Treinando questão abertas para USP e Unicamp - PARTE 2

 Q1. (USP) Leia o seguinte texto, que trata das diferenças entre fala e escrita:

Talvez ainda mais digno de atenção seja o desaparecimento [na escrita] da mímica e das inflexões ou variações do tom da voz. A sua falta tem de ser suprida por outros recursos.

É, neste sentido, que se torna altamente instrutiva a velha anedota, que nos conta a indignação de um rico fazendeiro ao receber de seu filho um telegrama com a frase singela – “mande−me dinheiro”, que ele lia e relia emprestando−lhe um tom rude e imperativo. O bom homem não era tão néscio quanto a anedota dá a entender: estava no direito de exigir da formulação verbal uma qualidade que lhe fizesse sentir a atitude filial de carinho e respeito e de refugar uma frase que, sem a ajuda de gestos e entoação adequada, soa à leitura espontaneamente como ríspida e seca.
J. Mattoso Câmara Jr., Manual de expressão oral e escrita. Adaptado.

a) Considerando−se que o verbo da frase do telegrama está no imperativo, se essa mesma frase fosse dita em uma conversa telefônica, haveria possibilidade de o pai entendê−la de modo diferente? Explique.

b) Reescreva a frase do telegrama, acrescentando−lhe, no máximo, três palavras e a pontuação adequada, de modo a atender a exigência do pai, mencionada no texto.

3ª série - ensino médio - português - modalizadores na obra cortiço

Leia a resenha crítica escrita por Natália Menezes.

Resenha "O Cortiço" - Aluísio de Azevedo
Por Natália Menezes
    
O romance conta a história do caminho que João Romão percorreu para ficar rico. Para conseguir atingir esse objetivo, ele, que é o dono do cortiço, explora os seus empregados e até comete furtos. A sua amante, Bertoleza, trabalha continuamente, sem folgas ou descansos. Ao lado do cortiço mora Miranda, um comerciante bem-sucedido, que entra em disputa com João Romão por uma braça de terra que quer comprar para aumentar o seu quintal. Como eles não entram em acordo, rompem relações. Movido por uma extrema inveja de Miranda, João passa a trabalhar arduamente para conseguir ficar mais rico do que o seu rival. Quando Miranda recebe o título de barão, aos poucos João percebe que não basta apenas ganhar dinheiro, mas também tem que participar ativamente da vida burguesa, como ler livros e ir ao teatro, por exemplo. 
    O relacionamento entre Miranda e João Romão melhora quando João tenta imitar as conquistas do rival, tanto que o cortiço passa a ser um lugar mais organizado e agradável e passa a se chamar Vila João Romão. João começa uma amizade com Miranda e pede a mão de sua filha em casamento, mas tem Bertoleza atrapalhando os seus planos. Dessa forma, João a denúncia como escrava fugida. Assim, ele fica livre para se casar. Há outras personagens no cortiço, cujas histórias se entrelaçam e formam um grande enredo.
    O Cortiço é um livro que foi escrito no ano de 1890, por Aluísio de Azevedo, um grande autor da nossa literatura, que mostrou as relações humanas de uma forma muito crua e real. Na época do lançamento, o livro chegou a ser tratado como melhor do que muitos outros, até de autores como Machado de Assis, devido a pertencer à escola naturalista, de grande prestígio na Europa e que ganhava força cada vez maior aqui no Brasil. A história se passa no Brasil, durante o século XIX, sem data precisa. Há dois ambientes que são explorados: o cortiço e o sobrado do comerciante Miranda e sua família, que fica ao lado do cortiço. E nesse contexto que tudo será desenvolvido. Não demorou muito para que “O Cortiço” estivesse nas casas e arrancasse da sociedade da época críticas positivas e negativas.
    A obra é narrada em terceira pessoa, com o narrador onisciente, ou seja, ele tem conhecimento de todos os acontecimentos, sejam ações ou pensamentos. O narrador tem grande poder na estrutura da história e pode parecer imparcial, mas na realidade ele entra diretamente em diversos pontos da narrativa, tornando-a próxima o bastante da realidade daquele momento do país.
    O tempo é trabalhado de modo linear, com início, desenvolvimento e final. Uma narrativa comum, mas com seus detalhes próprios de verdade, alguns personagens muito ricos, com defeitos, qualidades, sentimentos, ambições, como é e deve ser um ser humano. E é exatamente essa questão de mostrar o homem, a sociedade, os preconceitos, as modas e a hierarquia de uma maneira tão sedutoramente verdadeira e fiel à realidade do cotidiano e das emoções, que faz este livro ser um dos maiores clássicos da nossa literatura e Aluísio de Azevedo um dos maiores nomes desse cenário.
    Recomendo. Aliás, acho extremamente necessário que as pessoas tenham contato com esta obra que demonstra como sempre foi cruel, desorganizada e sentimental as relações entre pessoas, meio, consciência e valores.

Questão 1.
Aponte as características do texto que podem nos fazer defini-lo como uma resenha crítica.

A. Objetividade: objetividade em sua linguagem,. O uso do sentido literal.
B. Concisão: Uma boa resenha deve procurar dizer o necessário, sem muitos exemplos ou repetições.
C. Utilização de um método: o autor estrutura o texto a partir de um método claro e objetivo: o resumo e a análise de dados.
D. Uso da norma padrão da língua: Para manter a clareza e a objetividade. Isso não significa, é bom lembrar, que se deve escrever de uma maneira rebuscada ou difícil nas resenhas.

Questão 2.
Retire do texto as seguintes informações.
  • Descrição da obra analisada;
  • Resumo das informações contidas no texto-base;
  • Inclusão de citações da obra resenhada para ilustrar um comentário;
  • Apresentação da opinião do leitor sobre o texto-base;
Questão 3.
Leia os trechos seguintes, reconhecendo os pronomes pessoais. Depois, você deve identificar qual termo o pronome reconhecido retoma no texto.

a) “O romance conta a história do caminho que João Romão percorreu para ficar rico. Para conseguir atingir esse objetivo, ele, que é o dono do cortiço, explora os seus empregados e até comete furtos.”
ELE: JOÃO ROMÃO.

b) “A obra é narrada em terceira pessoa, com o narrador onisciente, ou seja, ele tem conhecimento de todos os acontecimentos, sejam ações ou pensamentos.”
ele = NARRADOR ONISCIENTE;

c) O narrador tem grande poder na estrutura da história e pode parecer imparcial, mas na realidade ele entra diretamente em diversos pontos da narrativa, tornando-a próxima o bastante da realidade daquele momento do país.
ELE: O NARRADOR
tornando-A: NARRATIVA

Questão 4.
Leia o trecho seguinte:
“E é exatamente essa questão de mostrar o homem, a sociedade, os preconceitos, as modas e a hierarquia de uma maneira tão sedutoramente verdadeira e fiel à realidade do cotidiano e das emoções, que faz este livro ser um dos maiores clássicos da nossa literatura e, Aluísio de Azevedo, um dos maiores nomes desse cenário.”

O termo destacado é uma modalização feita pela autora. Responda qual é o tipo de modalização usada?

Asseveração para reforça a proposição, pois os advérbios tornam as sentenças mais enfáticas.  A modalização movimenta diferentes recursos linguísticos e já está presente nas sentenças. Asseverativo positivo: o falante considera verdadeiro o conteúdo da proposição e o apresenta como uma positiva. Portanto, assevera para demonstrar veracidade ao que é falado e conquistar a credibilidade do leitor.

Extras.
Asseverativos Afirmativos:
certamente, evidentemente, justamente, obviamente, normalmente, realmente, claro, mesmo, na verdade, sem dúvida, naturalmente, de fato, de qualquer modo, sem dúvida nenhuma e na realidade.

Asseverativos negativos:
de jeito nenhum, de forma alguma

Quase-asseverativo:
o falante considera o conteúdo da proposição como quase certo” (talvez, possivelmente, normalmente e geralmente, etc.)

Afetivos subjetivos: 
felizmente e infelizmente

Afetivos Intersubjetivos:
Sinceramente e francamente

Treinando redação USP - TEMA IDOSOS - parte 1

Leia o Seguinte extrato de uma reportagem do jornal inglêS The Guardian, de 22 de janeiro de 2013, para em Seguida atender ao que Se pede:

O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda−feira (dia 21) que os velhos deveriam “apressar−se a morrer”, para aliviar a pressão que suas despesas médicas exercem sobre o Estado.
“Deus nos livre de uma situação em que você é forçado a viver quando você quer morrer. Eu acordaria me sentindo cada vez pior se soubesse que o tratamento é todo pago pelo governo”, disse ele durante uma reunião do conselho nacional a respeito das reformas na seguridade social. “O problema não será resolvido, a menos que você permita que eles se apressem a morrer”.
    Os comentários de Aso são suscetíveis de causar ofensa no Japão, onde quase um quarto da população de 128 milhões tem mais de 60 anos. A proporção deve atingir 40% nos próximos 50 anos. 
Aso, de 72 anos de idade, que tem funções de vice−primeiro−ministro, disse que iria recusar os cuidados de fim de vida. “Eu não preciso desse tipo de atendimento”, declarou ele em comentários citados pela imprensa local, acrescentando que havia redigido uma nota instruindo sua família a negar−lhe tratamento médico para prolongar a vida.
    Para maior agravo, ele chamou de “pessoas−tubo” os pacientes idosos que já não conseguem se alimentar sozinhos. O ministério da saúde e do bem−estar, acrescentou, está “bem consciente de que custa várias dezenas de milhões de ienes” por mês o tratamento de um único doente em fase final de vida.
    Mais tarde, Aso tentou explicar seus comentários. Ele reconheceu que sua linguagem fora “inapropriada” em um fórum público e insistiu que expressara apenas sua preferência pessoal. “Eu disse o que eu, pessoalmente, penso, não o que o sistema de assistência médica a idosos deve ser”, declarou ele a jornalistas.
    Não foi a primeira vez que Aso, um dos mais ricos políticos do Japão, questionou o dever do Estado para com sua grande população idosa. Anteriormente, em um encontro de economistas, ele já dissera: “Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas comem e bebem e não fazem nenhum esforço? Eu faço caminhadas todos os dias, além de muitas outras coisas, e estou pagando mais impostos”.

theguardian.com, Tuesday, 22 January 2013. Traduzido e adaptado.

Considere as opiniões atribuídas ao referido político japonês, tendo em conta que elas possuem implicações éticas, culturais, Sociais e econômicas capazes de suscitar questões de várias ordens: essas opiniões são tão raras ou isoladas quanto podem parecer? O que as motiva? O que elas dizem Sobre as sociedades contemporâneas? Opiniões desse teor seriam possíveis no contexto brasileiro? Como as jovens gerações encaram os idosos?

Escolhendo, entre os diversos aspectos do tema, os que você considerar mais relevantes, redija um texto em prosa, no qual você avalie as posições do citado ministro, Supondo que esse texto Se destine à publicação – Seja em um jornal, uma revista ou em um site da internet.

Instruções:
- A redação deve Ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. Não ultrapasse o espaço de 34 linhas da folha de redação.
- Dê um título a Sua redação.

Novidade!

7ºano - período Composto por Coordenação

  Coordenadas A oração coordenada, dentro do período, vem relacionada ou ligada a outra de igual função, de hierarquia igual. Elas podem est...