PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA - PCD - ENSINO MÉDIO

QUESTÃO 1                     

 Uma das características do movimento literário denominado Barroco mostrava o conflito entre

A)  liberdade e escravidão.

B) brasilidade e lusitanidade.

QUESTÃO 2  

O Barroco, tendência artística vigente no século XVII, teve grande destaque nas artes plásticas (pintura, escultura, arquitetura) e também na literatura. Sobre o Barroco no Brasil é CORRETO afirmar:

I. Machado de Assis foi seu principal representante.

II. Gregório de Matos na Literatura e Aleijadinho na Escultura foram nomes de destaque.

III. Mário de Andrade e Manuel Bandeira foram seus principais representantes.

 A). Somente I é correta.    

 B). É correto somente o que se afirma em II.

QUESTÃO 3   

Leia a tira e responda à questão.



Levando em conta as informações do primeiro quadrinho, identifique a alternativa que apresenta a palavra que também sofreu alterações na acentuação gráfica devido à regra mencionada.

A) Plateia.

B) Baiuca.

QUESTÃO 4 

Assinale a alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas obedecendo à mesma regra.

A) Ofício, importância e sanitário.

B) Prática, agradáveis e história.

 

QUESTÃO 5

 Acesso em: mar. 2017.

Essa peça publicitária informando à sociedade o que reza o art. 7° do Estatuto da Criança e do Adolescente pretende

 

A) viabilizar o engajamento dos cidadãos em campanhas que defendam os direitos básicos dos menores de idade.

B) lembrar que existe uma lei que protege os que se encontram na faixa etária que abrange o período do nascimento até a maioridade, a fim de que, por meio das políticas sociais públicas, possam ter uma vida saudável e justa.

 

QUESTÃO 6 


A Lei nº 12.852, de 05 de agosto de 2013, que institui o Estatuto da Juventude, em seu art. 4º preconiza que o jovem tem direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude. Baseado na Lei, o que se entende por participação juvenil?  

 A)    O incentivo à criação de conselhos de juventude em todos os entes da federação.

B)    A efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto.

 QUESTÃO 7   

Famílias em transformação

O projeto de lei que cria o Estatuto da Família colocou na pauta do dia a discussão a respeito do conceito de família. Afinal, o que é família hoje? Alguém aí tem uma definição, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares?

A Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: “Família é a união entre homem e mulher, por meio de casamento ou de união estável, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos”. Essa é a definição aprovada pela Câmara para o projeto cuja finalidade é orientar as políticas públicas quanto aos direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –, principalmente nas áreas de segurança, saúde e educação. Vou deixar de lado a discussão a respeito das injustiças, preconceitos e exclusões que tal definição comporta, para conversar a respeito das famílias da atualidade. Desde o início da segunda metade do século passado, o conceito de família entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovação e transição; mudança, enfim. Até então, tínhamos, na modernidade, uma configuração social hegemônica de família, que era pautada por um tipo de aliança – entre um homem e uma mulher – e por relações de consanguinidade. As mudanças ocorridas no mundo determinaram inúmeras alterações nas famílias, não apenas em seu desenho, mas, principalmente, em suas dinâmicas.

E é importante aceitar essa questão: não foram as famílias que provocaram mudanças na sociedade; esta é que determinou muitas mudanças nas famílias. Só assim iremos conseguir enxergar que a família não é um agente de perturbação da sociedade. É a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recém-nascido durante todo o período da licença-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profissional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicação à família. É assim ou não é?

Se pudéssemos levantar um único quesito que seria fundamental para caracterizar a transformação de um agrupamento de pessoas em família, eu diria que é o vínculo, tanto horizontal quanto vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que têm relação de parentesco que não se constituem verdadeiramente em família, por absoluta falta de vínculo entre seus integrantes.

Os novos valores sociais têm norteado as pessoas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambição desmedida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que dá pouco espaço para o compromisso que os vínculos exigem; a busca da felicidade, identificada com satisfação imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, só para citar alguns exemplos. O vínculo afetivo tem relação com a vida pessoal. O vínculo social, com a cidadania. Ambos estão bem frágeis, não é?

SAYÃO, Rosely . Em 29 set. 2015.

Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas sobre o uso de expressões e/ou sinais de pontuação no texto.

(   ) O diálogo com o leitor é marcado no texto pelo uso da expressão “alguém aí”, na segunda linha, e pelo uso recorrente da interrogação.

(   ) A expressão sublinhada em “a Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa” antecipa para o leitor a adesão da autora à definição de família aprovada para o projeto de lei do Estatuto da Família.

 QUESTÃO 8

A questão refere-se ao poema abaixo, de Oswald de Andrade, que integra o romance Memórias sentimentais de João Miramar.

 

Verbo crackar 

Eu empobreço de repente

Tu enriqueces por minha causa

Ele azula para o sertão

Nós entramos em concordata

Vós protestais por preferência

Eles escafedem a massa

Sê pirata

Sede trouxa

Abrindo o pala

Pessoal sarado.

Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.

Azular: fugir, escapar 

Abrir o pala: retirar-se furtivamente, escapar 

Sarado: valentão, abusado

Com base no poema, classifique as palavras quanto a classe gramatical.

A) empobreço ________________________________

B) para _____________________________________

C) massa ___________________________________

QUESTÃO  09  Acentue, se necessário, e explique o motivo de cada palavra ser acentuada graficamente segundo a norma padrão.

A) pera / carie / ceu

B) hifen / ideia / bau

9º ANO - PROPOSTA DE REDAÇÃO - ARTIGO DE OPINIÃO

 Tipologia ARGUMENTATIVA – Artigo de opinião

 TEXTO I.

 “O perigo de uma história única”: a construção da identidade africana negra no romance Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

[...] Durante muitos anos, ouvimos histórias sobre o continente africano - das suas guerras, catástrofes, doenças e fomes - que se tornaram a única verdade sobre África. É importante sabermos que cada história tem dois lados, e nunca podemos ouvir apenas uma das versões.

Segundo a escritora Chimamanda, em O perigo da história única, cria-se uma única história, quando mostramos um povo como se fosse somente uma coisa, um objeto do discurso dos outros. Para a escritora, é impossível falar da história única sem se falar de poder, uma vez que quem conta a história única é quem detém poder, seja ele económico, político ou epistémico. O poder, para além de ter a capacidade de contar a história de outra pessoa, consegue fazer com que esta história seja definitiva. Para Léila Gonzalez: A hierarquização de saberes como produto da classificação racial da população dá o privilégio social e epistémico à ciência eurocêntrica. (Ribeiro, 2017, p. 26).

A pensadora considera que quem possui o privilégio social possui o privilégio epistémico. Por sua vez, o escritor Mourid Barghouti, afirma que para desapropriar um povo, a forma mais simples de o fazer é contar a sua história, começando por “Em segundo lugar’” (Adichie, 2009, p. 11).

De igual modo, Susana Galante (2010) considera que os media têm grande influência na construção das histórias únicas, uma vez que fomentam a perpetuação dos estereótipos e discriminação das minorias étnicas e raciais. Através dos meios de comunicação, a estrutura de poder consegue comunicar-se com a sociedade. Na sua análise aos periódicos Público e Diário de Notícias, embora considerados jornais de “referência” pela sociedade portuguesa, estes são, contudo, imparciais, ao estarem munidos de preconceitos e estereótipos traduzidos na escrita.

 

Somos uma geração que consome bastante cultura pop americana. Durante anos, por influência dos media, da música e filmes. Em 2005, com o avanço das novas tecnologias de informação que foram surgindo, como o YouTube e, em 2009, o Facebook, e, posteriormente, outras redes sociais, o consumo tornou-se cada vez maior e a influência e o controlo sobre as vidas das pessoas aumentaram.

A autora salienta ainda que, ao atribuir a nacionalidade ou etnicidade a um indivíduo, o jornalista fomenta, através de “rótulos”, a percepção das minorias enquanto grupos, consequentemente, associam os indivíduos desses grupos aos mesmos comportamentos negativos e assim anulam os indivíduos enquanto pessoas.

Fonte: buala.org. Acesso em 27 jul. 2022.

 TEXTO II “Ouvir ou não ouvir "as duas partes"

Se há "regra de ouro" consensualmente assumida e sistematicamente invocada, a propósito do trabalho jornalístico, é a regra de "ouvir as duas partes". Trocado por miúdos, significa isto que, na abordagem de qualquer matéria em que se conheça (ou presuma...) a existência de diferentes interesses ou pontos de vista, o jornalista deve ouvi-los todos, dando a cada um idênticas possibilidades de expressão. O texto publicado será, assim, um mosaico de opiniões mais ou menos contrastantes, apresentado de forma distanciada das partes em confronto - e que, por isso mesmo, não comporta em si qualquer juízo de valor, mas fornece aos leitores elementos bastantes para eles próprios, querendo, ajuizarem.

O cumprimento escrupuloso deste "princípio do contraditório" - que é também, como se sabe, alicerce basilar de qualquer processo judicial - torna-se especialmente relevante quando alguém é acusado por outrem. Aí, a concessão do elementar direito de defesa a quem se sente ofendido pode mesmo levar (como tantas vezes sucede) ao adiamento de publicação de interessantes matérias jornalísticas, precisamente por se entender que, sem a versão da "outra parte", essas matérias ficam inapelavelmente "coxas". Ao profissional da informação cabe o dever incontornável de, por todos os meios ao seu alcance, conseguir a versão da parte ofendida, com a única ressalva de que não pode prolongar o processo indefinidamente quando estão em causa assuntos de óbvio interesse público. [...]

Fonte: publico.pt. Acesso 27 jul. 2022.


Texto III.

 Assim como existem dois lados de cada história, existem dois lados de toda pessoa. Um lado que revelamos ao mundo e outro que mantemos escondido.

(Emily Thorne)

  Atenção! Leia, cuidadosamente, a proposta de redação abaixo.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija ARTIGO DE OPINIÃO SOBRE O TEMA: O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA.

Use a norma padrão da língua portuguesa

 

MÍNIMO: 25 LINHAS

 

Crônica política ep.1: Quanto vale o seu voto?

Há um ditado popular que se diz: “pagando bem, que mal tem.” Nesta trilha sonora das vogais e consoantes do dito popular acima perpassa o pensamento de milhões de brasileiros. Desculpe-me por insistir com a pergunta: quanto vale o seu voto?

Permita-me dizer que seu voto vale muito. Se se paga bem ou mal por ele, sempre haverá consequências. Um país só se constrói por meio da liberdade de escolher. Isso é fato. Mas essa é preciso ser boa em todos os sentidos. Se isso não ocorrer, seu voto vale menos do que uma fossa séptica. Os biólogos e químicos entendem o que digo. Seu voto pode valer quatro anos de uma má ou boa gestão. Seu voto vale o poder para aqueles políticos que têm nojo de pobres. Pergunta-me qual classe social eles defendem. Político que afirma que "Nunca cuidei dos pobres, não sou são Francisco de Assis. Até porque a primeira vez que tentei carregar um pobre 'pra' dentro do meu carro, eu vomitei por causa do cheiro" defende qual classe social? Não é uma questão de disputa social; é uma questão social, econômica e cultural. Sem se importar com a classe social, pode-se dizer que o ser humano nasce igual; assim como seu fim será igual. Pense: se você faz parte da elite hoje, não está imune à pobreza. Ela chega à casa dos pobres, assim como chega aos palacetes dos ricos, de forma direta ou indireta. Você nunca estará imune às mazelas da pobreza. Infelizmente.

Há pessoas e partidos políticos que acham que só se deve governar para a elite, de preferência para os caucasianos. Portanto, eleitor, tenha prudência na hora de escolher membros desses grupos partidários, pois eles não têm compromisso com o todo de uma nação.

Mais, e aí, quanto vale o seu voto? Bem; seu voto pode valer o retrocesso econômico e social; pode valer o retorno de milhares de brasileiros a extrema pobreza; pode valer o retorno da economia do país as ingerências do FMI. Por muitos anos, os brasileiros pagaram juros sobre juros ao Banco Mundial. Presidentes e mais presidentes se humilharam diante dos poderosos pedindo ajudada econômica. Isso aconteceu porque os governos, que só trabalhavam para o bem-estar das elites, diziam que recorrer aos empréstimos internacionais era necessário para o crescimento do Brasil. Não; não era! Assim que outro modelo político chegou ao poder, provou que os seus antecessores estavam errados. Uma dívida que era considerada impagável, por muitos economistas brasileiros, foi extinta em pouco tempo. O Brasil passou de devedor a credor. A economia cresceu. O PIB elevou. Milhares de pessoas saíram da pobreza extrema. Os "luxos" chegaram às casas dos menos favorecidos. Ricos e pobres desfilavam em carros de luxo. Isso incomodou a muitos.

Quanto vale o seu voto? A sua imperícia na hora de votar vale colocar no poder megaempresários que dizem não serem políticos, por isso se veem no direito de governar só para uma classe social, a que eles representam. O ser político é aquele que governa para todos. Conforme o pensamento político de Aristóteles, o homem é um animal político por natureza. Assim sendo, o homem não deve ignorar a coletividade privilegiando interesses particulares. Aristóteles observa que o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros, sendo, por isso, um ser carente e imperfeito, buscando a comunidade para alcançar a completude. E a partir disso que ele deduz que o homem é naturalmente político. Em suma, político é aquele que governa para um estado ou para uma nação; aquele que se relaciona com o espaço público. Um ser político que se diz não político pode ser comparado ao mito da caverna de Platão, no qual o poeta imagina uma caverna onde os homens estão acorrentados desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada apenas enxergam o fundo da caverna. O cidadão não político tem essa qualificação do mito da caverna. Ele só enxerga o espaço onde passou toda a sua vida.

Quanto vale o seu voto? Seu voto vale uma PEC-241 que almeja 20 anos de retrocesso social e cultural. Nesse tempo, os ricos, empresários não terão seus lucros congelados ou geridos pelos índices inflacionários. No entanto, os proletários terão seus ganhos controlados porque para a ideologia cultural caucasiana e elitista não se pode permitir a pobres e ricos andarem de avião; não se pode permitir a pobres e negros frequentarem locais, como praias, frequentados pela elite econômica; não se pode permitir a pobres e negros passarem férias em países estrangeiros; não se pode permitir a pobres e negros terem na garagem carros novos. Para essa ideologia, é necessário diferir o carro do rico ao carro do pobre parado em um semáforo.

Quanto vale o seu voto? Se você acha que vale mais que uma Bolsa Escola; que uma Bolsa Família; tudo bem. Está correto em seu raciocínio. Isto é verdade: seu voto vale muito mais que isso. Você pode não concordar com o formato da distribuição de renda; no entanto, não seja imbecil a ponto de dizer que ela foi errada. Só se constrói uma grande nação dando oportunidades a todos. Só se constrói uma grande nação trazendo equidade na distribuição das riquezas.

Quanto vale o seu voto? Ele vale a formação política, econômica, social e cultural do seu ente querido. Deve ser constrangedor para a elite ver, sentados em uma sala universitária, pobres e ricos obtendo os mesmos direitos de uma formação cultural e profissional. Também é constrangedor ouvir os membros da elite econômica dizerem que os programas sociais de incentivo à formação profissional terão fim e que o estudante beneficiário terá que bancar o fim do curso com seus próprios recursos. Quem já frequentou uma universidade privada sabe que estou sendo verídico ao citar tal falácia. Não tive o privilégio de tal benefício ou abandonar a faculdade.

Quando eu me ingressei no curso superior, havia restrição a este nível de formação. Foram penosas horas de estudos para eu ingressar em uma universidade federal. Havia dia em que eu passava mais de dezesseis horas estudando. Não bastava vencer a etapa que enfatizava a leitura, compreensão e interpretação de textos; era necessário provar que sabia escrever e argumentar semelhante à elite econômica, que frequentava as melhores escolas privadas e se preparava para a segunda etapa dos vestibulares das universidades públicas em pré-vestibulares que chegavam a custar mais de três salários mínimos por mês. Em Belo Horizonte, eles tinham até nomes apropriados aos seus públicos como “Elite”, “Classe A”. Quase que exclusivamente, a tal etapa almejava excluir a classe menos favorecida do Ensino Superior.

Nos finais dos anos de 1990 e início dos anos 2000, só restava aos menos favorecidos quebrar os paradigmas e passar na segunda etapa dos vestibulares. Outrora, muitos universitários vendiam o corpo para pagarem cursos superiores em instituições privadas. Quando se chegava à sala de aula nas universidades públicas, era comum ver gráficos e ouvir discursos de professores mostrando a quase impossibilidade de alunos de escolas públicas fazerem parte do grupo de discentes universitários. Lembro-me que uma aluna do curso de Medicina que estudou numa escola pública no Bairro Vila Cloris, em Belo Horizonte. O índice de aprovação de alunos da escola estadual em Medicina na UFMG era 0,001... Havia aqueles docentes que diziam que a chegada de alunos de escolas públicas as universidades públicas federais reduzia o nível acadêmico da instituição. Um pensamento elitista e preconceituoso.

Quanto vale o seu voto? De tempo em tempo há eleições; há etapas eleitorais. Quem lhe representa em cada uma dessas etapas nas urnas eletrônicas? Você acredita na falácia: "não sou político"? Você acha que a elite representa os pobres e esses representam a elite? Não se esqueça de que quando você está digitando um número de um candidato, naquele momento, você representa seus entes queridos; sejam eles idosos, adultos, jovens, adolescentes, crianças e até os fetos. Qual futuro você almeja construir para eles. Lembre-se de que este é um dos valores do seu voto: votar consciente.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

3ª SÉRIE - PROVA DE RECUPERAÇÃO FINAL DE LÍNGUA PORTUGUESA COM GABARITO

Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 7.

Mundo caipira
Embaixo de uma árvore, a família senta ao redor da mesa para o café da tarde no quintal. Queijo da vizinhança, café da própria roça, bolo de banana feito em casa. A vida corre no seu tempo, na região do bairro Limoeiro, mas nem sempre foi assim. Após longos anos na cidade, a família optou por uma vida caipira. “Minha infância foi no sítio, sempre falei que queria voltar para essa paz, sossego e tranquilidade”, conta Mioko de Souza. Há dez anos eles compraram uma chácara e passavam os finais de semana no local. A mudança só ocorreu mesmo há três anos, após o filho sair do emprego e tomar a decisão de montar uma marcenaria no local.

No início, o marceneiro trabalhava na chácara e morava na cidade, até que decidiu levar a família para morar de vez na área rural. A transição não foi tão simples para a esposa. “Para mim foi mais difícil, porque eu larguei meu emprego e tive que abrir mão de tudo, comenta Kelly Nagahara. Na época, eles tinham uma filha (Hikari, hoje com dez anos) e esperavam outra (Estela, hoje com 3). “Então, comecei a fazer artesanato para vender, adotei o estilo de vida daqui e me adaptei bem. Hoje não me vejo mais morando na cidade”, revela.

Lá eles plantam diversas culturas por simples prazer, mas que traz retorno para o bolso e a saúde. Para o pai, Pedro de Souza, além das atividades de lazer, o universo rural trouxe de volta a paz que ele tanto sonhava. Apesar da rotina e costumes diferentes, a adaptação foi rápida. “Uma coisa muito característica da zona rural é a colaboração. Todos se conhecem e, mesmo que não se conheçam, as pessoas ajudam sem esperar nada em troca”, aponta Paulo Rodrigo.

Kelly também menciona que é preciso ter prazer, pois a distância tem suas desvantagens. “Não tem Uber, não dá para pedir pizza, mas eu comparo como se a gente vivesse em um bairro distante. Aqui a gente faz o pão, não pede pizza”, brinca. Em outros aspectos, aceita o ritmo e a responsabilidade de trabalhar com a natureza, um ritmo orientado pela mudança do ciclo dia e noite. “Eu não sabia mais o que era acordar sem despertador”, acrescenta.

São aspectos que validam essa vida mais autônoma e instintiva. Lá se trabalha muito, mas com muito respeito pelo que está ao redor e pela própria vida. “Aqui eu faço meus horários, às vezes trabalho até mais tarde. A vida rural nos proporciona estilo de vida mais espontâneo, você não se sente o tempo todo tendo que atender às expectativas da sociedade”, afirma.
(Adaptado de: TANE, Laís. Mundo caipira. Folha de Londrina, 3 e 4 ago. 2019. Folha mais, p. 2.)

QUESTÃO 1. Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. Em “A vida corre no seu tempo, na região do bairro Limoeiro, mas nem sempre foi assim”, a forma verbal “corre” está sendo empregada em sentido figurado.
II. Em “Há dez anos eles compraram uma chácara e passavam os finais de semana no local”, o pronome “eles” faz referência ao termo “família”.
III. Em “Minha infância foi no sítio, sempre falei que queria voltar para essa paz, sossego e tranquilidade”, a partícula “que” é um pronome relativo com antecedente expresso.
IV. Em “Queijo da vizinhança, café da própria roça, bolo de banana feito em casa”, as vírgulas são em- pregadas para marcar uma enumeração de ações.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 2. Com base no texto, assinale a alternativa que substitui, corretamente, a expressão sublinhada no trecho: “No início, o marceneiro trabalhava na chácara e morava na cidade até que decidiu levar a família para morar de vez na área rural”.

a) De quando em quando.
b) De forma definitiva.
c) No tempo adequado.
d) De vez em quando.
e) Em lugar de.

QUESTÃO 3. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o objetivo do texto.

a) Alertar os leitores sobre as dificuldades e percalços vividos por aqueles que escolhem viver no campo.
b) Demonstrar e discutir os resultados de uma pesquisa sobre a vida na zona rural.
c) Denunciar a falta de adaptação e expectativas frustradas dos que migram da cidade para a roça.
d) Desmotivar as pessoas a buscarem um modo de vida longe dos grandes centros.
e) Enfatizar as vantagens em deixar o estresse da vida urbana para viver em contato com a natureza.

QUESTÃO 4. Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “Há dez anos eles compraram uma chácara”, o verbo “haver” é impessoal e pode ser substituído pela forma verbal “existir”, sem prejuízo de sentido.
II. Em “eu larguei meu emprego e tive que abrir mão de tudo”, a expressão “abrir mão” remete ao sentido de “enfrentar”.
III. Em “Então, comecei a fazer artesanato para vender”, o advérbio “então” manifesta uma circunstância temporal.
IV. Em “Para o pai, Pedro de Souza, além das atividades de lazer, o universo rural trouxe de volta a paz”, a expressão “além de (das)” reforça o caráter aditivo presente no período.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 5. Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “Hoje não me vejo mais morando na cidade”, o emprego da próclise é obrigatório.
II. Em “Após longos anos na cidade”, o adjetivo anteposto “longos” tem valor subjetivo.
III. Em “É preciso ter prazer, pois a distância tem suas desvantagens”, a conjunção “pois” justifica a ideia expressa na oração anterior.
IV. Em “adotei o estilo de vida daqui e me adaptei bem”, o advérbio “bem” modifica a forma verbal “adotei”, atribuindo-lhe circunstância de lugar.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 6. Em relação ao sentido da expressão “A vida corre no seu tempo”, considere as afirmativas a seguir.

I. A vida no campo restringe a liberdade de ação e limita o tempo útil de seus moradores.
II. Habitantes da zona rural precisam correr contra o relógio para dar conta de todas as suas obrigações.
III. Quem mora na roça tem maior liberdade de horários em virtude do modo de vida rural.
IV. No campo, a marcação do dia e da noite não segue o mesmo ritmo dos grandes centros. 

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 7. Assinale a alternativa que traz o ditado popular correspondente à seguinte reelaboração textual: “as pessoas ajudam sem esperar nada em troca”.

a) A ocasião faz o ladrão.
b) Amigos, amigos, negócios à parte.
c) Faça o bem sem olhar a quem.
d) O que os olhos não veem, o coração não sente.
e) Deus ajuda a quem cedo madruga.

Leia o texto a seguir e responda às questões de 8 a 12.

O humor e o poder
Ao fazer do limão uma limonada, a personagem Alice Segretto se tornou uma das mais prestigiadas empreendedoras do ramo adulto e protagonista de uma das franquias mais populares e rentáveis do cinema brasileiro: De Pernas pro Ar. Sua intérprete, a atriz Ingrid Guimarães, não se conteve somente em ficar atrás das câmeras e – no terceiro filme da série – colaborou com o roteiro da nova produção.

A história de uma mulher que perde o chão, o emprego e o parceiro, que encontra o sucesso em uma jornada de ousadia, alegria e autoconhecimento, acaba servindo de exemplo para uma nova geração de mulheres que se orgulha de suas conquistas em um novo mundo de possibilidades.

Ingrid conversa com esse novo mundo por meio de uma história que poderia parecer clichê, a de uma mulher que abandona a carreira de sucesso para voltar a atenção à família. Mas que acaba com o orgulho ferido pelo surgimento de Leona (Samya Pascotto), uma garota inovadora que surge como possível concorrente nos negócios e na vida, já que passa a namorar seu filho. Só que, mais que mostrar duas mulheres competindo por holofotes e atenção, a artista dá o pulo do gato: com a colaboração de Samya e a direção de Júlia Rezende (a primeira diretora da franquia), Ingrid faz um filme que foge dos clichês, e traz novos conceitos de equidade para arrancar – mas com muito prazer – gargalhadas da audiência.
(Adaptado de: JANUARIO, Henrique. O humor e o poder. Revista Monet. São Paulo: nº 196, p. 36, jul. 2019).

QUESTÃO 8. Leia o texto a seguir.

“A história de uma mulher que perde o chão, o emprego e o parceiro, que encontra o sucesso em uma jornada de ousadia, alegria e autoconhecimento, acaba servindo de exemplo para uma nova geração de mulheres que se orgulha de suas conquistas em um novo mundo de possibilidades”.
No texto, a partícula “que” exerce, respectivamente, as seguintes funções.

a) Conjunção subordinativa, pronome relativo, pronome relativo.
b) Pronome relativo, conjunção coordenativa, pronome relativo.
c) Pronome relativo, conjunção subordinativa, pronome relativo.
d) Pronome relativo, pronome relativo, conjunção coordenativa.
e) Pronome relativo, pronome relativo, pronome relativo.

QUESTÃO 9. Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “um filme que foge dos clichês”, a palavra “clichê” remete ao sentido de “lugar-comum”.
II. Em “possível concorrente nos negócios e na vida, já que passa a namorar seu filho”, a locução “já que” apresenta o sentido de “dado que”.
III. Em “protagonista de uma das franquias mais populares” e “possível concorrente nos negócios e na vida”, as palavras “protagonista” e “concorrente” são empregadas como antônimas.
IV. Em “uma das franquias mais populares” e “novos conceitos de equidade”, as palavras “franquias” e “equidade” são empregadas como sinônimas.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 10. Leia o trecho a seguir.

“Ao fazer do limão uma limonada, a personagem Alice Segretto se tornou uma das mais prestigiadas empreendedoras do ramo adulto”
Com base no texto, atribua V (para as expressões que definem) e F (para as expressões que não definem) o que sugere a máxima “fazer do limão uma limonada”.

( ) Dar a volta por cima.
( ) Terceirizar o problema. 
( ) Encarar os desafios.
( ) Superar os obstáculos.
( ) Deixar-se abater.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

a) V, V, V, F, F.
b) V, F, V, V, F. 
c) F, V, V, V, F.
d) F, F, V, V, V.
e) V, F, F, V, V.

QUESTÃO 11. Em relação à correta interpretação da expressão “dar o pulo do gato”, considere as afirmativas a seguir.

I. Utiliza-se de estratégia inusitada para alcançar um objetivo.
II. Adota medidas extremas para atingir metas inalcançáveis.
III. Apropria-se de descobertas alheias em benefício próprio.
IV. Vai além do esperado, explorando os limites de si mesmo. 

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 12. Com base nas expressões empregadas no texto, assinale a alternativa que agrega o sentido relativo ao “sentimento de experimentar algum tipo de fracasso ou humilhação”.

a) Conceito de equidade.
b) De Pernas pro Ar.
c) Garota inovadora.
d) Jornada de ousadia.
e) Orgulho ferido.

QUESTÃO 13. Leia a charge a seguir.

(Fonte: núcleo do conhecimento. Acesso em: 15 ago. 2019.)

Assinale a alternativa que indica a que âmbitos das diferenças brasileiras a charge se refere.

a) Linguístico e folclórico.
b) Étnico e religioso.
c) Econômico e literário.
d) Lexical e regional.
e) Geográfico e econômico.

Leia o texto a seguir e responda às questões de 14 a 19.

Obras de Portinari reunidas e on-line
Os incêndios registrados em museus, nos últimos anos, levaram os brasileiros a refletirem sobre o valor dos acervos mantidos por essas instituições e sobre a necessidade de preservá-los para as gerações futuras. Cerca de 5 mil obras de arte e 15 mil cartas e documentos do artista brasileiro Cândido Porti- nari, que estão espalhados em coleções particulares em todas as partes do mundo, foram digitalizados e lançados na plataforma Google Arts & Culture. Pela ferramenta, também é possível fazer uma visita em realidade virtual de 360◦ à casa do artista.

Dez das obras de Portinari foram capturadas em altíssima resolução (gigapixel), pela Google Art Ca- mera, de forma que é possível se aproximar da imagem e enxergá-la nos mínimos detalhes. Até mesmo as pinceladas do artista podem ser percebidas nas imagens. Entre as obras capturadas estão o famoso “Mestiço” (1934), “Lavrador de Café” (1934) e “Café” (1935).

O filho de Cândido Portinari, João Cândido Portinari, esteve presente no evento de lançamento da re- trospectiva do artista na plataforma da Google. “Nesses 40 anos, quando começamos, não tínhamos ideia do paradeiro da maioria das obras. Foi um trabalho de formiguinha que durou 25 anos”, conta Portinari. Segundo ele, 95% das obras do pai estão em coleções particulares, inacessíveis ao público. “É um paradoxo você ter um pintor que pintou para o povo brasileiro e esse povo não ter acesso às suas obras”.

Cerca de 500 dos principais itens da Pinacoteca de São Paulo – local onde “mora” uma das principais obras de Portinari, o “Mestiço” – estão disponíveis na Google Arts & Culture. Paulo Vicelli, diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca, vê a tecnologia como uma ferramenta de engajamento virtual com o público, especialmente aquele formado pelas novas gerações. Além da digitalização do acervo, a instituição também tem uma Inteligência Artificial – o Watson, da IBM –, que responde às perguntas dos visitantes sobre suas obras, um aplicativo e uma conta no Spotify, com playlists sugeridas pela Pi- nacoteca.

“São ferramentas que ajudam o visitante, sobretudo o da geração millennial, a entender o museu a partir dos seus olhos e do seu dia a dia. É o que sempre digo: não adianta eu pregar para convertido”. Em cerca de cinco anos, a instituição viu o número de visitantes saltar de cerca de 300 mil para 500 mil ao ano.

(Adaptado de: CHIBA, Mie Francine. Obras de Portinari reunidas e on-line. Folha de Londrina, 13 jun. 2019, Economia e Negócios, p. 4.)
QUESTÃO 14. Sobre os recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “é possível fazer uma visita em realidade virtual de 360◦ à casa do artista”, a crase foi empregada porque a palavra “casa” está especificada.
II. Em “foi um trabalho de formiguinha”, a expressão grifada remete ao sentido de paciência e obstina- ção.
III. Em “a necessidade de preservá-los para as gerações futuras”, o adjetivo “futuras” está sendo empre- gado em sentido denotativo.
IV. Em “foram capturadas em altíssima resolução”, temos um superlativo absoluto analítico. 

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 15. Assinale a alternativa que explica corretamente o trecho “Não adianta eu pregar para convertido”.

a) Nem sempre os museus são atrativos ao público em geral.
b) Quem visita museus não está interessado em explanações.
c) Cabe aos pais desenvolverem nos filhos o interesse pelos museus.
d) É preciso propagar os museus para quem não costuma visitá-los.
e) Visitar museus, atualmente, tornou-se uma atividade enfadonha.

QUESTÃO 16. No texto, alguns elementos linguísticos fazem a retomada de um termo já citado, como é o caso do pronome “os” em “a necessidade de preservá-los”; o pronome “a” em “enxergá-la nos mínimos detalhes”; e do pronome “suas” em “acesso às suas obras”.

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, os referentes linguísticos dos elementos sublinhados.

a) Acervos; imagem; Cândido Portinari.
b) Acervos; resolução, Google Art Camera.
c) Museus; casa do artista; curadores e especialistas.
d) Museus; resolução; curadores e especialistas.
e) Últimos anos; resolução; Cândido Portinari.

QUESTÃO 17. Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “É um paradoxo você ter um pintor que pintou para o povo brasileiro”, a palavra “paradoxo” remete aos sentidos de “lástima” e “tristeza”.
II. Em “local onde ‘mora’ uma das principais obras de Portinari”, a forma verbal “mora” aparece entre aspas porque está sendo usada em um sentido fora do habitual.
III. Em “O filho de Cândido Portinari, João Cândido Portinari, esteve presente no evento”, as vírgulas separam um aposto.
IV. Em “Até mesmo as pinceladas do artista podem ser percebidas”, a expressão “até mesmo” pode ser substituída por “inclusive”, sem alteração de sentido do texto.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 18. Leia o trecho a seguir.
“Cerca de 5 mil obras de arte e 15 mil cartas e documentos do artista brasileiro Cândido Portinari, que estão espalhados em coleções particulares em todas as partes do mundo, foram digitalizados e lançados na plataforma Google Arts & Culture”.

Quanto à classificação da oração entre vírgulas, assinale a alternativa correta.

a) Classifica-se como oração subordinada adjetiva explicativa.
b) Classifica-se como oração subordinada adverbial causal.
c) Categoriza-se como oração coordenada sindética conclusiva.
d) É uma oração subordinada adjetiva restritiva.
e) Trata-se de oração subordinada adverbial consecutiva.

QUESTÃO 19. Com base no que se pode inferir do trecho “geração millennial”, considere as afirmativas a seguir.

I. Geração digital.
II. Geração paz e amor.
III. Geração Baby Boomer.
IV. Geração da Internet.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 20. Leia a charge a seguir.

Com base no que o autor da charge pretende, considere as afirmativas a seguir.

I. Enfatizar as escolhas linguísticas de uma determinada região e que configuram a linguagem oral.
II. Caracterizar os neologismos na língua portuguesa, descartando a informalidade do texto.
III. Demonstrar as diferentes esferas sociais de uso da língua, considerando os diferentes contextos.
IV. Evidenciar a necessidade de adequação da língua às variadas situações de comunicação.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

LITERATURA

QUESTÃO 21. Sobre a obra Laços de família, de Clarice Lispector, assinale a alternativa correta.

a) Prevalecem personagens femininas que, apoiadas pelos condicionamentos religiosos, se opõem às forças desagregadoras dos vínculos familiares.
b) Predominam cenas em que as personagens cedem a desejos e instintos sexuais, sem, contudo, comprometer a solidez familiar.
c) Prevalecem narrações de episódios que focalizam os êxitos do convívio familiar pautado na expressão do afeto e na felicidade.
d) Sobressaem os enfoques de atritos, ressentimentos e discussões ásperas entre membros da mesma família, o que conduz a desfechos trágicos.
e) Sobressaem conflitos vividos por uma ou mais personagens de cada conto que são agravados pelas dificuldades nos relacionamentos familiares.

QUESTÃO 22. Leia o texto a seguir.

O rei da vela somente em 1967 enfrentou a prova decisiva da encenação, demonstrando que trinta anos não foram suficientes para amortecer o seu altíssimo teor explosivo, tornado ainda mais atual, em seu agressivo vanguardismo político e estético, pelas últimas experiências da dramaturgia moderna.

(COUTINHO, A. (Organização). A literatura no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio; Niterói: UFF, 1986. vol. 6. p. 33.)

Com base no texto do crítico Décio de Almeida Prado sobre O rei da vela, de Oswald de Andrade, assinale a alternativa correta.

a) As inovações políticas e estéticas de O rei da vela, assim como “seu altíssimo teor explosivo”, permaneceram desde os anos 1930 até a encenação em 1967.
b) Quando O rei da vela foi escrito para o teatro, a peça era desprovida do caráter exaltado proporcionado pela encenação mais recente e experimental.
c) O crítico reconhece que a agressividade da peça O rei da vela, antes depreciada, pôde ser, enfim, compreendida pelo público décadas após seu lançamento nos anos 1930.
d) O traço vanguardista da dramaturgia dos anos 1960 foi insuficiente para moderar o discurso explosivo de O rei da vela, em descompasso com as orientações modernistas.
e) O uso do termo “amortecer” caracteriza a trajetória da carreira de Oswald, que, ao encenar O rei da vela, em 1967, já produzia textos politicamente mais serenos.

QUESTÃO 23. Leia o texto a seguir.

... Fui na sapataria retirar os papeis. Um sapateiro perguntou-me se o meu livro é comunista. Respondi que é realista. Ele disse-me que não é aconselhável escrever a realidade.
(JESUS, C. M. de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo: Ática, 2014. p. 108.)

Com base no trecho do romance Quarto de despejo e na leitura integral da obra, considere as afirmativas a seguir.

I. A pergunta do sapateiro leva em consideração o contato com a autora e o conhecimento dos proble- mas sociais da favela.
II. A resposta da autora revela a forte identidade, tantas vezes reiterada no livro, que ela vê entre sua obra e a narrativa do final do século XIX.
III. A réplica do sapateiro aponta para a noção de que a realidade contém uma multiplicidade de perspectivas a serem aproveitadas na escrita.
IV. Embora a observação do sapateiro fique sem a resposta da autora, a leitura do diário torna claras as divergências entre ambos.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 24. No que se refere a livros como O rei da vela e Quarto de despejo, assinale a alternativa correta.

a) Ambos têm vínculo predominante com o gênero dramático pelos componentes de violência em cada obra.
b) Ambos têm vínculo predominante com o gênero dramático pelas passagens cômicas em cada obra.
c) O rei da vela liga-se ao gênero dramático, enquanto Quarto de despejo tem componentes narrativos, mesmo possuindo a estrutura de diário.
d) Ambos têm vínculo predominante com o gênero narrativo, pois um narrador relata acontecimentos fictícios vividos por personagens.
e) O rei da vela tem vínculo com o gênero narrativo, pelo relato de acontecimentos, enquanto Quarto de despejo tem vínculo mais expressivo com o gênero lírico.

QUESTÃO 25. Leia o texto a seguir.

... Eu estava pagando o sapateiro e conversando com um preto que estava lendo um jornal. Ele estava revoltado com um guarda civil que espancou um preto e amarrou numa arvore. O guarda civil é branco. E há certos brancos que transforma preto em bode expiatorio. Quem sabe se guarda civil ignora que já foi extinta a escravidão e ainda estamos no regime da chibata?
(JESUS, C. M. de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo: Ática, 2014. p. 108.)

Com base no trecho do romance Quarto de despejo e na leitura integral da obra, considere as afirmativas a seguir.

I. A referência ao rapaz que lia o jornal traz à tona o desrespeito e as ameaças constantes a pobres e negros por parte da força policial e das autoridades.
II. A leitura do jornal e a consequente revolta com a notícia indicam uma postura crítica observada também em outras passagens do diário.
III. A cor da pele do guarda e do rapaz espancado é um detalhe minimizado e insignificante, no episódio e em outras passagens, segundo a visão da autora.
IV. A transformação do negro espancado em bode expiatório corresponde à presunção de inocência daquele grupo étnico e à condição de vítima vivida pelos brancos.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

QUESTÃO 26. Leia o texto a seguir.

A I. separou-se do esposo e está morando com a Zefa. O esposo dela encontrou ela com o primo. Agora 
I. veio comercializar o seu corpo, na presença do esposo. Penso: a mulher que separa-se do esposo não deve prostituir-se. Deve procurar um emprego. A prostituição é a derrota moral de uma mulher. É como um edifício que desaba. Mas tem mulher que não quer ser só de um homem. Quer ser dos homens. É uma unica dama, dançando quadrilha com varios homens. Sai dos braços de um, vai para os braços de outro.
(JESUS, C. M. de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo: Ática, 2014. p. 127.)

Com base no trecho do romance Quarto de despejo, assinale a alternativa correta.

a) A autora expõe atitude compreensiva com a prostituição, embora no episódio se registre a insatisfação com os passos da mulher citada.
b) As imagens do edifício e da quadrilha representam o potencial de liberdade, valorizado pela autora, como recurso da mulher.
c) O contraste entre trabalho e prostituição, como alternativas para a mulher, indica a atenção da autora com a independência feminina.
d) O trecho demonstra que a autora discorda da ideia de uma mulher requerer separação, a despeito dos motivos que a levaram a isso.
e) Percebe-se, no trecho, a cumplicidade da autora com as dificuldades da vida feminina, a partir da adesão da autora à liberdade de decisões.

QUESTÃO 27. Leia o poema a seguir.

tem os que passam e tudo se passa
com passos já passados
tem os que partem da pedra ao vidro deixam tudo partido
e tem, ainda bem, os que deixam
a vaga impressão de ter ficado
(RUIZ S., Alice. Dois em um. 5. reimp. São Paulo: Iluminuras, 2008. p. 24.)

Com base na leitura do poema, assinale a alternativa correta.

a) O verbo passar, nos dois primeiros versos, tem o mesmo sentido.
b) O terceiro verso reforça o caráter marcante de seres do passado no poema.
c) O impacto do partir é exaltado na segunda estrofe como o efeito preferido pelo sujeito lírico no poema.
d) A forma verbal “deixam” na segunda e na terceira estrofe está no presente para enfatizar a predominância desse tempo sobre passado e futuro.
e) A última estrofe aponta para a relevância da permanência, ainda que haja incerteza em torno dela.

QUESTÃO 28. Leia o poema a seguir.

a gente é só amigo e de repente
eu bem podia ser essa mosca
perto do teu umbigo
(RUIZ S., Alice. Dois em um. 5. reimp. São Paulo: Iluminuras, 2008. p. 134.)
Com base na leitura do poema, considere as afirmativas a seguir.

I. A irreverência, marca também da poesia marginal dos anos 1970, é ilustrada, no poema, pela imagem da mosca.
II. Há uma flutuação nas formas com que se pensam amizade e amor, sem preservar fronteiras rígidas entre os relacionamentos.
III. O coloquialismo na linguagem está em harmonia com a noção de liberdade que atravessa esse poema e outros do livro.
IV. As rimas do poema indicam a coexistência do escatológico com o lirismo tradicional, sem recorrer à subjetividade.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Leia o trecho a seguir, extraído do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, e responda às questões 29 e 30.

LXXI - O SENÃO DO LIVRO

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

– E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.
(ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 18. ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 103.)

QUESTÃO 29. Com base na leitura do trecho e do romance, assinale a alternativa correta.

a) O livro mencionado é uma leitura que Brás Cubas demora a concluir, no decorrer do romance.
b) Os “magros capítulos” confirmam a estrutura do romance: há muitos capítulos breves, que fragmentam a narrativa.
c) O enfado gerado pelo livro está em consonância com a “narração direita e nutrida”, o que o autor julga serem as expectativas do leitor.
d) A referência à eternidade corresponde à expectativa de que o livro dará ao autor a glória literária, mesmo após a morte.
e) A lentidão do livro remete à disposição do autor das memórias para satisfazer as demandas do leitor.

QUESTÃO 30. Com base na leitura do trecho e do romance, considere as afirmativas a seguir.

I. No trecho “se eu tivesse olhos”, há uma ironia do autor das memórias quanto a seu estado no mo- mento em que as redige.
II. A “lágrima da saudade” é uma expressão tipicamente romântica, cuja inviabilidade é, em seguida, ressaltada no trecho.
III. O trecho “não deixa olhos para chorar...” remete à superação do sentimentalismo romântico, emble- mática deste romance de Machado.
IV. A passagem “se não deixa boca para rir”, vista como ganho propiciado pela morte, alude à perma- nência da vocação sombria no realismo machadiano.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Novidade!

6º ano - gênero carta

Carta Pessoal x Carta Aberta Enquanto a carta pessoal trata de assuntos particulares, pessoais, a carta  aberta faz referência a assuntos de...