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Miniconto ep. 4: A morte


O assalto. A perseguição. O tiroteio. A bala. O sangue. O hospital. A maca. Os médicos. O medo. A morte. O túnel. A luz. A ida. O adeus. O fim.

                                                                                                                                            Amanda Machado Reis

Noviço contista ep. : A varanda da esperança

Bruna esperava ansiosamente que o dia amanhecer deitada numa cama. Ela estava tão ansiosa que mal conseguia dormir. Esperava que o sol nascesse e que a lua manifestasse o adeus. Ninguém sabia o motivo da ansiedade de Bruna para que o dia amanhecesse. Era como um segredo. Finalmente o dia amanheceu.

Às sete horas da manhã, Bruna se levantou e lavou o rosto; penteou o cabelo e, antes de fazer qualquer outra coisa, pegou logo o melhor amigo, o banquinho, e se sentou na varanda da casa. A varanda parecia igual às outras, mas não era. Essa era chamada por Bruna de a “Varanda da Esperança”. É nela que a garota espera va todos os dias por alguém especial. É dela que Bruna observava passar pela rua uma pessoa especial. Ao vê-la passar, Bruna transformava os segundos em uma infinidade de tempo. Quando a pessoa desaparecia Bruna cria que o relógio se tornara o seu adversário. Dava-lhe uma ânsia, uma dor no coração. Tudo era inexplicável, indizível. Então a garota punha-se a perguntar: quando ele voltará. De repente a menina olha para o lado e dava um forte suspiro. O garoto estava a retornar. Bruna ficava sem palavras todas as vezes que olhava para o menino. Parecia igual à primeira vez em que ela o viu. Rapidamente sorriu . O coração estava pulando de alegria, quase saindo pela boca, só de vê-lo. As mãos da garota ficaram trêmulas, frias
e transpiradas; ela só conseguira dar um tchau para o menino.

Após uns minutos a refletir, Bruna se recolheu deixando na mente a imagem do garoto. Ela estava muito feliz. Estava como uma flor desabrochada: linda. O dia da garota se tornou maravilhoso, pois na memória permanecia viva a cena do garoto passado defronte à varanda e a certeza de que ela o olhou face a face. Parecia que o rapaz sorria para a garota, pois ele costumava dizer que o sorriso dele valia mais do que mil palavras.

Isso não não passava de uma fantasia e a garota tinha consciência disso, porém, ela nunca perdeu a esperança de que fantasia um dia se tornaria realidade. Sabia que era necessário esperar o momento correto, mesmo que isso demorasse muito tempo. Enquanto a realidade não chegava, a garota se deleitava na fantasia. Até nos sonhos da Bruna, o menino estava presente.

Tudo se parecia real quando a Bruna se sentava na varanda. Ao afastar-se dali, a incerteza invadia o seu coraçãozinho adolescente. A verdade é que ela vivia dos pequenos gestos gerados pelo movimento garoto. Na varanda, cada suspiro da adolescente, ao ver o garoto, era como uma raiz de esperança que nascia no seu íntimo. Um grande calor a tomava de baixo para cima, o qual a fazia se estremecer de prazer. O rapaz ia e voltava, porém menina nada lhe falava. Ficava apenas a olhar para o seu delírio amoroso. No seu pensamento havia a certeza de que há esperança para o coração apaixonado. Dizia a si mesma:
— “Nunca perca a esperança, pois se ele tiver que ser seu amor, um dia estará em suas mãos, Bruna”.

É por pensar assim que a Bruna nunca desistia do seu sonho, que era o garoto que passava na rua. Ela sabia que não vivia uma fantasia, pois o menino existia e um dia haveria a oportunidade de se encontrarem e falarem olhos nos olhos. Por mais difíceis que fossem as barreiras que interpunham entre ela e o adolescente, cria que iria vencê-las e conquistar o coração do amado. Para ratificar seu pensamento positivo, a menina recorria à fé. Dizia que nada é impossível para Deus, por isso cria que Ele a ajudaria conquistar o garoto dos seus sonhos.

Certo dia, a garota foi até a varanda e ficou mais de uma hora a esperar a passagem do garoto. Então ele apareceu na esquina e passou tranquilamente em frente à varanda da casa da Bruna. Ele, sequer, olhou para a varanda da casa, onde estava a menina. Isso se tornou um contratempo para a adolescente que a levou a reflexão sobre o que o garoto pensaria ao seu respeito. Ela dizia amar o garoto, mas não era correspondida com o mesmo sentimento que tinha por dele. Ficou muito confusa, pois não sabia se realmente o adolescente lhe amava. Então perguntou a sua consciência?
—Será que eu amo sozinha? Será que não serei correspondida?

Muitas coisas ruins se passaram em sua cabecinha. Uma delas era a possibilidade de o garoto ter uma namorada. Nesse dia o tempo foi o principal adversário da Bruna. Cada segundo que passava permitia a comutação de idéias inóspita ao sentimento que cultivara para com garoto. A cada suspiro, as idéias renasciam ainda mais fortes. Porém a Bruna não deixou as idéias apagarem o sentimento que havia plantado no coração. Prometeu a si mesma que desceria da varanda e iria à busca do rosto pelo qual se apaixonara. Dizia a si mesma que nunca perderia a esperança de conquistá-lo. Não contou nada aos pais; por precaução, guardou todo o sentimento no coração, pois sabia que a realidade poderia ser tratada como ilusão.

Michele Batista Pimenel - Ensino Fundamental.

Noviço contista ep. : A noite de terror no interior de Minas Gerais

Na cidade de Capim Branco morava em um apartamento um menino que se chamava Jason. Ele vivia uma vida normal. Porém com advento da separação dos pais, ele mudou o comportamento. A destruição do casamento atingiu a personalidade do menino. Em meio a uma disputa judicial entre o pai e a mãe, Jason preferiu ficar com a mãe. Ao findar a disputa pelo garoto, o pai de Jason partiu para Sete Lagoas, cidade vizinha de capim Branco.

Um dia o garoto recebeu uma ligação do pai. Era um sábado à noite. O pai lhe convidou para irem juntos ao cinema e assistirem a um filme. O garoto aceitou o convite; se arrumou e foi ao encontro do pai, que o esperava no portão da casa. Jason entrou no carro e partiu, com o pai, rumo a Sete Lagoas. Eles conversaram bastante durante a viagem. Ao chegaram à cidade, foram direto ao cinema e compraram os bilhetes para a sessão das vinte e uma horas. Era o último filme a ser exibido na noite. Tratava-se de um filme horripilante.

Acabado a sessão de cinema, os dois voltaram para Capim Branco. Durante a viagem, o garoto percebeu que estavam sendo observado por alguma coisa. Informou ao pai. Esse acelerou ainda mais o veículo. De repente caiu um meteoro no pára-brisa do veículo. O pai de Jason se descontrolou no volante e o carro bateu em um poste de iluminação pública. Eles se machucaram um pouco. O garoto estava consciente e observou que o meteoro se mexia. Então menino se lembrou do filme, em que um monstro saia do meteoro e matava a família de quem ele visse primeiro. O garoto entrou em estado de choque e nem conseguia se mexer. Estava estático, mas sentia o movimento do meteoro. Esse começou a se abrir e de dentro saia uma coisa esquisita, como uma cauda. Essa parecia uma lança.

O garoto percebeu que o seu pai também se mexia. A coisa continuava a se aproximar deles. Como um milagre, os dois conseguiram abrir a porta do carro e fugirem. Eles corriam na rodovia e, após alguns metros, Jason percebeu que o monstro havia agarrado o seu pai. A cena era incrível e horrenda: o monstro entrava na boca do homem. O menino ficou paralisado devido à cena. O monstro inseriu-se todo dentro do moço.

Depois de alguns segundos de paralisia, o garoto conseguiu correr novamente. Ele olhou para trás e viu que o monstro saia de dentro de seu pai. Na barriga do homem, só restou um buraco enorme. O garoto, assustado, correu ainda mais. Jason chegou ao apartamento em que morava. Ao entrar na casa, foi recebido pela mãe. Essa, ao ver o desespero do filho, lhe pediu que a contasse o que acontecera. Ao ouvir a história, a mãe de Jason ficou muito assustada e desmaiou.

De repente, o monstro pulou a janela do apartamento e agarrou o pescoço da mulher. Foi terrível a cena: ele a comeu o rosto. Ainda que estivesse com medo e nervoso, Jason conseguiu se lembrar do filme. no qual o o monstro morria por não suportar a acidez do vinagre. Sabendo disso, o garoto correu para a cozinha e pegou o pouco vinagre que restava no vidro. Como estava Cansado, ele se sentou em um canto da cozinha, e ficou esperando o monstro aparecer.

Não demorou quase nada de tempo e o menino observou que o monstro já estava em cima da pia, bem ao dele. Como em um puro reflexo, o garoto jogou o vinagre no monstro. Imediatamente, esse se retorceu até morrer, desaparecendo aos olhares humano. Ao perceber que o monstro sumiu, o garoto chamou a polícia e contou tudo o que havia passado aos seus pais. Porém a polícia não acreditou nas palavras de Jason. Ela disse que o menino estava traumatizado devido à separação dos pais e que a história do monstro não passava de uma fantasia infantil. Então o caso foi arquivado na delegacia, contudo, o delegado nunca conseguiu explicar a misteriosa morte dos pais de Jason. Ele criou várias teorias, mas descartou a participação de extraterrestres na morte do casal.
                                                                                                  Filipe Costa Toledo - Ensino Fundamental

Noviço contista ep. : O destino me espera

Uma moça, do interior de Minas Gerais, acabara de perder mais uma criança. Ela estava no quinto mês de gravidez. A tragédia a deixou muito emocionada, assim passou a carregar consigo a dor e o sofrimento pela perda. Fora a quinta tentativa de gestação mal sucedida, mas, mesmo assim, ela tinha no íntimo a esperança de um dia conseguir obter a felicidade de ser mãe. Por isso sussurrava aos ouvidos de Deus:
—Oh Senhor, por que tu és tão cruel para comigo?

Maria – esse era o nome da moça - era uma mulher que amava criança. Ela nascera em uma tribo indigna do interior de Minas, por isso amava as crianças, como é característica de todos os índios. Outra paixão de Maria era a natureza. Respeitava muito a mãe terra e tudo o era produzido por ela. A moça também gostava de se banhar nas cachoeiras da fazenda do coronel Valente, seu marido. Esse era muito mau. Na sua personalidade havia o rigor e o nervosismo. Era costume a esse moço maltratar as esposas. Maria não escapou dessa covardia masculina.

O dia estava ensolarado e propício para que a moça fosse se banhar em uma cachoeira, mas ela não saia do quarto. Comenta-se na fazenda que houve uma tremenda discussão entre o casal Valente. Uma voz murmurava no interior do quarto:
— Eu só quero ser livre. Não quero viver igual a uma prisioneira nessa fazenda. Era a moça reclamando do marido. A liberdade que ela almejava ia muito além da dependência do esposo. Queria ser livre a ponto de lutar contra os homens que destroem a mãe natureza. Essa era quem a índia mais amava na vida.

Tramitava na câmara de vereadores da cidade um projeto lei que tinha na pauta a previsão da construção de uma estrada para facilitar o acesso à cidade. Para que tal empreendimento fosse efetivado, era necessário haver a transposição das águas do rio que cortava a fazenda do Coronel Valente. Maria se preocupava com os animais aquáticos e ribeirinhos que seriam afetados pelo deslocamento do rio para dar lugar a uma rodovia.

A noite chegou. A garota dormiu preocupada com o projeto. No outro dia, pela manha, a moça acordou após sentir um beijo ao rosto. Era o coronel Valente. Assustada e confusa, ela pensou em fugir. Resignou-se. Aceitou o beijo do estúpido marido. Após se entregar ao Coronel, ela foi à mesa participar do café da manhã. Ao terminar a refeição, ouviu as seguintes palavras do marido:
— Eu sei que você ama aquele rio, por isso permitirei que você vá se banhar nele hoje, por que em breve consumarei o negócio com o prefeito: a transposição. Peco-lhe que não apronte nele lugar.
Maria abaixou a cabeça e saiu para o quintal. Estava confusa quanto à última frase pronunciada pelo esposo. Ela nunca havia desapontado o Coronel. Nunca fez coisa errada.

Às dezoito horas foi ao marido pedir a permissão para ir à igreja. Não suportava a angustia que carregava no peito e acreditava que o padre era a única pessoa que poderia auxiliá-la. Após passar ao confessionário, voltou ao rio. O objetivo era praticar o ritual indígena de purificação da alma. Era preciso se banhar em uma água gélida para expelir os maus espíritos que a perturbava. Após o banho, começou a passear pela margem do rio. Ela andou umas sete vezes treze metros e se deparou com uma surpresa. Então ficou transtornada.
— Meu Deus! O senhor me abençoou. Essa é a criança que eu tanto sonhei. Ela é a “Maria Eduarda”. Continuou:
—Minha santinha; minha filha! Abra os olhos que eu vou ajudar você.
Maria deu um longo sorriso ao ver a criança abrir os olhinhos.
—Que Lindo! Você está viva. Vamos para o seu novo lar.

A moça chega à casa toda feliz. O Coronel não estava na casa; ele havia ido à casa de uma comadre para ajudá-la a consertar o chuveiro que havia estragado – isso ocorrera na hora em que a mulher se banhava. O compadre do Coronel era caminhoneiro e, devido à profissão, era obrigado passar muitos dias longe do lar. A falta do compadre obriga o Coronel Valente auxiliar a comadre. Ele era como o santo remédio para os problemas. Isso era o que costumava dizer a mulher do caminhoneiro.

Ao chegar a casa, o coronel encontrou a esposa muito feliz. Não sabendo o porquê da felicidade, ele ficou muito desconfiado da moça e foi logo perguntando:
—Por que você está tão feliz? Que ocorreu de bom depois da missa?
—Meu amor, venha até o quarto que eu vou lhe mostrar.
O coronel ficou nervoso, mas não deixou a ira aparecer no rosto. Não aceitava as orientações do padre aos fiéis a praticarem ritos diferentes aos que eles trouxeram da infância. Via os religiosos com desconfiança. Os padres estavam a inovar nos ritos para domesticar os fiéis. Ao chegar ao quarto o moço tomou um susto e perguntou
— o que essa criança está fazendo na minha cama?
A moça respondeu ao marido:
— Eu a achei no rio. Agora ela será nossa filha. O nome dela é “Maria Eduarda”.
O coronel não gostou da idéia da mulher, porém a aceitou. Pediu a esposa que mudasse o nome da criança para Duda.

O tempo passou e a criança cresceu; como já estava na adolescência, a garota já conseguia entender os sentimentos da mãe, por isso chamou ao pai e confessou-lhe:
— Quando eu era criança, vi todo o tempo minha mãe chorar; porém ela não me contava nada, porque dizia que eu era pequena para entender os sentimentos de adulto. Agora eu não sou mais criança, por isso quero que o senhor ajude-me a descobrir esse mistério.
O coronel desconversou. Não esclareceu nada a Duda e tampouco disse que iria ajudá-la a desvendar os mistérios da esposa.

Passou-se uma semana e a menina encontrou a mãe a chorar em um canto da casa. Então lhe perguntou:
— Por que a senhora chora tanto mamãe?
— Não se preocupe comigo, minha filha. Respondeu-lhe Maria.
— Mãe, conte comigo. A senhora pode chorar em meus ombros. Eu quero ajudar à senhora. Pode contar comigo.
Devido à insistência da filha, Maria resolveu se abrir à companheira:
— Eu sou prisioneira de muitas coisas. Sou resignada a esse casamento fracassado. Não há a liberdade que almejo. Seu pai já me trancou várias vezes no nosso quarto e até me bateu.
— Às vezes acho que papai deveria viver nessa grande casa sozinho Ele é muito egoísta. Disse a Duda à mãe.
Ao sair do quarto, a garota ficou a imaginar o sofrimento da mãe. Disse a si mesma que estava muito triste, por haver ouvido a triste confissão da mãe.

Quando chegou a noite, todos foram dormir, exceto a Duda que permaneceu sentada no sofá a pensar na confissão da mãe. Após uns minutos, a menina se direcionou ao quarto da mãe. Quando Duda chegou ao local, solicitou à mãe que ouvisse uma boa notícia que recebera pela tarde. Contou a Maria que uma amiga da família, que morava na cidade grande, havia lhe convidado a passar uns dias nessa cidade e que poderia levar a mãe em companhia. Maria aceitou o convite da filha e nem pensou em pedir o consentimento do marido. Já estava cansada de ouvir uma resposta negativa. O rosto da índia ficou resplandecente de alegria, pois viajaria com a filha.

Partiram para a cidade grande na mesma semana. Maria estava decidida começar uma nova história, longe daquela fazenda e do coronel Valente. Julgava oportuna a ocasião para dissipar as angustias conjugal. Já a Duda acreditou haver cumprido uma parte da missão que lhe estava designada na terra, que era tirar a mãe daquele sofrimento. O convite da amiga da família foi a oportunidade de retribuir à mãe o carinho e o amor que brilhava nos olhos daquela índia desde o dia em que lhe salvara na beira do rio.

Os desejos de Maria não foram todos consumados, pois o coronel recebeu milhões de Reais da prefeitura pela transposição do rio e pela liberação da passagem da rodovia no interior da fazenda. Mas a liberdade pessoal da índia chegou. Dizem que o coronel viveu o resto da vida sozinho e que a Duda se casou com um deputado da cidade grande e teve dois filhos. A mãe, Maria, foi indicada pelo genro a um cargo na secretaria do meio ambiente da cidade grande.

                                                                                                  Thaynara Camila N. Ensino Fundamental

Noviço contista ep. : A casa assombrada

Era uma sexta-feira treze. Um jovem chamado Néas, que se considerava corajoso e forte, apostou com uns amigos que passaria a noite numa casa abandonada. Aposta aceita; então eles acompanharam o menino até o lugar em que ficava a casa. Chegando lá, eles deixaram o garoto próximo à porta da frente e foram embora. No terreno vizinho havia um grande cemitério e, na frente, um buraco tão fundo que algumas pessoas diziam que ele parecia dar ao inferno.

Néas entrou na casa. Logo as velas acendiam e apagavam, do nada. O lugar era muito escuro e fechado. Havia pouca ventilação, por isso era possível sentir o cheiro de enxofre. Havia teias de aranha por todos os lados e, quando o garoto olhava para algum lado, via vultos e ouvia risadas escandalosas. Então o menino teve medo. Ele começou a subir as escadas quando – crac! – um degrau de madeira podre se quebrou. Os outros degraus seguiram-se no mesmo ritmo. Néas controlou-se para não gritar. Ele estava com tanto medo que começou a tremer muito. A madeira não agüentou mais e se partiu toda. O menino caiu ao solo e se desmaiou. Ao voltar a si, ouviu novamente uma risada. O garoto suava muito. Em um instante pensou:
— Será o diabo? Será a morte? Algum extraterrestre? Monstro? Ou simplesmente algum pássaro a cantar?

Preferiu focalizar o pensamento na possibilidade dos risos serem o grunhido de algum animal silvestre. Para distrair um pouco e aguardar o tempo passar e ganhar a aposta com os colegas, ele foi procurar um lanche na cozinha. Lá, encontrou todos os ingredientes necessários a um lanche, só lhe faltava o catchup. Procurou... procurou... Por incrível que pareça o molho de tomate estava dentro da pia. O garoto o pegou e colocou no pão, porém o molho parecia meio aguado. Então percebeu que aquilo não era molho e sim sangue. Assustado resolveu ir embora, contudo a porta parecia trancada. Assim, ele se colocou a procurar uma saída e, quanto mais o menino ficava nervoso, mais vezes ele ouvia risadas.
—Não tenha medo, garoto. A morte vai te pegar. Há...há...há...

Então, Néas ouviu passos. Viu uma garotinha toda molhada com uma boneca que caminhava a sua direção. Ela aproximou do menino e lhe perguntou:
—Onde estou? Me perdi da minha mãe.

Atrás dela veio um cachorrinho preto e de repente apareceu a Morte, flutuando com uma foice afiada na mão. Não era possível ver a cara dela. A Morte levantou a foice e preparou-se para matar a menininha; porém o cachorro pulou-se na frente da garota e foi cortado ao meio pela afiada foice. Néas e a menina saíram correndo; a menina se cansou, tropeçou e caiu. Então Néas parou de correr e retornou para socorro a garota; imediatamente, ouviu uma voz de uma mulher. Parecia a mãe da menina. Nesse ínterim, a garota conseguiu escapar por um buraco que havia na janela. Porém a Morte operou um vôo rasante e, - zaz! – arrancou a cabeça de menina e da mãe dela. Vendo a cena, Néas correu... correu... até cansar. Então parou e gritou:
—Meu nome é Néas. Não vou morrer. Não tenho medo.

No dia seguinte, os amigos de Néas foram buscá-lo, mas não havia ninguém: nem na casa e nem fora dela. Eles se assustaram e rapidamente saíram do local. Só o que eles nem se perguntaram se Néas já havia ido para casa. Ao chegarem a casa, resolveram ir a procurar o amigo na casa dele. Chegando a casa do amigo, encontraram a mãe do garoto chorando, devido o filho não haver passado à noite anterior na casa. A mãe pensou que o filho havia sido sequestrado. Os garotos nem quiseram perguntar nada. Correram até a casa abandonada e olharam novamente. Os garotos não viram a ninguém.

Ninguém sabe o que aconteceu a Néas. Dizem que o espírito dele assombra aos jovens que apostam com os amigos que são capazes de passar uma noite em uma casa abandonada.

Maykylaine Rezende dos Santos – Ensino Fundamental

Miniconto ep. 5: A tragédia

O sonho. A realização. A mala. O aeroporto. O avião. O momento. A altura. O friozinho. O aviso. O medo. O grito. O silêncio. A saudade.
                                                                                Dileane Paula Silva

Novidade!

6º ano - gênero carta

Carta Pessoal x Carta Aberta Enquanto a carta pessoal trata de assuntos particulares, pessoais, a carta  aberta faz referência a assuntos de...