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1ª série - ensino médio - prova da novela gráfica (novel graphic) Triste Fim de Policarpo Quaresma

QUESTÃO 1

A novela gráfica Triste Fim de Policarpo Quaresma contém desenhos de Edgar Vasques, roteirizados por Flávio Braga. Ela é um dos clássicos da literatura brasileira ganha nova vida, demonstrando a atualidade da visão ácida de Lima Barreto sobre os descaminhos do projeto brasileiro de nação. Sobre essa novela MARQUE a informação FALSA.

A) A capa do livro Triste Fim de Policarpo Quaresma traz a imagem da personagem principal da obra com a bandeira do Brasil no ombro e uma arma apontada para a cabeça dela.

B) Na orelha do livro, há informações sobre o autor e a data de publicação da obra original.

C) Na orelha do livro, há uma resenha crítica sobre a obra original.

D) Na capa do livro, a personagem principal carrega, na mão direita, a Constituição do Brasil, contida em um livro de capa dura.

QUESTÃO 2 

Escrito por Lima Barreto em 1911, Triste fim de Policarpo Quaresma é uma brilhante sátira aos ideais positivistas e nacionalistas que nortearam a Primeira República. A história narra as desventuras de Policarpo Quaresma, personagem que encarna melhor que qualquer outro em nossa literatura o credo ufanista e suas desilusões. Sobre a obra, em formato de novel gráfica, é INCORRETO AFIRMAR

A) Na novela gráfica, há um prefácio escrito por Beatriz Resende, no qual, ela critica negativamente o livro de Lima Barreto, devido ao nacionalismo exacerbado contido na obra original.

B) Beatriz Resende relata, no prefácio, que Lima Barreto é um simulacro do Major Quaresma, uma vez que ambos foram internados no mesmo hospício no Rio de Janeiro.

C) Segundo Resende, “Triste Fim de Policarpo Quaresma” foi escrito para ser publicado em folhetinhos do Jornal do Comércio. A obra de Barreto transformou-se livro em 1915.

D) A Narrativa foi escrito no século XX, mas os fatos ocorrem no século anterior. Na obra, “Triste Fim de Policarpo Quaresma” há relato, de forma literária, da Revolta Armada ocorrida no Brasil. Inclusive o episódio final da obra é um retrato do que acontecia no cenário carioca da época.

QUESTÃO 3

Atente-se à imagem.


Marque a INFORMAÇÃO FALSA sobre o texto de Beatriz Resende.

A) Policarpo Quaresma defende a pátria e os valores nacionais, lutando pela defesa dos costumes, das línguas originárias como vernáculas. Além disso, ele sai da capital e vai para o campo para provar a riqueza orgânica das terras brasileiras, mas é derrotado pelas formigas.

B) Como democrata, segundo Resende, Policarpo Quaresma pega em arma para defender a pátria, oferendo ajuda ao presidente do Brasil; mas nesse caminho, ele defronta com a violência militar, a prepotência do governo, a corrupção e covardia dos poderosos.

C) Segundo Rezende, Quaresma percebe que na República, pela qual lutava, os pobres tinham que aceitar com docilidade o papel que a elite lhes atribuía, caso contrário, eram exterminados.

D) Para Resende, pelo final do romance e da vida da personagem principal, fica claro que a primeira Grande Guerra ocorrida no Brasil confirma que a ideia de lutas nacionalistas e amor à Pátria opõe-se aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade defendidos pela Revolução Francesa.

QUESTÃO 4 

Leia.

Leia as informações abaixo e marque aquela que contradiz a narrativa da novela gráfica Triste Fim de Policarpo Quaresma.

A) No início da narrativa, Policarpo é orientado a parar de circular pelas ruas do Rio de Janeiro com seu violão, pois, é uma pessoa respeitada e já adulta. Logo, ele rebate tal orientação dizendo que “homem que toca violão é um desclassificado", uma vez que circular com instrumento de corda tornou-se moda no Brasil.

B) Enquanto toca violão, o Major é convidado a jantar fora, mas rejeita o convite, pois, aguarda a chegada de Ricardo, amigo seresteiro. Isso causa surpresa à mulher que fez o convite, pois, tal ação de participar de seresta não era comum à elite carioca.

C) Ricardo trata o violão como um ser humano, chegando a dizer que o instrumento de corda precisa de cuidado e carinho. Além disso, faz uso de figura de linguagem denominada personificação - prosopopeia - quando diz que o violão foi criado para falar.

D) Após a chegada de Ricardo a casa do Major Policarpo, há presença de duas visitas: a afilhada do Major e o amigo Coleonel. Ao vê-los, o anfitrião começa a chorar. Questionado sobre o motivo do choro, diz que isso é uma forma de receber bem os visitantes; nega apertar as mãos das visitas, pois, isso não é um costume nacional, já que os originários, tupinambás, agem semelhante ao major.

QUESTÃO 5 


Em relação ao debate sobre a cultura nacional na obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, marque a assertiva falsa.

A) Durante o almoço, Ricardo e Policarpo debatem sobre os valores culturais do piano, violão, inúbia. O primeiro critica os instrumentos usados pelos nativos. O segundo rebate a crítica dizendo que se os objetos da cultura indígena não têm valor, logo o violão e o piano não devem ter. Um diz que estes são capadócios e o outro alega que aqueles são "nossa origem" brasileira.

B) A narrativa dá um salto temporal e apresenta a personagem Policarpo informando que enviou um requerimento a Câmara dos Deputados pedindo a decretação do tupi-guarani como língua nacional, pois, acredita que o Brasil precisa de emancipação idiomática.

C) Na semana seguinte ao envio do requerimento de mudança idiomática, o major é interrogado no quartel. O superior diz que Policarpo foi ousado demais, já que não é qualificado em matemática astronomia, sociologia e moral. Nesse contexto científico, o superior de Quaresma leva em consideração os conhecimentos acadêmicos ligados à linguagem como sociolinguística, gramática e etimologia para validar os argumentos contra ação do major.

D) Logo após o envio da proposta de mudança de idioma brasileiro, a afilhada questiona o padrinho sobre a ação de substituir a língua portuguesa pela Tupi. Quanto ao requerimento, os congressistas rejeitam a ideia de mudança linguística.

QUESTÃO 6

“Após sair do hospital psiquiátrico, ele resolve se afastar da sociedade e passa a viver em um sítio. O local, situado na cidade interiorana de Curuzu, ficou conhecido como “Sítio do Sossego”’.

Sobre o conteúdo da narrativa da novela gráfica lida, marque a informação incorreta.

A) Dando mais um salto temporal, em relação a obra original, a novela gráfica apresenta Policarpo aposentado. Nesse momento, traz vários comentários de terceiros sobre o major. Há quem afirma que o homem enlouqueceu devido ao excesso de prática leitora, já que há muitos livros na sala da casa dele, sendo que todos foram lidos pelo dono. Logo, isso o levou à loucura.

B) Na sequência da narrativa, Policarpo está em um manicômio. Para retratar internos, o desenhista insere três personagens: uma afirma ser Átila, o rei dos hunos que matou milhares; outra diz ser sócia do banco de Londres e uma senhora afirma que "a maior sabedoria é o esquecimento".

C) Após Policarpo ser liberado do Sanatório, Olga o aconselha a comprar um sítio e cultivar frutas e hortaliças. Ele topa a ideia afirmando que as terras brasileiras são as mais férteis do mundo, por isso, irá plantar outros alimentos, já que acredita que fará uma excelente administração do lugar.

D) Após aceitar a proposta de Olga, o major compra o “Sítio do Sossego” e contrata Anastácio para ser o criado que ajudará o patrão na lavoura, uma vez que Policarpo não domina o cultivo da terra e precisa ser orientado por Anastácio.

QUESTÃO 7 


“O palácio tinha um ar de intimidade, de quase relaxamento, representativo e eloquente. Não era raro ver-se pelos divãs, em outras salas, ajudantes-de-ordens, ordenanças, contínuos, cochilando, meio deitados e desabotoados. Tudo nele era desleixo e moleza. ”

A respeito da narrativa da novela gráfica, marque a alternativa Falsa.

A) Na Praça da República, o Major e o General encontram o tenente Pontes que se casará com Lalá, filha do general. O tenente afirma que "os Piratas" querem "atrasar o progresso acabando com a ordem".

B) Antes de se encontrar com o presidente, Policarpo relê um memorial que traz informações sobre atuação de Floriano Peixoto durante o governo do Brasil. Quaresma tenta entregar o documento em mãos do governante, mas, esse o pede que coloque o documento sobre a mesa. Durante a conversa com o major, o presidente rasga o memorial, pois, as ações contidas nele são inverídicas.

C) Enquanto conversa com presidente, no gabinete presidencial, Policarpo revela que nunca foi um oficial do exército, mas isso não o impediu que o governante oferecesse uma graduação que lhe conviesse. No entanto, o recrutado preferiu manter o posto de Major. Logo, fica sabendo da redução dos salários dos militares para não onerar o Tesouro Nacional. Mesmo assim, aceita a proposta de 400 mil reis.

D) Ao visitar o quartel, Policarpo encontra o amigo Ricardo que está detido e teve o violão apreendido. Esse pede por socorro. Aquele solicita que o instrumento seja devolvido ao dono. Houve a devolução, em contrapartida, Ricardo deve servir ao exército.

QUESTÃO 8

O excerto abaixo necessita de pontuação para que fique adequado à fala da personagem Quaresma. Faça a reescrita promovendo a adequação.

“Eu matei minha irmã eu matei e não contente ainda descarreguei um último tiro quando o inimigo arfava ajoelhado [...].

(Trecho da carta de Policarpo a Adelaide).

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QUESTÃO 9

Sobre ética na cultura digital, marque Verdadeiro (V) ou falso (F) sobre o que se assevera.

[ ] A ética na cultura digital é usada para se referir a um conjunto de princípios, valores e práticas que orientam o comportamento das empresas e indivíduos no ambiente digital.

[ ] Os princípios da ética digital incluem a privacidade, segurança, transparência, responsabilidade, autonomia, autenticidade, integridade e acessibilidade.

[ ] Práticas éticas se baseiam no respeito à privacidade dos dados pessoais dos usuários, incluindo a coleta, armazenamento, uso, venda de informações ainda que não autorizados.

[ ] Em um mundo cada vez mais conectado, as informações passam a se tornar um ativo para as empresas, e a proteção e segurança dessas informações são essenciais para o sucesso e sustentabilidade do negócio.


QUESTÃO 10
Produza uma frase usando os seguintes vocábulos:

A) Refutar.

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B) Suscitar.
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C) Concomitar.
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D) Impropérios.
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E) Procrastinar.
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F) Postergar.
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Projeto máscara afro-brasileira

Este projeto foi apresentado na Universidade Federal de Minas Gerais/Faculdade de Educação, na disciplina: Didática de Ensino.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.
Disciplinas
Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Arte.

Público alvo
Anos finais do Ensino Fundamental

Conceitos teóricos
A principal fundamentação desta proposta de prática de ensino está nos Parâmetros Curriculares Nacionais que propõe que a escola trabalhe com a diversidade cultural e formação ética e estética através da arte. "Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:
  • Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país;
  • Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
  • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania."
  • Abordar ética no ensino e aprendizagem de Arte é, sobretudo, tratar da relação entre ética e estética.
  • Trabalhar ética e estética na produção de arte dos alunos e de artistas significa considerar suas possibilidades criadoras correlacionadas com as realidades socioculturais e comunicacionais em que vivem. Na elaboração artística, há questões e situações que são inerentes à arte e que podem ser problematizadas, como o respeito mútuo, a justiça, o diálogo, a solidariedade humana.
  • Os professores de Arte podem planejar experimentos e debates que ajudem os alunos a posicionar-se com sensibilidade e critérios éticos, diante de um conjunto de circunstâncias, por vezes contraditórias, que coexistem na vida das pessoas. São, entre outras, situações relacionadas a: manifestação de respeito ou desrespeito sobre as produções artísticas de diferentes grupos étnicos, religiosos, culturais. Aspectos de ética estão presentes em situações humanas de todos os temas transversais, ou seja, à pluralidade cultural, etc."
  • O estudo pluriculturalista considera como os diversos grupos culturais encontram um lugar para arte em suas vidas, entendendo que tais grupos podem ter necessidades e conceitos de arte distintos. O sentido pluriculturalista amplia a discussão sobre a função da arte e o papel do artista em diferentes culturas, assim como o papel de quem decide o que é arte e o que é arte de boa qualidade. Essas discussões podem contribuir para o desenvolvimento do respeito e reconhecimento de diferenças.
Objetivo geral:
Apresentar a cultura africana como formadora da identidade brasileira.

Objetivos específicos:
Fomentar os alunos a refletirem sobre a identidade cultural brasileira; propor o reconhecimento das influências dos hábitos africanos nos hábitos brasileiros; de forma subliminar, enfraquecer o racismo através da identificação dos alunos com a cultura negra; oferecer atividade artística a adolescentes que são tolhidos de tal na escola.

Textos base
  • "Povos e línguas africanas", Yeda Pessoa de Castro
  • "A rota dos tambores no Maranhão", Ilê Aiê 2003
  • "Africanismos no português do Brasil”, Margarida Maria Taddoni Petter
  • "O evento Kakilambê, uma dança e máscara de mesmo nome, originários do povo Baga, da Guiné", Pedro Mendes
  • "Os Yaka; suas origens e sua concepção de arte e religião; o duplo sentido do termo nkisi ou muquixe", Alberto Oliveira Pinto
  • "Deixei meu coração em baixo da carteira - Um início de conversa com os educadores infantis sobre o preconceito e as questões raciais", Yvone Costa de Souza
Metodologia
O trabalho será realizado em uma sala de aula extensa, com carteiras e com um aparelho de som.
Para conhecer as ideias e imagens que os alunos têm da África, pediremos que cada um desenhe em papel ofício, com giz de cera e lápis de cor, aquilo que primeiro lhe vem à cabeça quando eles houvem a palavra "África". 

Além disso, tem-se a intenção de comparar a cultura do Brasil e da África. Para isso faremos coletivamente a leitura do texto "Vocabulário afro-brasileiro", refletindo ou discutindo o que for proposto pelos alunos, e partiremos para o trabalho de fotos. 40 fotos, brasileiras e africanas, serão entregues aos alunos para distinguirem a qual região pertence a imagem e então colar a foto no mapa correto, do Brasil ou do continente africano. Estes mapas foram desenhados e recortados em EVA e ficarão na escola com as fotos anexadas. Esta atividade será realizada ao som de músicas africanas.

Concluída a fixação, discutiremos as semelhanças entre os dois lugares, faremos verbalmente as possíveis correções, mantendo no mapa do Brasil as fotos africanas que lá estiverem e no mapa da África as brasileiras. Lembraremos aos alunos a entrada dos africanos no Brasil, motivo de tantas semelhanças entre as imagens apresentadas.

A atividade criativa que usará elementos da cultura africana é a confecção de máscaras. Os alunos verão fotografias de máscaras africanas e lerão o texto "A arte das máscaras". Também com músicas ao fundo, a partir de um modelo pronto de máscara, os adolescentes construirão as suas com os seguintes materiais: taquara, papel cartão, papel crepom, sisal, fibra, lã colorida, saco de papel, tecido (chita), barbante, cola quente, tesoura.

Já mascarados os alunos receberão uma lista com palavras do português do Brasil que têm descendência africana e se dividirão em grupos de 6 ou 7 pessoas para compor uma música com tais palavras. Os instrumentos usados serão de percussão, incluindo xique-xique de lata com milho construído pelos alunos. Cada grupo deve escolher um ritmo e terão 30 minutos para experimentarem e chegarem a um formato musical com instrumento e letra. Realizadas as composições, os grupos se apresentarão, um de cada vez, para o coletivo.

A importância da criação musical e da máscara está em incorporar com autonomia elementos artísticos de outra e própria cultura. Atividades artísticas costumam aflorar e trabalhar áreas sensíveis, então apresentar a África como formadora do Brasil através da arte pode ter uma receptividade maior pelos alunos, e principalmente internalização do realizado já que a produção criativa também é do interno. Ao final, concluiremos refletindo coletivamente sobre as atividades, recuperando os desenhos caso alguém levante questões sobre imagens que temos da África.

Cronograma
  • A prática será realizada em uma data específica. O período programado é de 4hs de duração, incluindo intervalo para lanche.
  • A ordem das atividades será:
    •  Apresentação das pessoas e da proposta; 
    • Desenho livre; 
    • Leitura do 1º texto; 
    • Trabalho com fotos;
    •  Intervalo; 
    • Leitura do 2º texto; 
    • Construção da máscara; 
    • Composição musical;
    •  Fechamento.
Referências bibliográficas
CASTRO, Yeda Pessoa, Povos e línguas africanas In: Falares africanos na Bahia, Academia Brasileira de Letras.
PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) - MEC

Anexos:
 
Texto I

Vocabulário Afro-brasileiro
A África é um continente composto por 53 países, mas o número de línguas faladas nesta região é muito maior: cerca de 1900. Em 1955, um linguista chamado J.H. Greenberg classificou todas as línguas da África. Entre essas línguas havia algumas com grandes semelhanças que foram denominadas BANTO, que foi o primeiro grupo a despertar a curiosidade dos pesquisadores estrangeiros. O nome banto passou a ser utilizado para denominar 190 milhões de pessoas que habitam territórios localizados abaixo da linha do Equador, em uma área correspondente a 9 milhões de Km². Nesta área estão países como Camarões, Angola, Moçambique, Quênia, África do Sul, entre muitos outros.

E o Brasil, qual a ligação do nosso país com o banto? Simples, africanos da área banto foram trazidos à força para o Brasil, em especial para a Bahia, na época em que a escravidão era permitida. Junto a eles vieram também negros de outras regiões africanas, chegando ao Brasil cerca de 200 falares da África. Mas as principais marcas percebidas no português atualmente estão com os bantos e com os iorubás, sendo estas línguas também formadoras da língua portuguesa brasileira. Palavras como moleque, camundongo, cacunda, catinga, jaca, mandinga, barba, inhame, etc., vieram da África para o Brasil junto de vários costumes que fazem parte da nossa cultura.

Texto II

A arte das máscaras
A África é um continente de muitos ritos e religiões. Um dos elementos mais usados nestes eventos é a máscara. Em geral, as máscaras africanas têm um papel sagrado e possuem virtudes mágicas. O sagrado está na crença de que ela carrega uma divindade e é capaz de afetar tudo o que estiver em sua volta.
A África é um continente muito grande, por isso há muitas diferenças entre um país e outro. Mas no geral as máscaras simbolizam espíritos naturais e são utilizadas durante cerimônias associadas a novas colheitas, às iniciações masculinas e femininas, casamentos, nascimentos e também funerais, para acalmar o espírito que morreu. As máscaras também são usadas para espantar os maus espíritos, curar os doentes, agradecer à natureza pelos bens que ela oferece ao homem (o sol, a terra e a chuva), trazer saúde para os jovens.

O material mais usado para fazer a máscara é a madeira verde, embora existam também peças de marfim, bronze e terracota. Antes de começar a entalhar, o artesão realiza vários rituais no bosque, onde normalmente desenvolve o trabalho, longe da aldeia e usando ele próprio uma máscara no rosto. A máscara é criada com liberdade, sem precisar de esboço.

O Brasil não tem tradição tão forte de máscaras quanto os países da África. Mas como nosso país é formado por muitos africanos, por causa do tráfico de escravos, alguns lugares do Brasil tem o costume de usar máscaras em eventos como bumba-meu-boi, folia de reis e outras manifestações folclóricas. Outras culturas colaboraram com o uso de máscara no Brasil: muitos índios brasileiros, usando-a para rituais, e os portugueses que no século XIX passaram a fazer baile de Carnaval usando máscaras.

7ºano - prova de português - conto

A orelha de Van Gogh”

Estávamos, como de costume, à beira da ruína. Meu pai, dono de um pequeno armazém, devia a um de seus fornecedores importante quantia. E não tinha como pagar. Mas, se lhe faltava dinheiro, sobrava-lhe imaginação… Era um homem culto, inteligente, além de alegre. Não concluíra os estudos; o destino o confinara no modesto estabelecimento de secos e molhados, onde ele, entre paios e linguiças, resistia bravamente aos embates da existência. 

Os fregueses gostavam deles, entre outras razões porque vendia fiado e não cobrava nunca. Com os fornecedores, porém, a situação era diferente. Esses enérgicos senhores queriam seu dinheiro. O homem a quem meu pai devia, no momento, era conhecido como um credor particularmente implacável. Outro se desesperaria. Outro pensaria em fugir, em se suicidar até. Não meu pai. Otimista como sempre, estava certo de que daria um jeito. Esse homem deve ter seu ponto fraco, dizia, e por aí o pegamos. Perguntando daqui e dali, descobriu algo promissor. O credor, que na aparência era um homem rude e insensível, tinha uma paixão secreta por van Gogh. Sua casa estava cheia de reproduções das obras do grande pintor. E tinha assistido pelo menos uma meia dúzia de vezes o filme de Kirk Douglas sobre  a trágica vida do artista.

Meu pai retirou na biblioteca um livro sobre van Gogh e passou o fim de semana mergulhado na leitura. Ao cair da tarde de domingo, a porta de seu quarto se abriu e ele surgiu, triunfante:
– Achei!
Levou-me para um canto – eu, aos doze anos, era seu confidente e cúmplice – e sussurrou, os olhos brilhando:
– A orelha de van Gogh. A orelha nos salvará.

O que é que vocês estão cochichando aí, perguntou minha mãe, que tinha escassa tolerância para com o que chamava de maluquices do marido. Nada, nada, respondeu meu pai, e para mim, baixinho, depois te explico. 

Depois me explicou. O caso era que o van Gogh, num acesso de loucura, cortara a orelha e a enviara à sua amada. A partir disso meu pai tinha elaborado um plano: procuraria o credor e diria que recebera como herança de seu bisavô, a orelha mumificada do pintor. Ofereceria tal relíquia em troca do perdão da dívida e de um crédito adicional.
– Que dizes?

Minha mãe tinha razão: ele vivia em um outro mundo, um mundo de ilusões. Contudo, o fato de a ideia ser absurda não me parecia o maior problema; afinal, a nossa situação era tão difícil que qualquer coisa deveria ser tentada. A questão, contudo, era outra:
– E a orelha?
– A orelha? – olhou-me espantado, como se aquilo não lhe tivesse ocorrido. Sim, eu disse, a orelha do van Gogh, onde é que se arranja essa coisa. Ah, ele disse, quanto a isso não há problema, a gente consegue uma no necrotério. O servente é meu amigo, faz tudo por mim.

No dia seguinte, saiu cedo. Voltou ao meio-dia, radiante, trazendo consigo um embrulho que desenrolou cuidadosamente. Era um frasco com formol, contendo uma coisa escura, de formato indefinido. A orelha de van Gogh, anunciou, triunfante.

E quem diria que não era? Mas, por via das dúvidas, ele colocou no vidro um rótulo: Van Gogh – orelha.

À tarde, fomos à casa do credor. Esperei fora, enquanto meu pai entrava. Cinco minutos depois voltou, desconcertado, furioso mesmo: o homem não apenas recusara a proposta, como arrebatara o frasco de meu pai e o jogara pela janela.
– Falta de respeito!
Tive de concordar, embora tal desfecho me parecesse até certo ponto inevitável. Fomos caminhando pela rua tranquila, meu pai resmungando sempre: falta de respeito falta de respeito. De repente parou, olhou-me fixo:
– Era a direita ou a esquerda?
– O quê? – perguntei, sem entender.
– A orelha que van Gogh cortou. Era a direita ou a esquerda?
– Não sei – eu disse, já irritado com aquela história. – Foi você quem leu o livro. Você é quem deve saber.
– Mas não sei – disse ele desconsolado. – Confesso que não sei.

Ficamos um instante em silêncio. Uma dúvida me assaltou naquele momento, uma dúvida que eu não ousava formular, porque sabia que a resposta poderia ser o fim da minha infância. Mas:
– E a do vidro? – perguntei. – Era a direita ou a esquerda? Mirou-me, aparvalhado.
– Sabe que não sei? – murmurou numa voz fraca, rouca. – Não sei.

E prosseguimos, rumo à nossa casa. Se a gente olhar bem uma orelha – qualquer orelha, seja ela de van Gogh ou não – verá que seu desenho se assemelha ao de um labirinto. Neste labirinto eu estava perdido. E nunca mais sairia dele.
Moacyr Scliar. In: Pipocas / Moacyr Scliar, Rubem Fonseca, Ana Miranda. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 13-16. Coleção Literatura em minha casa; v.2 Crônica e conto.
Questão 1.
Quem é o autor do conto “A orelha de Van Gogh?

Questão 2.
Quem são os personagens? 

Questão 3.
Como você imagina cada um deles? 

Questão 4.
Percebe-se que o narrador participa dos acontecimentos e os narra como alguém que acompanhou toda a ideia e execução do plano do pai. 
a) Como é evidenciada essa participação? 
b) Retire do texto um trecho que comprova essa afirmativa.  

Questão 4.
O enredo acontece de forma linear ou não linear? Justifique sua resposta. 

Questão 5.
A narrativa se desenvolve em torno de um conflito explícito desde o primeiro parágrafo.
a) Que conflito é esse?
b) O pai tem uma ideia para resolver o problema. Que solução é essa? 
c) O que levou o pai a ter essa ideia? 
d) O plano do pai foi bem-sucedido? Explique. 

Questão 6.
Você conhece o significado da palavra “labirinto”? 

Questão 7.
Releia o último parágrafo. Qual o sentido da palavra labirinto no texto? Explique.

Questão 8.
Examine as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.

I – No início do conto, prevalecem sentimentos positivos do filho em relação ao pai, mas no final o filho decepciona-se com o pai e mostra certa impaciência e inquietude.
II – O narrador conta a história em momento posterior aos acontecimentos. 
III – A história se passa na época de infância do narrador

2 ano - prova de português com gabarito

Questão 1.
O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte do Envelhecimento . Cícero nota, primeiramente, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo.
NOGUEIRA, P. Saúde & Bem-Estar Antienvelhecimento. Época . 28 abr. 2008.

O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento, apresentando argumentos que levam a inferir que seu objetivo é

A) Esclarecer que a velhice é inevitável.
B) Contar fatos sobre a arte de envelhecer.
C)  Defender a ideia de que a velhice é desagradável.
D)  Influenciar o leitor para que lute contra o envelhecimento.
E)  Mostrar às pessoas que é possível aceitar, sem angústia, o envelhecimento.

Questão 2.
Metaesquema
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome define: meta - dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema - estruturas, os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br.

Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e a obra Metaesquema, reproduzidos acima, verifica-se que

a ) a obra confirma a visão do texto quanto a ideia de estruturas que parecem se movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o olhar do observador.
b ) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor da técnica empregada, dando a obra um estilo apenas decorativo.
c ) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia-a-dia, ou seja, de caráter utilitário.
d ) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.
e ) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.









Novidade!

6º ano - gênero carta

Carta Pessoal x Carta Aberta Enquanto a carta pessoal trata de assuntos particulares, pessoais, a carta  aberta faz referência a assuntos de...