Marte Deus da Guerra - resumo

Juno concebeu o turbolento deus de um contato que teve com uma flor cultivada nos campos de Oleno, na Acaia.  Flora, a deusa da vegetação,  queria sido a inspiradora da terna ideia. Quanto aos aspectos físicos, Marte é um belo rapaz da corte Marcial. Ele ostenta com galhardia em seu peito uma soberba e reluzente armadura. O fato é que nenhum de seus pares de imortalidade parecia ao líder a menor simpatia, nem mesmo seu suposto pai, Júpiter. Este dizia que Marte era o mais detestável dos deuses que habitavam o Olimpo. Afirmava que o deus tinha o espírito intratável e teimoso de sua mãe. Apenas a bela Vênus, a deusa do amor, nutria uma afeição por Marte.

Na condição de deus da guerra, ele andava sempre na companhia de seus dois filhos de tremenda figura: o Medo e o Terror. Quando seu carro ardente surgia,  precedido por estes pavorosos Arautos, anuncia a fúria das batalhas que estavam prestes a se desencadearem. A Discórdia, com seus cabelos de serpentes, estava sempre a verter incessantemente uma baba fétida. Ela vai um pouco mais adiante deles, espalhando a intriga e a calúnia. Diante de Marte vai esse perverso conjunto de Arautos. Fechando o cortejo, estão aquelas que recebem o espantoso apelido de Cadelas de Plutão. Elas são as Queres, deusas sanguinários antecessoras dos modernos vampiros que mergulham sobre as vítimas abatidas para dilacerar suas carnes e beber seu sangue, depois arrastando para a morada das ondas.

As histórias das derrotas sofridas por Marte são mais abundante do que os relatos de suas vitórias. O pior dos seus fracassos seria quando o Marte viu-se aprisionado durante 13 meses dentro de uma jarra de bronze, por causa de uma afronta feita aos dois gigantes Aloídas, filhos de Aloeu e Ifimédia. Durante a guerra de Tróia, também não se saiu melhor com Diomedes,  guerreiro aqueu, que o feriu com uma lança dirigida pela mão de Minerva. Quando se retirou a lança, contudo, Marte não se suportou com tanta bravura quando se poderia esperar, pois lançou aos céus um grito tão alto quanto ou de 9 ou 10 mil guerreiros. 

Compreende-se, contudo, o motivo dessa Divina Rixa: é que Minerva, irmã de Marte deusa também associada a guerra, representa a tática e a diplomacia, apelando sempre ao instinto nobre do guerreiro; enquanto que seu irmão representa unicamente o aspecto sanguinários das guerras. Essa rixa combinou com o enfrentamento de ambos diante das muralhas da disputada Tróia: Marte lançou um dardo contra a irmã, que se desviou dele com facilidade, remetendo em seguida uma pedra sobre o pescoço do agressor que o deixou estendido ao solo, sem sentidos. Como isso não bastasse, teve de escutar os deboches que Minerva vencedora lhe lançou. No entanto, o fracasso de Marte não acabou ali. Sua coragem naufragou também quando, por duas vezes, teve que fugir vergonhosamente da fúria do invencível Hércules. Ao pretender vingar a morte da amazona Pentesiléia, morta por Aquiles, recebeu na cabeça raio da irado do próprio pai.

Este é Marte, Deus menor e privado de qualquer virtude, que só foi verdadeiramente cultuado com fervor pelos romanos, povo imperialmente bárbaro que só soube alcançar a grandeza através do ofício de pilhar e assassinar. Como esta cruel criatura pode aspirar o amor a Vênus e dar a ela um filho como o Cupido? Talvez porque sendo o amor também uma batalha, como todos os lances e estratégias de uma guerra, fosse natural que dois deuses estejam ao posto que acabasse por se sentir inevitavelmente atraídos. O fato é que, mesmo no amor, o atrapalhado deus não se saiu tão bem quanto esperava. Apesar de ter conseguido convencer a sua amada Vênus, teve que passar pelo de sabor de ser flagrado em pleno leito pelo marido desta, o não menos truculento Vulcano. Aprisionados ambos numa rede indestrutível, confeccionado a pelo próprio Vulcano, Marte ardoroso e  Vênus infiel, foram expostos à execração pública, diante de todos os deuses do Olimpo.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

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