Trabalhadores (PT) – então a maior bancada da Câmara, que pela tradição histórica teria o privilégio de eleger o presidente da Casa – e da articulação feita pelos principais partidos de oposição (PSDB e o PFL). Sua permanência no posto mais alto da Câmara durou 218 dias. Sua queda está ligada ao período em ocupou a primeira-secretaria da Casa, entre 2001 e 2002, quando era presidente da instituição A. N. (PSDB). O empresário S. B., dono do restaurante Fiorella, que fica dentro de um dos anexos da Câmara dos Deputados, denunciou que Severino teria começado a cobrar propinas mensais de R$ 10 mil em troca da renovação do contrato do empresário com a Casa. O episódio ficou conhecido como "mensalinho".

Após ser acusado de cobrar propina, o ex-presidente da Câmara abdicou-se do cargo para não ser cassado. Eu me lembro muito bem da despedida dele. Ela foi melancólica. Durante o discurso, diante de colegas presentes no plenário, S. foi taxativo sobre ganhar dinheiro com a política: "Deixo a Câmara como entrei. Não apenas deputado pobre, mas político endividado”. Severino sofreu um empobrecimento ilícito.

O ex-presidente da casa se foi. Mas vieram outros deputados, outros prefeitos, outros governadores, outros vereadores que sofreram e sofrem do empobrecimento ilícito na vida pública eletiva. Por isso, a maioria dos políticos está corroída pela corrupção. Para falar um pouco destes pobres coitados, começarei pelo meu estado, Minas Gerais. A lista de políticos pobres de Minas Gerais, que precisam recorrer ao crime, tem dezenas e centenas de nomes. Citarei apenas os fatos mais propalados pela mídia. Que tal começarmos por aqueles que já ocuparam cargo de governador em Minas? Então vamos lá. Começo com E. A. Esse é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por ter supostamente desviado recursos públicos, por meio de empresas de publicidade, para sua campanha à reeleição ao cargo de governador em 1998. Sabe por que? A Culpa é dos baixos salários que recebem os políticos no Brasil.

Outro que precisou de ajuda foi o ex-governador de Minas, A. N. Segundo o Jornal Gazeta do Povo, consta nas prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral que A. recebeu três doações, em 2006, da empresa que construiu um aeroporto em Cláudio, Minas Gerais, totalizando R$ 67 mil. Já na disputa seguinte pelo governo mineiro, a campanha de Anastásia, recebeu doação oficial de R$ 20 mil da construtora. Creio que isso aconteceu porque os políticos sofrem empobrecimento ilícito.

Vamos à Brasília. A Capital Federal é palco dos maiores assaltos ao dinheiro público. Ficar-me-ei com os crimes mais famosos como “O Mensalão do PT. Segundo o Ministério Público, o Mensalão era o esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. É o principal escândalo no primeiro mandato de L. I. L. da Silva (PT). No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de São Paulo'' publicou uma entrevista com o deputado federal R. J. (PTB-RJ), na qual ele revelava a existência do pagamento de propina para parlamentares. Segundo o presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, D. S. O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005. J. afirmou ainda que falou do esquema para o presidente. O STF decidiu pela condenação de 25 dos 38 réus do processo. Mas por que estes políticos precisaram furtar os cofres públicos? A Culpa é dos baixos salários que eles recebem

Vamos a São Paulo. Segundo o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, “há “fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”. O documento está com o ministro Marco Aurélio Mello, relator do inquérito 3815, que apura os prejuízos com contratos superfaturados, aditivos, pagamento de propinas que podem chegar até a R$ 1 bi causados ao Estado pelo cartel do trensalão no setor de transportes públicos em São (metrô e companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM) entre 1998 e 2008, nos governos tucanos de M. C., G. A. e J. S., todos do PSDB. Por que esses políticos precisam de uma mixaria dessa? A culpa é dos baixos salários que eles recebem

Volto a Minas Gerais. Um helicóptero de um deputado foi retido pela polícia carregado com entorpecentes. O helicóptero do deputado G. P. (SDD), foi apreendido com 445 kg de cocaína em uma fazenda no Espírito Santo. O piloto preso na operação, R. A., era funcionário de confiança de P. e foi indicado por ele para ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa. Por que um político precisa se envolver com o tráfico de drogas? A Culpa é do baixo salário que ele recebe.

O baixo salário dos políticos os leva à corrupção. Leva-os ao crime. Não é por acaso que o deputado mineiro usou a sua aeronave para transportar centenas de quilos de cocaína. Tudo culpa do baixo salário que os políticos recebem. Não é à toa que há deputados, vereadores, prefeitos pagam os seus assessores valores inferiores ao que estes recebem em folha. Se você duvida que isso acontece nas câmaras e assembleias, basta você ir até ao pátio de uma casa legislativa e conversar com motoristas/funcionários dos legisladores. Eu já tive o desprezar de conversar sobre isso até mesmo com um vereador. Ele me disse que isso é praxe da casa e ele não poderia fugir das propinas que eram recolhidas de formas diversas. Foi taxativo ao dizer que se agisse contrário, corria o risco de perder o mandato por meio de calúnias. Não tenho dúvida de que essa corrupção ocorre por culpa dos baixos salários que os políticos recebem.

Você poderá percorrer o Brasil inteiro e verá que a corrupção continua nos gabinetes políticos. Isso é culpa do baixo salário que eles recebem?

Por que será que esse povo precisa tanto de se corromper? O salário que eles ganham não é suficiente? Parece que não. Mas quanto ganha um deputado. Quanto eles recebem de verbas de gabinete para manter seus assessores. São milhares e milhares de reais por mês, mas insuficiente para custear a vida social de um político. De acordo com o Portal da Câmara dos Deputados, a remuneração mensal do deputado federal é de R$ 26.723,13 (Decreto Legislativo 805/10). Segundo o Portal R7, eles ainda recebem verba para custear salários de assessores que chega a R$ 78 mil por mês. Conforme O Globo, o salário de parlamentares no Brasil supera o de países de primeiro mundo. Ainda assim tivemos que ouvir Severino Cavalcante dizer em sua despedida da Câmara que “para pagar as dívidas de campanha, saquei o saldo de minha contribuição para a aposentadoria na Câmara dos Deputados"

Repito. O baixo salário dos políticos os leva à corrupção. Leva-os ao crime. Não é por acaso que um deputado mineiro usou a sua aeronave para transportar centenas de quilos de cocaína. Tudo culpa do baixo salário que eles recebem. Não é à toa que deputados, vereadores, prefeitos pagam os seus assessores valores inferiores àqueles recebidos em folha de pagamento. A culpa será sempre do baixo salário que recebem. E o senador mineiro A. N.? Foi necessário uma empresa fazer uma obra no aeroporto em fazenda de seus parentes em Cláudio, Minas Gerais e doar para sua campanha 60 mil reais. Por que ele precisou dessa mixaria? Culpa do baixo salário que os políticos recebem.

Mas quanto é necessário de remuneração para uma pessoa ser honesta? Bem isso não posso responder. Conheço pessoas de boa índole que recebem um salário mínimo, apenas 700 e poucos reais, mas não se envolvem com a corrupção, com o crime. Dizem que têm um nome a zelar. Afirmam que não querem ser desonra para a família. Não querem andar pela rua e serem qualificadas de ladronas, criminosas. Isso me faz pensar que a honestidade não tem preço. O baixo salário que uma pessoa recebe não a torna apta a corrupção.

Por que os políticos são quase todos corruptos? A culpa é do baixo salário? Certamente não há nada que ver com a remuneração. Chego à conclusão de que a honestidade é parte de um caráter humano. Para ser honesto não é necessário a uma pessoa ganhar muito dinheiro. A honestidade é uma questão de educação. Valores são aprendidos e apreendidos em casa. Ser desonesto não é somente roubar, mas também levantar falso testemunho, conseguir as coisas passando por cima de outras pessoas, fraudar, não ser digno, não ter caráter e enganar. Honestidade e caráter não se compram, vem de berço, mas infelizmente até mesmo pessoas que foram rigorosamente educadas podem vir a desenvolver a desonestidade. 

Vivemos em uma sociedade onde as pessoas utilizam da famosa Lei de Gerson para levar vantagem em tudo. Não se pode negar que os políticos que estão no poder fazem parte do grupo de pessoas que pensam que “achado não é roubado”, “pegar um produto de menor valor de uma empresa não tem importância, pois a firma é rica”, “saquear produtos de veículos acidentados pode, pois os produtos iam estragar mesmo”. São essas pessoas que se tornam políticos. São essas pessoas que elegemos para nos governar e gerenciarem o dinheiro público. São essas pessoas que aprenderam a não considerar desonesto a apropriação de um produto encontrado na rua. São essas pessoas que se acostumaram com pequenos furtos como uma caneta de uma empresa. São essas pessoas que quando se tornam agentes políticos creditam à corrupção a culpa do “baixo salário” que os políticos recebem.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.




O Crônica política p.8: Congresso Nacional e os presídios

Não sei até quando há meras coincidências em comparações. O fato é que há muita semelhança entre o Congresso Nacional e os presídios brasileiros. Neles, sai um ladrão para entrar outro. No presídio, sai um bandido para entrar outro. Sai um Roney Peixoto, entra um Beira-mar; no congresso, sai um ex-governador mineiro tucano para entra o homem do castelo. Todos bandidos. E ainda há pessoas que pensam que este país tem jeito!!!

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Miniconto ep. 3: Pai monstro

Manhã de sol. Duas crianças brincavam no quintal. Um homem observava os meninos. A brincadeira que eles praticavam o incomodava. Os meninos jogavam bola em um pequeno espaço. A intensidade do barulho incomodava ao moço e, provavelmente, aos vizinhos. O certo é que os meninos se divertiam.
Raul falava:
        - Agora é sua vez de ficar no gol.
Pedro replicava:
        - Eu já fiquei mais vezes do que você.
O debate prosseguia e o homem continuava a observar as ações de Raul. Sabia que Pedro estava sendo ludibriado por Raul, pois, aquele ficava muito mais tempo no “gol”, mas a ação de Raul era o que menos o estressava.

De repente, ouviu-se um barulho. Bum!!!!! A bola acertou a máquina de lavar. Logo em seguida ouviu-se outro barulho: pou!!!. A bola acertou a porta de um de quarto de despejo que se localizava na varanda do fundo da casa. Renato se irritou ainda mais. Levantou-se da mesa que estava sentado defronte para um notebook e saiu enfurecido. Ele foi até os garotos e ameaçou:
        - Se a bola acerta em alguma coisa, mais uma vez, eu bato em vocês.

Homem retornou aos seus afazeres. As crianças continuaram a brincar. A bola pulava...pulava. Ela batia nas paredes; batia nas cadeiras que estavam varanda; batia até no carro estacionado na garagem. O moço parecia tranquilo. Respeitando o direito de brincar das crianças. Estava aparentemente tão calmo que não reagiu ao ver a bola atingir o automóvel. Mas por dentro, a ira ardia. Ela tomava conta do moço. Queimava a cabeça e incomoda às mãos. O teclado do computador tornou-se menos importante. A raiva o maltratava. O estresse o consumia. Parecia que uma dinamite, com pavio prologando, demorava a explodir. E não explodiu. 

Renato ouviu mais um estranho. Só que esse estava acompanhado por um chiar de água. Os garotos gritavam: "não foi eu". O mais velho, Raul, correu e fechou o registro do hidrômetro. Mas isto não foi suficiente para amenizar a explosão de estresse que implodiu dentro do homem. Ele estava irreconhecível. Só teve tempo de pensar no remédio antidepressivo que tomava de vez em quando. Descobriu que não o havia tomado naquele dia. Ele saiu gritando:         - eu vou matar vocês. 
As crianças não tiver dúvida de que o homem iria cometer tal crime: correram.

Antes de cometer o homicídio, Renato foi observar a situação em que se encontrava a água encanada. Viu um cano quebrado. Viu uma multidão de água que escorria pelo piso da garagem. Um dilúvio tomava conta da casa. Irritou-se ainda mais. Saiu correndo como um louco. Foi até a cozinha. Pegou uma faca. Saiu desesperado em direção aos meninos. Os garotos estavam assustados. O menor não parava de correr. Ele dava volta na casa a cada  momento que via o moço. O mais velho levantou as mãos e pediu:
        - Por favor, pai! Por favor, pai!
Homem parecia irredutível quanto ao que iria fazer. O estresse subjugava seus pensamentos humanos. Renato estava irracional. Uma nuvem negra lhe cobria a memória. A emoção era infinitamente maior que a razão. O instinto selvagem apoderou-se dele. Algo lhe dizia que era o momento para fazer o que sempre almejou. Não teve mais dúvida. Então era o momento. Como um raio, aproximou-se dos meninos. Tomado pela loucura, quis gritar, esbravejar-se. Estava cego de entendimento, assim como parecia não ver nada a sua frente. Por isso, ficou a procurava ... procurava... andava em círculo. Procura por algo que certamente estava no interior do círculo.

O tempo estava infinito para o Renato. Os segundo demoravam uma eternidade. Mas o que ele procurava no mundo real foi encontrado em milésimos de segundo. Logo, pegou a bola. Foi em direção às crianças com a bola nas mão e disse:
- nunca mais vocês brincaram de bola aqui!

Renato agarrou-se a pelota com toda a força que tinha. Com a mão direita, enfiou a faca com todas as forças que tinha. A bola esvaziava ... esvaziava... Os garotos, atônitos, assistiam o maior crime presenciado por eles.

No entanto, o moço não ficou satisfeito. A bola de futebol demorava esvaziar-se. Então, Renato começou a cortá-la, fazendo um prazeroso corte em 360 graus. A bola estava partida ao meio, assim como o coração das crianças.

Enquanto o homem assassinava a bola, os garotos correram para a varanda colonial do fundo da casa. Já o Renato não estava satisfeito. Logo, dirigiu-se para lá, levando consigo a faca. Aproximou-se dos meninos. Andou rapidamente. Imediatamente, passou-se por eles. Entrou do quarto. Pegou uma bola de basquete e a cortou da mesma forma que fizera com a bola de futebol. 

Em seguida, saiu em disparada rumo ao portão principal. Na garagem, recolheu as duas metades da bola de futebol; antes, fora até a cozinha; pegou um saco de lixo preto; pôs os pedaços das bolas no saco e o depositou em uma lixeira.

Está é uma crônica contendo o real. Há momento em que um ser humano se deixa tomar pela raiva, tornando um animal irracional. Nesse ínfimo de tempo, tudo é possível acontecer. No entanto, é preciso dominar a situação. Nem tudo que se almeja fazer é necessário que se faça; nem tudo que se promete, é necessário que se cumpra. Há outros caminhos para se resolver uma situação inesperada. Alternativas distintas existem para se sair de uma confusão. É necessário pensar. Não importa o estado emocional em que se encontra uma pessoa; é preciso parar e refletir; é preciso deixar Deus dar a direção certa. Certamente, Ele mostrará o caminho a se seguir. Portanto, nunca aja por impulso.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Uso de drogas - crônica literária com exercícios

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de experimenta, depois quando você quiser é só parar... e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira. Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente; comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez. Lembro que cheguei na loja e pedi:
- Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores... o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais. Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais... 
    Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra, entrei para um grupo de pagode.
    Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea "As melhores do Molejo". Foi terrível! Eu já não pensava mais!!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada.
    Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido e quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras... Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.
    Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozart, Beethoven e Bach.
    Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante. Vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:
-Não ligue a TV no domingo à tarde;
-Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
-Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe e ou ao Domingo Legal do Gugu; Mulheres gritando histericamente são outro indício;
-Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
-Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
-Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e...
-Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.
Diga não às drogas! A vida é bela! Eu sei que você consegue!
                                                                                                    (Luiz Fernando Veríssimo)

Responda de acordo com o texto.

1. Qual é o tema da crônica?
2. Quem escreveu essa crônica?
3. Qual é opinião do autor sobre as músicas regionais brasileiras?
4. O narrador cita “a Caras”. A que ele se refere?
5. Quando se deu a pior crise, no uso das “drogas”, segundo o CRONISTA?
6. Quando o cronista descobriu que já na pensava mais?
7. Quando ocorreu a fase negra?
8. A crônica é uma crítica a vários estilos de músicas do Brasil. Quais são elas e por que houve tal crítica?
9. Quem “são os traficantes” mencionados na crônica?

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Crônica social ep. : O século do pecado

Nasci no final do século XX. Isto foi muito bom. Nesta época, recebíamos bons conselhos e incentivos culturais, preceitos sociais. Lembra da "década perdida", anos 80 do século vinte que marcou a economia brasileira? Estou isso em Geografia e História, portanto, não venha me dizer que não era dessa época!  Comparo esse período ao século XXI que está caminhando para ser o "século perdido". O ser humano perdeu o caráter, perdeu o moral, perdeu a vergonha do pecado. Comete depravações; pratica impurezas; vítima as crianças inocentes com pecados e maldades dizendo que "não tem nada a ver".

Neste século XXI, não há nada a ver roubar, matar, estuprar, abusar sexualmente do corpo, que deveria ser templo do Espírito Santo. Já não há bons conselhos. Incentivar o pecado é não ser "careta". Incentivar a prática da sodomia virou moda. Dá um "circuladinha" pelas redes sociais e veja isso. Se você faz parte deste grupo, leia a carta escrita aos romanos pelo apóstolo Paulo. Não precisa ler toda a carta, apenas o capítulo um. Ah! Você não acredita no Deus dos cristãos, judeus, Mulçumanos e outras religiões! Tudo bem! Se você acha que  isso não tem nenhuma importância para seu julgamento post-mortem: beleza! Mas mesmo assim este recado é também pode servir para você: vá que seu pensamento esteja errado. É melhor prevenir a remediar! 

"Do céu Deus revela a sua ira contra todos os pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio das suas más ações, não deixam que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus. Elas sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão. Elas dizem que são sábios, mas são tolas. Por causa das coisas que essas pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros. E, como não querem saber do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus, ele entregou os seres humanos aos seus maus pensamentos, de modo que eles fazem o que não devem. Estão cheios de todo tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos, orgulhosos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem aos pais, são imorais, não cumprem a palavra, não têm amor por ninguém e não têm pena dos outros. Eles sabem que o mandamento de Deus diz que aqueles que fazem essas coisas merecem a morte. Mas mesmo assim continuam a fazê-las e, pior ainda, aprovam os que fazem as mesmas coisas que eles fazem." (Romanos 1 18-32)

E você não conseguiu se identificar nesse nesse texto? Aguarde o juiz final!

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

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