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O Miniconto ep.1: valor da honestidade

Conta-se que um profeta reuniu seus discípulos para falar sobre a honestidade. Ele disse:
- Em reino muito distante, um governador autoritário, que se achava acima das leis do estado, ordenou que dezenas de milhares de pessoas fossem empregadas em dezenas de milhares de vaga que seriam ocupadas por dezenas de milhares de cidadãos que pagaram para fazer as provas do concurso, que se dedicaram um longo tempo aos estudos para se preparem para a avaliação e que em seguida foram aprovadas. 

Anos depois, os representantes da justiça decidiram que as vagas ocupadas ilegalmente deveriam ser devolvidas ao poder público, as quais seriam destinadas novamente a ampla concorrência, conforme determinava as leis do país. Todavia, os posseiros que ocupava ilegalmente o cargo público se revoltaram contra os juízes e contra aqueles que defendiam a legalidade. Eles diziam que estavam sendo discriminados e que as pessoas que apoiavam a atitude dos juízes estavam tendo prazer na desgraça alheia. 

Devido aos protestos, as pessoas que apoiavam a constituição do país quase tiveram que se calar. Uma minoria, com um discurso eufórico, tentou calar a maioria. Os amantes da ilegalidade paralisaram o serviço público por um dia; foram às ruas, tumultuaram o trânsito das grandes avenidas e prejudicaram dezenas de milhares de pessoas que estavam trabalhando legalmente, só porque se achavam no direito de reivindicar emprego perdido de forma legal. Agora eu pergunto - continuou o profeta - vocês acham que essas pessoas são honestas?
Responderam um dos discípulos:
- De forma alguma, meu Senhor. Elas são usurpadoras do direito constituído e não respeitam a opinião alheia.
- Na verdade, na verdade, eu vós digo que as pessoas só valorizam a honestidade até o momento que ela não lhes traz prejuízos.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Crônica política ep.3: Por que devo ser a favor da distribuição de rendas?

Conversando com um professor e colega de trabalho, disse a ele que é necessário os critérios de ajuda a população carente promovida pela governo brasileiro. Ele não gostou dos meu argumentos. Mas, meu querido colega, R. R, eu não abro mão da distribuição de renda. Creio que programas sociais são de fundamental importância para quaisquer países pobres, como o Brasil. O que não dá para aceitar é ver uma parcela de pessoas fazer de um programa social uma renda fixa mensal. É necessário fazer ajuste neste modelo de ajuda aos "miseráveis". Não dá para ver uma mãe reclamar que R$180 Reais de Bolsa Família não é suficiente para comprar uma calça de R$ 300 para dar para uma filha. 

Além disso, meu amigo, eu não concordo até com a forma que é concedido o Seguro Desemprego. No final do Governo FHC, houve um projeto que obrigava os assistidos a comparecerem ao SINE ( Sistema Nacional de emprego) antes de receberem o auxílio. Mas isso ficou no papel. Estou certo de que cada beneficiário que recebe o auxílio passasse por uma entrevista de emprego, uma vez que o Brasil precisa importar haitianos, bolivianos, peruanos para ocuparem vagas no mercado de trabalho que estão ociosas. Além do mais, é necessário ser responsável com o dinheiro público e não ser coniventes com a esperteza e o ócio humano. Ensinar a pescar é isso e dá simplesmente ofertar o peixe frito.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.


Crônica política ep. 5: Corrupção política: a culpa é dos baixos salários

Leio em jornais, na internet, ouço no rádio, assisto a televisão que a corrupção, no meio político, é como um câncer. Para justificar a corrupção política, cheguei à conclusão de que os políticos ganham muito pouco. Para pautar meu raciocínio, levei em consideração a fala de um ex-presidente da Câmara dos Deputados de que a vida política torna o cidadão muito pobre. O político disse ser vítima do baixo salário que recebe, por isso acabou se enveredando para a corrupção.

Para situarmos, informo que o pepista citado foi eleito com 300 votos para a presidência da Câmara dos Deputados no dia 15 de fevereiro de 2005, aproveitando-se de uma fratura no Partido dos Trabalhadores (PT) – então a maior bancada da Câmara, que pela tradição histórica teria o privilégio de eleger o presidente da Casa – e da articulação feita pelos principais partidos de oposição (PSDB e o PFL). Sua permanência no posto mais alto da Câmara durou 218 dias. Sua queda está ligada ao período em ocupou a primeira-secretaria da Casa, entre 2001 e 2002, quando era presidente da instituição A. N. (PSDB). O empresário S. B., dono do restaurante Fiorella, que fica dentro de um dos anexos da Câmara dos Deputados, denunciou que Severino teria começado a cobrar propinas mensais de R$ 10 mil em troca da renovação do contrato do empresário com a Casa. O episódio ficou conhecido como "mensalinho".

Após ser acusado de cobrar propina, o ex-presidente da Câmara abdicou-se do cargo para não ser cassado. Eu me lembro muito bem da despedida dele. Ela foi melancólica. Durante o discurso, diante de colegas presentes no plenário, S. foi taxativo sobre ganhar dinheiro com a política: "Deixo a Câmara como entrei. Não apenas deputado pobre, mas político endividado”. Severino sofreu um empobrecimento ilícito.

O ex-presidente da casa se foi. Mas vieram outros deputados, outros prefeitos, outros governadores, outros vereadores que sofreram e sofrem do empobrecimento ilícito na vida pública eletiva. Por isso, a maioria dos políticos está corroída pela corrupção. Para falar um pouco destes pobres coitados, começarei pelo meu estado, Minas Gerais. A lista de políticos pobres de Minas Gerais, que precisam recorrer ao crime, tem dezenas e centenas de nomes. Citarei apenas os fatos mais propalados pela mídia. Que tal começarmos por aqueles que já ocuparam cargo de governador em Minas? Então vamos lá. Começo com E. A. Esse é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por ter supostamente desviado recursos públicos, por meio de empresas de publicidade, para sua campanha à reeleição ao cargo de governador em 1998. Sabe por que? A Culpa é dos baixos salários que recebem os políticos no Brasil.

Outro que precisou de ajuda foi o ex-governador de Minas, A. N. Segundo o Jornal Gazeta do Povo, consta nas prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral que A. recebeu três doações, em 2006, da empresa que construiu um aeroporto em Cláudio, Minas Gerais, totalizando R$ 67 mil. Já na disputa seguinte pelo governo mineiro, a campanha de Anastásia, recebeu doação oficial de R$ 20 mil da construtora. Creio que isso aconteceu porque os políticos sofrem empobrecimento ilícito.

Vamos à Brasília. A Capital Federal é palco dos maiores assaltos ao dinheiro público. Ficar-me-ei com os crimes mais famosos como “O Mensalão do PT. Segundo o Ministério Público, o Mensalão era o esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. É o principal escândalo no primeiro mandato de L. I. L. da Silva (PT). No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de São Paulo'' publicou uma entrevista com o deputado federal R. J. (PTB-RJ), na qual ele revelava a existência do pagamento de propina para parlamentares. Segundo o presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, D. S. O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005. J. afirmou ainda que falou do esquema para o presidente. O STF decidiu pela condenação de 25 dos 38 réus do processo. Mas por que estes políticos precisaram furtar os cofres públicos? A Culpa é dos baixos salários que eles recebem

Vamos a São Paulo. Segundo o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, “há “fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”. O documento está com o ministro Marco Aurélio Mello, relator do inquérito 3815, que apura os prejuízos com contratos superfaturados, aditivos, pagamento de propinas que podem chegar até a R$ 1 bi causados ao Estado pelo cartel do trensalão no setor de transportes públicos em São (metrô e companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM) entre 1998 e 2008, nos governos tucanos de M. C., G. A. e J. S., todos do PSDB. Por que esses políticos precisam de uma mixaria dessa? A culpa é dos baixos salários que eles recebem

Volto a Minas Gerais. Um helicóptero de um deputado foi retido pela polícia carregado com entorpecentes. O helicóptero do deputado G. P. (SDD), foi apreendido com 445 kg de cocaína em uma fazenda no Espírito Santo. O piloto preso na operação, R. A., era funcionário de confiança de P. e foi indicado por ele para ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa. Por que um político precisa se envolver com o tráfico de drogas? A Culpa é do baixo salário que ele recebe.

O baixo salário dos políticos os leva à corrupção. Leva-os ao crime. Não é por acaso que o deputado mineiro usou a sua aeronave para transportar centenas de quilos de cocaína. Tudo culpa do baixo salário que os políticos recebem. Não é à toa que há deputados, vereadores, prefeitos pagam os seus assessores valores inferiores ao que estes recebem em folha. Se você duvida que isso acontece nas câmaras e assembleias, basta você ir até ao pátio de uma casa legislativa e conversar com motoristas/funcionários dos legisladores. Eu já tive o desprezar de conversar sobre isso até mesmo com um vereador. Ele me disse que isso é praxe da casa e ele não poderia fugir das propinas que eram recolhidas de formas diversas. Foi taxativo ao dizer que se agisse contrário, corria o risco de perder o mandato por meio de calúnias. Não tenho dúvida de que essa corrupção ocorre por culpa dos baixos salários que os políticos recebem.

Você poderá percorrer o Brasil inteiro e verá que a corrupção continua nos gabinetes políticos. Isso é culpa do baixo salário que eles recebem?

Por que será que esse povo precisa tanto de se corromper? O salário que eles ganham não é suficiente? Parece que não. Mas quanto ganha um deputado. Quanto eles recebem de verbas de gabinete para manter seus assessores. São milhares e milhares de reais por mês, mas insuficiente para custear a vida social de um político. De acordo com o Portal da Câmara dos Deputados, a remuneração mensal do deputado federal é de R$ 26.723,13 (Decreto Legislativo 805/10). Segundo o Portal R7, eles ainda recebem verba para custear salários de assessores que chega a R$ 78 mil por mês. Conforme O Globo, o salário de parlamentares no Brasil supera o de países de primeiro mundo. Ainda assim tivemos que ouvir Severino Cavalcante dizer em sua despedida da Câmara que “para pagar as dívidas de campanha, saquei o saldo de minha contribuição para a aposentadoria na Câmara dos Deputados"

Repito. O baixo salário dos políticos os leva à corrupção. Leva-os ao crime. Não é por acaso que um deputado mineiro usou a sua aeronave para transportar centenas de quilos de cocaína. Tudo culpa do baixo salário que eles recebem. Não é à toa que deputados, vereadores, prefeitos pagam os seus assessores valores inferiores àqueles recebidos em folha de pagamento. A culpa será sempre do baixo salário que recebem. E o senador mineiro A. N.? Foi necessário uma empresa fazer uma obra no aeroporto em fazenda de seus parentes em Cláudio, Minas Gerais e doar para sua campanha 60 mil reais. Por que ele precisou dessa mixaria? Culpa do baixo salário que os políticos recebem.

Mas quanto é necessário de remuneração para uma pessoa ser honesta? Bem isso não posso responder. Conheço pessoas de boa índole que recebem um salário mínimo, apenas 700 e poucos reais, mas não se envolvem com a corrupção, com o crime. Dizem que têm um nome a zelar. Afirmam que não querem ser desonra para a família. Não querem andar pela rua e serem qualificadas de ladronas, criminosas. Isso me faz pensar que a honestidade não tem preço. O baixo salário que uma pessoa recebe não a torna apta a corrupção.

Por que os políticos são quase todos corruptos? A culpa é do baixo salário? Certamente não há nada que ver com a remuneração. Chego à conclusão de que a honestidade é parte de um caráter humano. Para ser honesto não é necessário a uma pessoa ganhar muito dinheiro. A honestidade é uma questão de educação. Valores são aprendidos e apreendidos em casa. Ser desonesto não é somente roubar, mas também levantar falso testemunho, conseguir as coisas passando por cima de outras pessoas, fraudar, não ser digno, não ter caráter e enganar. Honestidade e caráter não se compram, vem de berço, mas infelizmente até mesmo pessoas que foram rigorosamente educadas podem vir a desenvolver a desonestidade. 

Vivemos em uma sociedade onde as pessoas utilizam da famosa Lei de Gerson para levar vantagem em tudo. Não se pode negar que os políticos que estão no poder fazem parte do grupo de pessoas que pensam que “achado não é roubado”, “pegar um produto de menor valor de uma empresa não tem importância, pois a firma é rica”, “saquear produtos de veículos acidentados pode, pois os produtos iam estragar mesmo”. São essas pessoas que se tornam políticos. São essas pessoas que elegemos para nos governar e gerenciarem o dinheiro público. São essas pessoas que aprenderam a não considerar desonesto a apropriação de um produto encontrado na rua. São essas pessoas que se acostumaram com pequenos furtos como uma caneta de uma empresa. São essas pessoas que quando se tornam agentes políticos creditam à corrupção a culpa do “baixo salário” que os políticos recebem.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.




Crônica política ep. 4: Receita para transformar um babaca político

Época de eleição é sempre a mesma ladainha: propagandas, promessas, ruas sujas. Isso me irrita, mas a capacidade de escolha dos eleitores  é o que me revolta. Os políticos sabem que a receita para se eleger é simples, pois, os votantes são incompetentes. Veja uma receita que foi usada em Belo Horizonte para vencer uma eleição em apenas uma semana.

Ingredientes
1,2 milhões de eleitores ignorantes;
100 milhões de reais;
1 cheirador de pó;
1 D. Mendonça;
15 minutos de programa político na televisão por uma semana.

Como fazer
Junte todos os ingredientes; engane os analfabetos políticos; combine as ações com a mídia mineira; seja perverso com os adversários, criando falsas notícias de corrupção e escândalos; acrescente bastante pó, muito pó mesmo, até no leito do luxuoso hospital da zona sul de Belo Horizonte; use bem os 15 minutos televisão para enganar os eleitores incompetentes; use sempre o D. Mendonça na produção do material que será entregues aos votantes; coloque panfletadores em cada esquina das ruas da capital; pague a esses, por semana, o que os professores ganham em um mês.

Resultado ação pós-eleição
Alto preço do transporte coletivo;
Falta de médico nos postos de saúde;
Superfaturamento de obras e queda de viadutos;
Baixo salário de médicos, professores, garis, e demais funcionários do baixo escalão;
Falta de equipamentos e materiais básicos nos postos de saúde;
Redução de verbas para creches e escolas municipais, inclusive a merenda;
Propaganda em todas as rádios da cidade para encher os cofres dos radialistas e enganar os analfabetos políticos; arrogância e prepotência do político eleito.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

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