Alguém perguntou ao ver uma massa humana dirigindo
apressadamente ao palácio do Rei. Uma pessoa disse que era o senhor de Fora. As
pessoas iam fazer o que fazem todos os dias: admirar a beleza da filha do rei.
Juntando-se ao cortejo, O Curioso Forasteiro foi conferir essa beleza Tão
disputada. Eram três Belezas, Pois eram
três as filhas do soberano. As duas primeiras eram inegavelmente Belas. Mas
quando a terceira apareceu, a beleza das outras dos ficou completamente
esmaecida. Seu nome era Psiquê. A sua beleza fascinava a muitos; isso era tanto
que já estava se formando um culto em sua homenagem. Algumas pessoas
exageravam, dizendo que ela seria a própria Vênus, que decidira viver entre os
homens. Mas ao mesmo tempo em que se homenageava a deusa, comparada a beleza de
Psiquê, deixavam se abandonados os seus templos. Essa pronta chegou ao conhecimento
de Vênus, que decidiu vingar-se de alguma maneira daquela mortal. Vênus pediu
ajuda a Cupido, seu filho. Pediu ao arqueiro que Ferisse a mortal com uma de
suas retas. Queria que a moça fosse destinada a c&a mais monstruosa que se
podia existir, de tal modo que ela se tornasse a mais infeliz do mundo. Cupido
era sempre obediente e Partiu para o cumprir a missão.
Ao cair da noite, O jovem entrou no quarto
onde psiquê dormir e apontou para ela um de seus dados mais afiados, depois de
embebe-lo no filtro do amor. Quando o Cupido já tinha a seta apontada para o
peito da jovem, foi surpreendido por um gesto
inesperado dela. ao afastar os cabelos do rosto, a moça
involuntariamente esbarrou com a mão no braço do filho de Vênus, que acabou
ferindo-se levemente com sua própria seta. Psiquê abre os olhos, mas nada em
chegou, pois o deus do amor Estava invisível. Ele partiu impossibilidade
desejar o mal para uma jovem tão encantadora e Bela. Vênus conseguiu fazer com
que parte de seus objetivos fossem alcançados. Nenhum atendente se apresentou
mas para desposar a mais bela das filhas do Rei. As outras duas moças embora
menos disputados já haviam arrumado esposo e ironizavam psiquê perguntando a
ela pelo seu namorado. O rei ficou preocupado diante do inexplicável desse
preso que se abateram sobre a sua filha predileta. Ele decidiu consultar um
oráculo do Deus Apolo para saber das razões. O Rei tomou conhecimento de que
sua filha não se casaria com um mortal. Ela iria se casar com um ser alado e
perverso, que se compraz em ferir os homens e os próprios Deuses. Acrescentou
que a moça deveria ser abandonada em um Rochedo para que esse ser monstruoso
viesse levá-la para o seu palácio. O rei ficou inconsolável com esse
prognóstico Sombrio. Durante vários dias lutou contra a ideia de abandonar a
filha amada a esse ser monstruoso; por fim, sucumbiu a vontade dos Deuses. O
casamento fúnebre teve a sua data marcada. Após muito pranto, a jovem foi
levada em seus trajes nupciais até o Alto do Rochedo, onde foi abandonada a sua
própria sorte, pois assim determinou o Oráculo.
A noite desceu, escurecendo tudo ao redor da
vítima. Psiquê estava apreensiva e aguardava apenas o momento de ser
sacrificada, pois tinha a certeza de que era esse o seu destino. O tempo foi
passando sem que nada acontecesse. A moça acabou adormecendo. Nesse
instante, Zephyrus, Ventos suaves que
sobram vindo do Oeste, surgiram em bando e raptaram a jovem, que ainda estava
Adormecida no Alto do Rochedo. Aos poucos, Zephyrus foram descendo com a sua delicada carga, até que é depositado
sobre um vale coberto de flores, próximo a uma fonte de Águas Claras e
abundantes. Quando Psiquê despertou, a primeira coisa que viu Foi um castelo
que parecia saído de um sonho. A porta estava aberta. Parecia que lá dentro alguém
aguardava a moça. Uma brisa Mansa as suas costas a empurrou para diante; dentro
de um salão majestoso, recoberto de mármores e de pedrarias, a moça sentiu
profunda solidão. Começou a perguntar se havia alguém naquele Castelo. Ela
subiu lentamente pelos degraus de uma imensa escadaria de Porfiro, cujo
corrimões eram do mais puro e esverdeado Jade. Depois percorreu várias salas,
repletas das mais belas estátuas que seus olhos já haviam contemplados. Todas
representavam amantes Duos, cujo braços enlaçavam os corpos dos seus amados. Cada sala era mais
bela do que a outra. Finalmente a jovem Chegou a um quarto espaçoso, iluminado
Pela Luz Alegre de uma imponente lareira. Um leito perfeitamente arrumado
estava no centro do quarto, enquanto uma refrescante brisa agitava as
finíssimas cortinas rendadas da janelas. Nesse instante, uma voz delicada sou e
seus ouvidos, provocando susto. A voz dizia que a partir daquele dia o palácio
seria de psiquê e que ela, a voz, estaria ali para servi-la. Na parte interior
do aposento havia um quarto de banho. A moça ficou maravilhada com o lugar, que
havia uma banheira de mármore cheia de espuma. Disse que sentiu que sua túnica
deslizavam por sua pele e fora retirada por uma delicada mão invisível. Logo a
jovem estava mergulhada na água refrescante. Depois, a jovem desceu ao salão
principal, onde um banquete digno de uma rainha estava esperando por ela. Mais
tarde, disse que se recolheu Definitivamente a seu quarto, embora sempre
sozinha. Psiquê perguntava quem era a voz e por que nunca a pessoa parecia. Não
entanto, a voz não responde a nenhuma de suas perguntas. Ainda Exausta com os
acontecimentos, a jovem deitou em seu
magnífico leito e adormeceu. Cupido, tão logo teve a certeza de que sua amada
dormira, aproximou-se discretamente e
deitou-se a seu lado. Ficou longo tempo observando as feições da Moça. Depois
deu um beijo na boca da jovem que despertou assustada. Cupido pediu para a
jovem não se assustar. Durante a noite inteira, os dois se entregaram ao amor.
A moça nunca pude ver as formas de seu amado. Ela procurava enxergar com as
mãos deslizando seus dedos pelo rosto e pelo corpo inteiro aquele homem.
Os dias passaram sem que o futuro esposo e
psiquê se manifestar de forma visível, embora continuasse a visitá-la. A jovem
foi aos poucos se familiarizando com todo o esplendor do Castelo e começou a
sentir falta da presença física de alguém. Ela clamava pelo marido para que ele
fizesse companhia. O Homem Invisível dizia a moça que poderia feri-la e
provocar um sofrimento como nunca antes talvez ela tenha experimentado. A moça
disse ao marido que tinha saudades e sua família e gostaria imensamente de
poder rever os pais e as irmãs. Cupido, sempre invisível, prometeu pensado
pedido. Na mesma noite, o amante retornou com uma boa notícia: estava disposto
a permitir que suas irmãs viessem visitá-la. Radiante de alegria, disse que abraçou por vazio, agradecendo o
seu querido esposo. Temeroso de perder a sua amada esposa, pediu que ela tomasse
muito cuidado com suas irmãs, pois elas ficariam tomadas pela inveja quando
vissem que Psiquê era a senhora do Castelo de todas as riquezas que ele
continha. Zephyrus, instruídos por Cupido, trouxeram as irmãs de psique, da
mesma maneira que haviam trazido a jovem. Ainda impactadas por aquela viagem,
as irmãs aventuraram ao palácio, conduzidas pelas mãos de psiquê. Uma delas
perguntou à jovem se tudo aquilo lhe pertencia. A irmã de esse que não se
contia de inveja. Embora viver em um Palácio, o seu nem chegava a sombra disse que tinha agora diante
dos olhos. Um rancor surdo agitava também a alma da outra irmã. Ela que o saber
onde estava o maravilhoso marido de psiquê. Ela tinha a esperança de que ele
fosse mesmo um ser horroroso, tal qual prediz o Oráculo de Apolo. Disse que foi
obrigada a confessar que jamais pusera os olhos nele. A primeira irmã logo
disse que o marido da irmã deveria ser tão monstruoso que não tinha coragem de
aparecer abertamente. Disse que o marido da jovem era um monstro e que cedo ou
tarde ele iria matá-la. A jovem ficou atordoada por aqueles sobre os
prognósticos e se encheu de medo de seu enigmático esposo. Uma das irmãs correu
até a cozinha e ao voltar lhe Estendeu uma faca afiada ordenando que psiquê
matasse seu próprio marido. A moça não entendeu. A irmã afirmou que é
necessário matá-lo antes que ele a matasse. A invejosa orientou psiquê que
naquela noite fizesse o seguinte: assim que Cupido deitasse e viesse a unir com
ela, assim que ele adormecesse, ela deveria se levantar tomada de uma lâmpada e
Iluminasse a figura do marido para ver quem ele era verdadeiramente. Naquele
momento, era necessário que a jovem estivesse com a faca na mão. Assim que
percebesse que tinha um monstro de usa seu lado, deveria transpassar seu
coração com a lâmina, sem pensar duas vezes. A jovem imaginou que o conselho
era de dado pela amizade resolveu finalmente decifrar o mistério. Naquela mesma
noite, psiquê colocou em execução o seu plano. A moça pegou a lâmpada e dirigiu
sua luz em direção ao rosto do esposo. Uma inflamação do incontido espanto
escapou dos lábios da jovem quando visou o rosto de Cupido. Ela tinha diante
de si o mais belo rosto que seus olhos já tinha visto. Porém, ao inclinar-se
para ver melhor as feições do seu amado esposo, inclinou demasiadamente a
lâmpada, o que fez com que uma gota do azeite caísse sobre o ombro dele. Cupido
abriu os olhos enxergou a jovem que impunha lava numa das mãos a cadeia e na
outra Adaga afiada. Colocou-se em pé exclamou dizendo que amada havia escolhido
segue os conselhos maldosos de suas péssimas irmãs em vez de confiar em suas
palavras. Psiquê tentou justificar a sua ação. Disse que jamais havia
pretendido fazer mal ao seu amado. Mas naquele momento Cupido havia deixado o
quarto voando pela janela. A moça caiu desconsolada na cama. Quando ergueu a
cabeça, percebeu que estava deitada sobre a grama verde dos campos. Ao seu
redor não havia sinal do seu maravilhoso Castelo. A jovem nada entendeu.
Relanceando olhar ao redor, percebeu que estava a poucos metros da casa de suas
irmãs. Psiquê correu para lá para buscar alguma explicação. Depois de ser
recebida com espanto por elas, contou toda a sua terrível história. Uma das
irmãs fingiu sentir pesar. A outra disse que aquilo era o preço da ingratidão,
fingindo revoltada. Disse que tudo era culpa de Psiquê, que deveria ter sido
mais generosa, depois de tudo o que Cupido fez por ela.
No mesmo dia, as duas irmãs decidiram voltar
ao local onde havia sido raptado pelos Zephyrus, na esperança de que esses as
conduzissem de volta para o Palácio de cupido. Objetivo era que uma delas
pudesse ser escolhida para substituir a ingrata irmã. Deitaram sobre A Relva e
aguardaram que os zéfiros surgissem novamente. Estiveram ali durante muito
tempo sem que soprasse a menor brisa. Um calor insuportável descia dos céus. As
coléricas clamavam aos Ventos e os xingavam de idiotas. Em resposta, sentiram
uma forte brisa sopra seus rostos. Elas acharam que eram os Zéfiros que estavam
chegando para levá-las até o palácio Encantado. Enquanto isso, Psiquê, desesperada Decidiu ir falar pessoalmente com
Vênus, uma vez que já sabia que era mãe de cupido. A deusa estava irado e
perguntou para a moça se ela havia indo até o templo para terminar de matar ou
seu filho. Psiquê disse que afirmou para mãe de cupido que jamais tivera a
intenção de praticar o crime. A deusa não se comoveu com as palavras da jovem e
Decidiu mantê-la sobre o seu serviço; ela maltratava a moça e impunha serviços
e obrigações acima de suas forças. A jovem suportável tudo com ânimo forte,
disposta aí até o fim apenas para reaver o seu esposo. Vênus percebeu que a
moça era resistente e decidiu impor uma tarefa além de suas forças: queria que
Psiquê fosse até os infernos para pedir a prosérpina que enviasse a Vênus uma
caixa de beleza, pois havia perdido um pouco da sua ao cuidar do seu filho
doente. A moça não sabia como chegar ao Reino de plutão e entrou em desespero.
Chegou a pensar em desistir da própria vida, quando uma voz invisível disse-lhe que ia ensiná-la como
chegar a Prosérpina. A mesma voz prossegui a lhe falar indicando o melhor meio
para alcançar Hades Sombrio. A moça escutou tudo com grande atenção e parte
logo em seguida para cumprir sua missão. Andou por vários dias até alcançar uma
gruta, no interior da qual descortinou uma fenda que conduzia ao reino de
plutão. Munido somente de sua coragem, a
moça penetrou nos escudos labirinto da Morada dos mortos.
Depois de convencer o
Barqueiro Caronte a levá-la para outra margem do rio, Passou incólume, intacta,
por Cérbero; adiantou-se e chegou finalmente diante de Prosérpina, e fez o que
Vênus lhe ordenara. Após ter recebido das mãos da rainha Infernal a caixa
mágica, Psiquê preparar-se para levar o precioso objeto para a deusa do amor.
No entanto, ficou curiosa em saber o que afinal havia dentro da caixa. Ela se
lembrou da voz misteriosa que pediu para não abrir a caixa. No entanto,
curiosidade era grande. A moça abriu a caixa e foi envolvida por uma nuvem
mortal - a nuvem do eterno sono. Psiquê
caiu ao solo como morta. Comprido não aguentava mais de saudade sua adorada
esposa e resolveu sair à sua procura, aproveitando o descuido da vigilante mãe.
O jovem voou de um lado para outro até que encontrou Psiquê caída no chão,
desacordada. Cupido disse que sabia que a curiosidade da jovem iria estragar tudo
outra vez. Cupido, no entanto, conseguiu retirado o corpo psique o sono mortal
e devolvê-lo para dentro da caixa.
Aos poucos, a moça foi reabrindo os olhos até
perceber que estava nos braços de seu amor. Cupido pediu que é amada levasse a
caixa para sua mãe, mas que jamais tentasse abrir lá outra vez. Disse que
enquanto ela levava a caixa para Vênus, ele iria a ter Júpiter para medir que o
Deus Todo Poderoso convencer-se a Vênus a aceitar Psiquê esse que Como sua
esposa. Cupido alcançou um rápido voo e foi Cumprir o que dissera. Tanto
implorou ao Deus dos Deuses que esse decidiu interceder a favor de ambos diante
de Vênus. Psiquê foi chamada a presença dos Deuses e recebeu das mãos do
próprio Júpiter uma taça contendo o Néctar da imortalidade. Júpiter disse a
Psiquê que a partir daquele momento ela seria uma deusa também. Enquanto ela
bebia o néctar, uma borboleta pousou sobre a sua cabeça. Ela e cupido uniram-se
assim num amor feliz e eterno.
Por Geraldo Genetto PereiraProfessor, escritor, blogueiro, youtuber.Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.