PROPOSTA DE REDAÇÃO: resumo descritivo das escolas literárias barroca e árcade

TEXTO 1

TEXTO 2


Texto 3

Nesta etapa, você estudou as escolas literárias barroca e árcade. Eis algumas perguntas devem estar contidas em seu resumo descritivo em forma de texto expositivo.
  1. O que foi o Barroco?
  2. Quais são as características do Barroco?
  3. O que é conceptismo e cultismo?
  4. Quais os principais autores?
  5. Quais as principais obras
  6. Fale um pouco sobre Gregório de Matos.
  7. O que foi o Arcadismo?
  8. Quais são as características do Arcadismo?
  9. Quais os principais autores?
  10. Quais as principais obras?
  11. Fale um pouco sobre Basílio da Gama e da obra Uraguai.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos acima e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto do gênero resumo descritivo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre as escolas literárias barroca e árcade, atendendo as perguntas acima (texto 3). Selecione, organize e relacione as ideias de forma coerente e coesa, expondo as informações e os fatos. Seu texto deve conter no mínimo 25 linhas e no máximo 30 linhas.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Noviço contista ep. : O menino aventureiro

Era uma vez um menino que se chamava Miguel. Ele era um garoto muito estudioso e sempre havia em mente várias ideias sobre aventuras. Entre as várias aventuras que criava, a que ele mais gostava era aquela em que se passava em uma floresta. Miguel era o personagem principal, um morador da selva que lutava com muitos bichos selvagens. Entre os seus adversários estavam: o esquilo voador, as árvores gigantes que tinham pernas as quais lhes permitiam andar e o porco espinho, que atiravam os espinhos como se fosse uma arma de defesa.

Um dia o Miguel encontrou uma menina que havia iniciado os estudos no colégio que ele estudava. Eles estudavam na mesma turma. Então, se tornaram amigos. Com o passar do tempo deu-se o namoro.
Um dia o garoto contou à namorada sobre as aventuras. Ângela – esse era o nome da menina – duvidou de tudo que ouvira do namorado. Achava a história um absurdo. Disse que o Miguel estava ficando maluco e que ele não sabia o que falava. Porém o garoto não levou em conta a opinião de Ângela e continuou a se aventurar.

Certo dia, o Miguel foi até a Ângela para relatar uma ótima experiência que vivera no dia anterior. Falou a ela que existia um mundo diferente do mundo deles. Esse mundo não havia morte e nada de ruim que perturbasse os seus habitantes. Ela não creu em nada que Miguel lhe contara; continuou incrédulo e imaginando que tudo não passava de maluquice do namorado. Porém ela não falou nada ao ele. Para agradar o namorado, Ângela concordou com as ideias dele O menino ficou muito feliz e convidou a  garota para ir visitar a floresta, que ficava próximo à escola onde eles estudavam. Antes de partir para a mata, ela avisou ao Miguel que não gostava da história do lobo mau.

Ao chegar à floresta, Miguel disse a Ângela que para entrar no outro mundo mágico era preciso que ela usasse a imaginação, pois só assim tudo se tornava realidade. Então a garota se concentrou e percebeu que tudo o Miguel lhe falou sobre o outro mundo era verdade. Assim ela passou a frequentar a floresta com o namorado todos os dias após as aulas.

Miguel comprou um cachorro e o deu à namorada. Todos os dias ela levava o animal para a floresta. Lá, o cão virava um príncipe.

Os pais de Ângela descobriram que ela namorava o Miguel. Eles ficaram furiosos com a filha, pois não aceitavam que a menina namorasse o garoto. Então Ângela ficou com raiva dos pais e fugiu de casa.

Um dia caiu uma grande tempestade e transbordou o rio que havia no meio da floresta – A Ângela imaginou a chuva – e quando a garota foi atravessar o rio, pendurada em uma corda de cipó, houve a quebra desse e
a menina caiu no rio. Ela não conseguiu escapar das águas e morreu afogada. Quando Miguel soube da
 morte da amada, não acreditou na história. Mesmo assim, a tristeza o tomou completamente. O menino começou a chorar e gritar pelo nome da namorada no meio da floresta. Os pais do Miguel e os pais da Ângela o encontraram à beira do rio da floresta. Tentaram acalmá-lo, mas o Miguel não lhe deram ouvidos.

Passaram vários meses e, nesse ínterim, Miguel tentou conformar-se com morte da namorada, mas não conseguiu. Todos os dias ele voltava à floresta em busca da amada. Porém não conseguia vê-la e voltava para casa muito frustrado. Um dia Miguel ouviu a voz de Ângela que o chamava na floresta. Ela o pedia para se juntar ao mundo diferente, pois assim os dois poderiam ficar juntos para sempre. Então Miguel se matou e os dois viveram felizes para sempre, pois o amor é capaz de vencer todas as barreiras, mesmo após a morte.

Gustavo da Silva – 8ª serie.

Livro Tempo de rosas - exercícios

Sinopse
Luciano é um jovem de dezessete anos que vive com o avô e o irmão mais novo, Wellinton, de oito. Abandonado pelo pai, que se separara da mãe quando ela ainda estava grávida do caçula, teve de lidar também, pouco tempo depois, com a morte da mãe. Apesar do cansaço que sentia pelas longas jornadas diárias de trabalho e estudo, as coisas pareciam engrenadas em sua vida: o avô cuidava das rosas em seu jardim, Wellinton brincava e ia à escola, ele namorava Talita... Mas o momento sempre adiado por todos de lidar com as perdas se impôs para Luciano e, consequentemente, para o avô e o irmão, afirmando os sentimentos de amor e cuidado entre eles e exigindo novos caminhos para o três.
Tânia Alexandre Martinelli
Professor, essa atividade foi usada em sala de aula da seguinte forma:
  • cada aluno responde a 5 perguntas selecionadas sobre o livro;
  • houve 5 atividades diferentes por turma, para evitar a repetição e evitar a "cola".
  • outra forma de realizar esta tarefa é recortar as perguntas e sorteá-la em sala para que cada aluno responda uma pergunta, sendo permitido uma segunda tentativa de resposta, caso erre) sobre a obra após todos participarem.
  1. Qual é a relação da capa do livro com a narrativa?
  2. No Capítulo 4, Wellington exagera ao contar a Luciano sobre o dedo enfaixado. Como isso se deu?
  3. Por que o capítulo 6 tem como título "tentativa"?
  4. Por que Talita chegou a escola atrasada certo dia, já que sempre chegava adiantada?
  5. Por que o capítulo 13 recebeu o título de "convite"?
  6. Sobre quem Wellinton conversa com amigo Felipe?
  7. O que Dona Veridiana foi fazer na casa de seu Clóvis?
  8. Quando seu Clóvis quebra um copo, Wellington repete a ação que o avô fez quando este machucou o dedo. Como isso ocorre?
  9. Descreva o que passa no capítulo "Dona Veridiana".
  10. Por que o Capítulo 7 tem o nome de "paisagens"? Descreva o capítulo.
  11. Por que Luciano não concordou com convite de Veridiana para o seu avô?
  12. Por que o capítulo 4 tem como título "aparelho"? Descreva o que é narrado nele.
  13. Você leu o capítulo 8. Para onde o Wellington vai e o que o avô recomendou?
  14. Por que o capítulo 10 tem como título "sábado"? Descreva o capítulo.
  15. Quem é Nelsinho? Dê a biografia dele.
  16. Por que o capítulo 5 tem como título "tesouro'? Descreva-o.
  17. Quem era o chefe de cozinha na casa de Wellinton?
  18. Após o avô viajar, Wellinton vai a cozinha e leva um baita susto. O que aconteceu?
  19. Descreva o que passa no capítulo "cansado".
  20. Descreva o que passa no capítulo "cafezinho".
  21. Porque era complicado para o Wellinton falar da família na escola?
  22. Descreva o que passa no capítulo "professora".
  23. Durante o cafezinho sobre que "o casal' conversou?
  24. Como é descrito a foto na estante do avô em que há a família de Luciano?'
  25. Por que o Capítulo 8 recebe o nome de "chão"?
  26. Quem é Rosimeire? Dê a biografia dela.
  27. Descreva o que passa no capítulo "piratas". Por que o capítulo levou esse título?
  28. Quem tocou a campainha da casa de Talita e o que desenrolou nessa narrativa?
  29. Por que Wellinton não gostou do avô viajar para Turmalina?
  30. Qual é a letra da música de Orlando Silva que fala da flor? Copie-a. Porque Wellington pediu a letra da música para a professora?
  31. Wellinton percebe mudanças em Luciano. Quais? Por que Luciano mudou o comportamento?
  32. Baseado na história de diga qual é o sentido da mensagem escrita pelo avô: " porque tudo natureza tem um tempo certo, Wellinton. E na vida também bom sinal".
  33. Quem é Wellington? Faça a descrição biográfica da personagem.
  34. Por que o capítulo 3 tem o título "pedido"?
  35. Quem é Marineuza? Faça a descrição biográfica da personagem.
  36. O que aconteceu na noite em que Luciano tentava esquecê-la?
  37. Por que o título do capítulo 1 é "Um roseiral"?
  38. O que passa no capítulo "hora do jantar".
  39. A quem a autora dedica o livro?
  40. Por que o título do capítulo 2 é "conversa"?
  41. Qual é a epígrafe do livro e quem a escreveu?
  42. Descreva o capítulo "a casa".
  43. Welliton diz ao avô a mãe gostava de rosas. Qual é a cor preferida dela? Por que ele usou o verbo no passado?
  44.  Descreva o que passa no capítulo "pela manhã".
  45. Você leu o capítulo "pela manhã". Porquê de seu Clóvis demorou a dormir?
  46. Descreva o que é narrado no capítulo "a preguiça".
  47. Descreva o que é narrado no capítulo "a favor".
  48. Por que o narrador chama o Welliton de Arturo?
  49. Como o narrador descreve a relação de seu Clóvis com o roseiral?
  50. Descreva o capítulo "novela".
  51. O que o menino tinha medo e nojo? Por quê?
  52. Porque o Welliton escondeu o braço suja de sangue atrás das costas?
  53. Descreva o que passa no capítulo "partida".
  54. Qual a personagem da narrativa que tem o mesmo nome do amigo da autora do livro?
  55. Descreva o que passa no capítulo "Rosa.
  56. Quem é Luciano? Dê a biografia dele.
  57. Wellington descobriu o tesouro do avô? Por quê? O que era o tesouro?
  58. O que Dona Veridiana foi fazer na casa de seu Clóvis?
  59. Faça uma análise crítica da obra "tempo de rosas". Mínimo de 10 linhas.
Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

6º ano - prova com descritores e gabarito

Questão 1. (D15).
Leia o texto e responda a questão:





















De acordo com o texto, a água compõe
(A) 22% do seu cérebro.
(B) 83% dos seus ossos.
(C) 75% do seu sangue.
(D) 75% dos seus músculos.

Questão 2. (D23).
Leia.

Como é duro ser reserva

O jogo pegava fogo!
E eu, nervoso, Esquentava o banco.
Já perdíamos de três.
E torcia para que viesse
Logo, logo, a minha vez.

A partida chegava ao fim
Quando, finalmente,
O técnico olhou pra mim:
- Garoto, você pode me fazer um favor?
- Mas é claro! Pode dizer, professor.
- Vá correndo até o fim do campo.
- Isso é pra já!
-Tá vendo aquele senhor de branco?
-Vejo sim, senhor.
-Pois então, chegue até lá e me compre dois pacotes de pipoca e um guaraná.
MATOS, Jonas Worcman de. Show de bola. São Paulo: FTD, 2010.

No trecho: “- Mas é claro! Pode dizer, professor.”, o travessão foi utilizado para

(A) indicar o comentário do narrador. 
(B) esclarecer uma informação ao leitor.
(C) introduzir a fala da personagem.
(D) sugerir uma opinião.

Questão 3. (D10 
(SPAECE). Leia

A intencionalidade dessa campanha publicitária é

A. Comunicar o dia mundial da água.
B. Conscientizar as pessoas quanto à preservação da água.
C. Mostrar o perigo da falta de água.
D. Divulgar uma informação.

Questão 4. (D1). 
O locutor (órgão responsável) pela divulgação da campanha é

A) o dia 22 de março.
B) o consórcio Conpar.
C) o governo municipal.
D) o dia mundial da água.

Questão 5. (D11) . 
Leia. 
                                                A onça
Toninho e Dico ainda eram crianças, [...] quando sua mãe pediu aos dois que fossem à horta pegar umas folhas de couve.
Porém, tinha uns boatos de que havia onça ali por perto. Mesmo assim, os dois foram fazer o pedido da mãe...
Chegando lá na horta, os dois se animaram com a beleza das verduras e legumes e acabaram se afastando um do outro (questão de 2 a 3 metros), quando Toninho pisou em um espinho e soltou um grito:
– Ai! ai!
Dico, já assustado gritou:
– A onça?
– E saiu correndo. Toninho também gritou:
– A onça?!
Os dois saíram desembestados, correndo [...]. Quando já cansados de tanto correr, Toninho parou e perguntou pro Dico:
– Você viu a onça?
– Não. Foi você quem viu!

Essa história começa quando

A) a mãe pede aos filhos para irem à horta colher couve.
B) Dico sai correndo da horta.
C
) os meninos chegam à horta e se afastam um do outro.
D) Toninho pisa em um espinho.

GABARITO
Q1 - D
Q2 - C
Q3 – B
Q4 – B
Q5 -  A

A história da educação brasileira - resumo

No dia 15 de outubro de 1827 foi instituída a primeira Lei Geral da Educação Pública brasileira. É devido a isso que se comemora o dia do professor.

Em 1834, houve o Ato Adicional. Esta lei criou as Assembleias Provinciais e deu autonomia para às províncias legislarem sobre a instrução pública.

Em 1837, foi criado o Colégio Pedro Segundo. Objetivo da criação do colégio era forma a elite nacional, os altos quadros políticos, administradores e intelectuais do Brasil. Os alunos bacharéis em letras pelo Colégio Pedro Segundo poderiam estudar em qualquer faculdade do império sem vestibular.

Em 1870, os estudos secundários achavam-se entregues quase que exclusivamente a iniciativa privada.

A CONSTITUIÇÃO DE 1891. Com ela, eliminou-se o voto por renda e instituiu o “voto cidadão alfabetizado” do sexo masculino. Ela normatizou que o ensino o Ensino Primário era responsabilidade da província e o Ensino Secundário e Superior eram responsabilidade do império. Nela o Ensino Médio foi nitidamente seletivo. Os alunos vinham de classes sociais mais elevadas. Foi na Primeira República que houve a separação entre o Ensino Popular – Ensino Primário – Ensino Normal e Ensino Profissional. O Ensino Primário era para as classes sociais menos favorecidas – de 1ª a 4ª série; já o Ensino Normal era para a elite. Ela frequentava os melhores ginásios - O ginasial é um curso aristocrático, seletivo e predominantemente masculina. O acesso de pobre e mulher era raro – e escolas superiores. Para dificultar ainda mais a entrada no ensino superior, o exame de saída do Ensino Médio passou para exame de entrada no curso superior.

Houve reformas sucessivas da educação brasileira durante os anos 1911 e 1915. O exame de admissão ao curso superior passou a chamar “vestibular”. Além de passar nesse exame, exigia-se dos alunos o certificado de aprovação nas matérias do curso ginasial.

Em 1930, houve novas leis do Estado Novo. Nesta época Francisco Campos tornou-se o primeiro ministro educação do Governo Vargas. Foi neste período que surgiu grandes movimentos em defesa educação pública. O movimento denominado ESCOLA NOVA era responsável pelas reformas educacionais naquele Estado Novo - reforma do ensino secundário em 1831. A Escola Nova propunha que o Ensino Médio deveria ter como objetivo formar o homem para a atividade nos setores comerciais e industriais do Brasil e não mas o curso superior, uma vez que a finalidade de preparar o discente para ensino superior havia sido superada na Reforma Educacional Italiana, feito pelo ministro Geovane Gentile – ministro de Mussolini. Este movimento italiano tinha como objetivo "formar indivíduos capazes de tomar decisões." Nesta época, a educação básica na italiana era formada de dois ciclos: Ensino Fundamental de cinco anos e Ensino Complementar de dois anos. Em Liceus, o Ensino Secundário era dividido em três anos para Ensino Fundamental e quatro anos para Ensino Médio com o objetivo de preparar os alunos para o ensino superior. O ensino italiano tinha currículos diferentes, conforme a destinação dos candidatos. Havia o ensino clássico e ensino científico. No Brasil, apenas os cursos secundários preparavam para o vestibular. Sem o diploma do curso secundário, nenhum estudante podia candidatar-se ao exame. O exame de admissão ao curso secundário ocorreu com a Reforma Federal de 1925 e foi mantido na reforma das Leis de 1931.

O MANIFESTO EDUCACIONAL foi assinado por 26 educadores de grande prestigio. Entre eles estavam Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Roquete Pinto. Havia na reforma educacional dois grupos que defendiam a educação. Os LIBERAIS ELITISTAS defendiam posições predominantes da elite. Enfatizavam que a necessidade de articulação de todos os graus e tipos de ensino deveria ser reformada. Este grupo priorizar os aspectos biológicos, psicológicos, administrativos e didáticos do processo educacional. O outro grupo chamado de LIBERAIS IGUALITARISTAS era formado por pessoas como Anísio Teixeira que condenava a discriminação social realizado pela escola segregacionista e propunha a abolição do sistema dual de ensino primário-profissional e secundário-superior e a criação de uma escola única para todos, evitando a separação entre trabalhadores manuais e intelectuais.

A CONSTITUIÇÃO DE 1934 assegurou o ensino religioso, normatizou a escola secundária, limitando o número de estabelecimentos secundários, rompeu com o monopólio estatal do acesso ao ensino de terceiro grau e homogeneizou o currículo.

LEI ORGÂNICA DO ENSINO SECUNDÁRIO de 1937 dividiu o ensino ginasial em quatro anos e o segundo ciclo com opção entre o clássico é o científico, conforme o modelo italiano. Ao fim de cada ciclo, havia o exame de licença, ou seja, o diploma, com o objetivo de garantir o padrão nacional de todos os aprovados. Para os alunos que não conseguiram admissão ao Ensino Médio e para os que desejam ingressar na universidade, havia a opção de cursos profissionalizantes de nível médio. A Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1937 transformou o ensino profissional em ensino de grau médio. De 1920 a 1930 e na década de 1940 houve a expansão do setor privado graças aspirações e a mobilidade das camadas médias urbanas. Entretanto, nesta época das 629 escolas existentes no Brasil 530 eram particulares e mais de 30 por cento se localizavam em Pão Paulo (196 escolas).

A LEGISLAÇÃO DE 1942 definiu que quem quisesse abrir uma escola secundária deveria requerer inspeção do Ministério da Educação, o qual acompanharia as atividades durante dois anos. Nessa época, a educação profissional do Ensino Médio voltou-se à formação de forças de trabalho específica para os diferentes setores da economia e da burocracia. Havia o ensino industrial (de nível secundário), o ensino agrícola (primário), ensino comercial (terciário) e o ensino normal (para formação de professores para lecionar no Ensino Primário). O ensino técnico tinha três anos de duração com o quarto ano com estágio supervisionado na indústria. O ingresso em cursos básico profissional dependia da passagem dos concluintes do curso básico profissional para o primário e aprovação em exame de admissão. Já o ingresso em curso técnico dependia da conclusão do primeiro ciclo do Ensino Médio no mesmo ramo profissional. A passagem dos concluintes do curso básico profissional para o segundo ciclo do ramo secundário era proibida. Candidatos oriundos dos cursos profissionalizantes só poderiam prestar exames em suas áreas na faculdade. O curso ensino comercial de segunda classe requeria a pouca exigência. A Lei Orgânica de 1942 proibia ainda denominações colégio e ginásio aos demais estabelecimento de nível médio. Já a formação de professores se dava em dois níveis de cursos. A primeira formação de docentes para a primário com duração de quatro anos em escolas normais.

GOVERNO CIVIL MILITAR DE 1950 A 1980. Em 1950 houve a verdadeira evolução do Ensino Médio brasileiro, o qual abriu a possibilidade de os alunos cursarem o ensino profissional se transferir para o ensino secundário. Facultava-se aos diplomados do secundário o direito de se candidatarem aos cursos superiores. De 1950 a 1970 ocorreu a grande expansão do Ensino Médio decorrente do crescimento demográfico e da crescente pressão popular pela ampliação do ensino elementar. A pressão dos movimentos sociais populares ocorria nos grandes centros urbanos e industriais do país, como São Paulo. Esses movimentos levaram a expansão das oportunidades educacionais e à integração do primário e o primeiro ciclo do Ensino Médio, antigamente denominado ginásio de 5ª a 8ª série.

L D B E N DE 1961 deu equivalência aos cursos técnicos e secundários para efeito de ingresso em curso superior.

L D B E N 5692/1971 tornou obrigatório o ensino comum de oito ano, Ensino Fundamental, antigamente denominado “primeiro grau”, fundindo o Ensino Primário e o Primeiro Ciclo do Ensino Médio. O Ensino Colegial, o segundo ciclo, constituiu o “Segundo Grau”, hoje Ensino Médio. O segundo grau passou a ser generalizadamente profissional ou profissionalizante, com currículos orientados para habilitações profissionais. O objetivo era suprir uma suposta carência de profissionais de nível médio. Impôs-se então uma profissionalização obrigatória no Brasil. As consequências foram o empobrecimento do currículo, esvaziamento dos conteúdos de formação geral, indispensáveis para a formação crítica da realidade social e fracasso na formação técnica.

Alguns conceitos da LDBEN de 1971 estavam pautados pela TEORIA DO CAPITAL HUMANO, em que “os conhecimentos e habilidades constitui o capital humano”. Tal ideologia subordinava a educação às demandas do mercado de trabalho, acarretando a descaracterização e a maior desqualificação do Ensino Médio, reforçando a dicotomia “educação para elite e educação para o trabalhador”.

EM 1980. No início desta década, o governo militar flexibilizou a obrigatoriedade do ensino profissionalizante - Lei 7044/82. As matrículas de Primeiro Grau chegaram a 24,8 milhões e a de Segundo Grau a 3 milhões. A exclusão social no Ensino Médio agravou-se com a extinção do Plano Nacional de Educação do governo João Goulart, o qual obrigava governo destinar um mínimo de doze por cento dos recursos da união para a educação. O Plano Nacional de Educação só foi retomado pela emenda constitucional número 24 de 1983 e pela constituição federal de 1988.

REDEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO. A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional de 1996 deram ao Ensino médio uma função formativa da etapa de conclusão da educação básica: infantil, fundamental, médio e educação de jovens e adultos. A educação básica passou a ser ofertada de forma adequada às necessidades e possibilidades da população de jovens e adultos com condições de acesso e permanência na escola. Houve ajustes na economia, acompanhado da presença de organismos internacionais para a orientação das reformas na educação. No governo Fernando Henrique Cardoso houve a desescolarização do ensino técnico e o predomínio do modelo de competência com o objetivo de atender a uma educação que vise demandas do mercado. A formação profissional transformou-se em instrumento da gestão individual das competências e dos atributos cognitivos dos assalariados na empresa e fora dela.

REINTEGRAÇÃO DO ENSINO TÉCNICO. A reintegração do ensino técnico aconteceu após fórum em defesa da educação pública e projetos de formação humana integral. Este evento propunha a superar a dualidade presente na organização do Ensino Médio promovendo a cultura e o trabalho, fornecendo aos alunos uma educação integrada ou unitária capaz de propiciar a compreensão da vida social, a revolução técnico-científica e da dinâmica do trabalho e da história.

DECRETO 515444/ 2004. O governo Lula reintegrou o ensino técnico ao Ensino Médio através deste decreto.

DECRETO 5840 /2006. Esse decreto estabeleceu o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a educação básica na modalidade EJA.

PROGRAMA BRASIL PROFISSIONALIZADO DE 2007. Visou fortalecer as redes estaduais de educação e tecnológica por repasse de recursos federais aos estados.

PNDE 2011-2020. Tinha como objetivo universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda população de 15 a 17 anos através da meta 3. Já a meta 10 propunha oferecer, no mínimo, vinte e cinco por cento da vaga de EJA na formação de integração da educação profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

JESUS, José Geraldo Pereira de. Resenha do Caderno 1 de Formação de Professores do Ensino Médio (págs. 01 a 26). MEC, 2013.
Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Gênero discursivo pós-crédito cinematográfico - exercícios com gabarito

Uma cena pós-créditos é uma sequência adicional que é exibida após o término dos créditos finais de um filme, série ou jogo. Essas cenas geralmente apresentam novas informações, revelações surpreendentes, teasers de sequências futuras ou simplesmente cenas engraçadas que complementam a história principal.

Atividade 1. Assista às cenas pós-crédito dos filmes Iron-man 3 (“Homem de ferro 3”) e “Vida de Insetos” e responda o que se pede.

                                      https://www.youtube.com/watch?v=l24rDxmsY68. Acesso em: 23 fev. 2021.

                                                                                      “Homem de ferro 3”.                                                                                       https://www.youtube.com/watch?v=C_5BrpRRXfk. Acesso em: 23 fev. 2021.

                                       Frame captado nos créditos finais do filme “Vida de Insetos”, 1998)

a) Qual é a diferença entre as duas cenas?

b) Qual cena deve ter precisado de um tempo maior para ser construída? Por quê? A cena do filme “Vida de insetos”, pois é bastante trabalhoso produzir filmes de animação.

c) Qual cena faz uso da metalinguagem? O filme "Homem de Ferro", pois, a cena contém a personagem conversando com seu “terapeuta” em que trata de si mesma como personagem principal da história.

d) Qual cena funciona como Sequel? Há uma frase no final da cena pós-crédito informando que Tony Stark irá retornar.

e) Há humor nas cenas pós-créditos que você acabou de assistir? Sim, em ambas. A primeira, Tony está a falar; parece que o discurso dele não é interessante, pois o médico dormiu enquanto ele contava uma história; na segunda, há “erros de gravação”, o que normalmente provoca humor.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Noviço poeta ep. : Distração de menino

Estava eu na rua jogando bolinha
Quando passou uma menina bonitinha,
Com um rosto lindo;
Foi amor a primeira vista.
Chamei ela para conversar.
Ela vindo, pensando eu o que falar.
Ela gostou do meu papo
E começamos a namorar.
Gostamos um do outro
E cheios de amor pra dar,
casamos
 Dener Caldeira do Santos - Turma: 101 

Exercícios - prova de língua portuguesa 7 ano - gênero teatro - COM GABARITO

 Busca ao Tesouro, de Monteiro Lobato

2ª CENA

Dona Benta: Pedrinho, então, juntou as suas coisas de viagem, colocou em uma maletinha e saiu estrada a fora. Em busca daquele tal tesouro. Mas quando ele estava no meio do caminho, descobriu que não tinha pego as pistas, e imaginou...

Pedrinho: Caramba, mas prá que lado eu vou? Prá lá ou para cá.? Estou perdido. E agora. O que faço? Visconde: (entrando) Bom dia Pedrinho? Prá onde você está indo?

Pedrinho: Não sei. Acho que me perdi. Eu tinha que encontrar um grande tesouro, mas não me deram as pistas.

Visconde: Que tesouro é esse? Pedrinho: Não sei te informar, só sei que é um grande tesouro.

Visconde: Posso ir com você?

Pedrinho: Eu acho que pode.

Visconde: Então vamos por ali. Acho que sei o caminho. (sai na frente)

Pedrinho: Mas como que ele sabe o caminho? (sai também)



1.O texto acima apresenta: personagens, 2ª cena, rubricas, falas das personagens. Essas características são do gênero:
 teatro

2.Na última participação de visconde cena 2, o que precisa fazer?

Visconde deve pronunciar a fala dele e sair, na frente dos amigos, em direção ao caminho


3. Encontre o advérbio presente nas frases a seguir. Em seguida, identifique a circunstância apresentada por ele.

a) Vivi aqui os melhores dias da minha infância. LUGAR

b). Amanhã meus pais farão 50 anos de casados. TEMPO

c) Ítalo parece um menino muito feliz. INTENSIDADE

d). No fim de semana, talvez viajemos para o sítio. DÚVIDA

e) A vida foi feita para ser aproveitada intensamente. MODO

4. complete a frase com um advérbio que expresse a circunstância adequada.

a). Você é, CERTAMENTE, um otimista. (Ideia de afirmação)

b) Luciano estava ____BASTANTE___ ansioso com a entrevista de emprego. (Ideia de intensidade)

c) Pessoas que enfrentam os problemas __MUITO_____ vivem melhor. (Ideia de modo)

d). Levantar _CEDO______ é difícil para mim. (Ideia de tempo)

e) Carl Sagan foi, __QUIÇA_____, o maior divulgador científico do século XX. (Ideia de dúvida)

f) _APENAS
______ dez alunos trouxeram a autorização para participar da viagem. (Ideia de exclusão)



5.Identifique e classifique as locuções adverbiais a seguir.

a) O motorista virou à esquerda na rua principal. LUGAR

b) Com certeza eu telefono para dizer se vou à festa. AFIRMAÇÃO

c). Não como dobradinha de modo algum. NEGAÇÃO

d) Sempre que você come em excesso, passa mal. MODO

e) Em breve, nossa loja apresentará novidades. TEMPO

f). Pode se servir de sorvete à vontade. INTENSIDADE

g). Quem sabe não vamos ao parque no domingo? DÚVIDA

6. Analise as frases seguintes e identifique as que também são orações:

a) Parabéns por tudo. SÓ FRASE
b) Que comportamento agressivo! SÓ FRASE
c) Será que ele vem hoje? FRASE E ORAÇÃO
d) Eu quero! FRASE E ORAÇÃO
e) Agora, por favor! SÓ FRASE
f) Nem pense nisso. FRASE E ORAÇÃO

7. Identifique as orações nos períodos abaixo.

a). Estava perdida e não sabia o que fazer.
b). Caiu e machucou-se outra vez.
c). Preciso que você vá à loja, troque o vestido, compre um cartão e entregue na casa da Maria.
d). Ela continua doente e não aceita ir ao hospital para ser consultada.
e). Você fez um lindo e minucioso trabalho.

8. Enumere quanto às relações coesivas estabelecidas pelas conjunções em destaque no período composto.

1 - Sentido explicativo; 2 - Sentido aditivo; 3 - Sentido conclusivo. 4 - Sentido adversativo

( ) Ele é inteligente e estuda muito. ADITIVO

( ) Ele é inteligente, mas estuda muito. ADVERSATIVO

( ) Ele é inteligente, logo estuda muito. CONCLUSIVO

( ) Ele é inteligente, porque estuda muito. EXPLICATIVO



9. Classifique as orações coordenadas sindéticas.

a). Deve ter ventado bastante porque há muitas folhas no chão. EXPLICATIVA

b). Penso, logo existo. CONCUSIVA

c) Viajarei de ônibus ou alugarei um carro. ALTERNATIVA

d). Ela está de férias, mas não viajou. APOSITIVA

e) Mariana é rica e trabalha muito. ADITIVA



10. Em relação à classificação das orações coordenadas sindéticas destacadas, assinale a alternativa incorreta.

a) ( ) Ela não só foi a primeira, mas também foi a mais aplaudida. (aditiva)

b) ( ) Fale agora ou permanecerá calado para sempre. (conclusiva)

c) ( ) Eu queria convencê-lo, mas os argumentos não foram suficientes. (adversativa)

d) ( ) Cumprimente-o, pois hoje venceu mais uma etapa de sua vida. (explicativa)

 

 

Carta aberta ep.1: Carta aberta aos eleitores brasileiros


Caro(a) leitor(a),
Está chegando um dos dias mais importantes de sua vida, que é o dia da eleição do legislativo e do executivo que gerenciam o Brasil. Saiba que neste dia, você se torna a pessoa mais ilustre da nação brasileira, pois, seu voto decidirá o futuro do país.

É verdade que foi dado a você muita responsabilidade; por isso, é necessário rememorar o passado antes de digitar um número de candidato em uma urna eletrônica. O histórico político brasileiro, muitas vezes, "arrepia os cabelos", portanto, é necessário não olvidá-lo. Lembre-se história como “dólares na cueca”, “deputado do castelo”. Essas "lendas"  nos remete a políticos que construíram palacete à custa de dinheiro público; também não se esqueça de um deputado mineiro que foi condenado pela justiça a “perda do cargo devido à conduta corrupta”, mas um ministro da justiça, também envolvido na escuridão do mundo dos negócios,   mantém-no em cargo político; lembre-se dos escândalos ocorridos em Brasília,  ou em seu estado/município. Não se esqueça de um deputado que disse que “pouco está se lixando pela opinião pública!". Pelo amor de seus filhos, não se esqueça dele! Fique alerta ao deputado mineiro que está há quase trinta anos no poder e nunca apresentou/aprovou um projeto que beneficiasse o estado de Minas Gerais/Brasil ou seus seguidores religiosos; não se olvide dos deputados membros da “Máfia das ambulâncias”, um já retornou como vereador em Belo Horizonte, o outro quer ser deputado federal. Não se esqueça da "farra dos cartões corporativos" e tampouco "farra das passagens aérea", pois quem pagou a conta foi você e todos os trabalhadores brasileiros. São muitos crimes políticos (corrupção),  não é! O nosso inimigo (político corrupto) não dorme enquanto não obtém uma ideia extraordinária de como se corromper no próximo dia! Portanto, meça o valor de seu voto e veja quão pesada é a consequência de concedê-lo a pessoas que não têm aptidão à honestidade.

Querido colega eleitor, não venda seu voto e, tampouco, troque por tijolos, areia, cestas básicas, bolsa família ou por um tapinha nas costas. Lembre-se de que ele vale muito mais do que estas coisas, tendo um preço imensurável. Saiba que seu voto é tão importante que vale o futuro de um país. Por isso, vote consciente de que sua boa ação vai mudar nação brasileira para melhor. 

Portanto, querido colega de urna, seja sábio, pois, o futuro do Brasil estará em suas mãos. Eleja uma pessoa com reputação ilibada. Não se esqueça, meu caro, que até sua família depende de que seu voto faça a eleição de políticos que sejam comprometidos com a ética e com o social. Grave isto: “seu voto não tem preço, mas tem consequências.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

O crime do padre Amaro - breve resumo

O Crime do Padre Amaro é o primeiro romance de Eça. Publicado pela primeira vez em 1875, O livro denuncia a corrupção dos padres, que manipulam a população em favor da elite, e a questão do celibato clerical. É com esse livro que Eça de Queirós inaugura, na prosa, a estética do realismo/naturalismo em Portugal. A obra caracteriza-se pelo combate ao idealismo romântico que se estabelecia até então, em prol de uma visão mais crítica da sociedade. Sua versão definitiva foi publicada em 1880.

Naquela época (segunda metade do século XIX), o Ocidente vivia um período de grandes transformações, com a Segunda Revolução Industrial. O cientificismo passou a predominar, com novas correntes filosóficas e teorias, entre as quais o positivismo de Comte, o determinismo de Taine, o evolucionismo de Darwin e o socialismo científico de Marx e Engels. Essa perspectiva racionalista e materialista leva os intelectuais a estudar o impacto social da industrialização e do liberalismo. Passam a ser discutidas as desigualdades que essas mudanças trouxeram para a sociedade, como o surgimento de uma nova classe que é oprimida pela burguesia: o proletariado.

Romance tese
Em vez da subjetividade romântica, os autores do realismo/naturalismo, como o próprio nome da escola literária indica, buscavam retratar a realidade de forma objetiva. Daí a substituição do romance de entretenimento pelo romance de tese, que visa a descrever e a explicar os problemas sociais sob a luz das novas ideias. Neles há a crítica, muitas vezes feroz, às instituições que servem de base para a sociedade burguesa, como o Estado, a Igreja e a família.

Portugal, que muito tempo antes havia deixado de acompanhar o progresso de outras nações europeias, passa nesse momento a servir de palco para a mobilização de jovens que ansiavam por mudanças radicais. É nesse contexto que Eça de Queirós começa a se destacar. Em sua fase realista/naturalista, inspirado pelos franceses Gustave Flaubert e Émile Zola, escreve romances como O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio, que buscam atacar a corrupção do clero e a hipocrisia da média burguesia portuguesa.

Narrador 
A narrativa é em terceira pessoa e o narrador tem onisciência, ou seja, conta a história com conhecimento dos pensamentos e das ações dos personagens. Isso facilita o processo de distanciamento entre o autor e a obra. Apesar disso, é possível perceber a antipatia que Eça sente por vários dos tipos retratados, em especial os padres e as beatas, por causa da ironia e dos adjetivos rudes, muitas vezes grosseiros, que utiliza em suas descrições. Isso é revelador de uma postura anticlerical, comum entre os escritores realistas.

Espaço e tempo narrativo
A maior parte da narrativa concentra-se em uma província chamada Leiria, sede do bispado para onde o padre Amaro consegue transferência. O tempo compreende os anos de 1860 a 1870, aproximadamente, e se desenvolve de forma cronológica, linear, com eventuais voltas ao passado, quando o autor, após apresentar alguns dos personagens, conta a história de Amaro e de como ele se tornou padre.

O enredo
Após perder os pais, que serviram à marquesa de Alegros, Amaro cai nas graças da mulher, que o toma como agregado, planejando criá-lo para o sacerdócio. Isso acaba se efetivando, apesar da ausência de vocação e de interesse do jovem, que, desde cedo, possuía uma índole libidinosa. Triste e resignado, Amaro se ordena padre, sempre tentando conter os fortes impulsos sexuais que sente.

Embora temesse a Deus e fosse devoto, odeia a vida eclesiástica que lhe fora imposta. Depois de exercer seu ofício em uma província interiorana, consegue, por influência da condessa de Ribamar – filha de sua protetora, a marquesa –, mudar-se para Leiria. Nesse ponto, Eça descreve como os interesses do clero estão atrelados aos interesses políticos. É o marido da condessa quem intervém junto a um ministro para solicitar ao bispo a transferência de Amaro, apesar de sua pouca idade, para a sede do bispado.

Em Leiria, o jovem padre aceita a sugestão do cônego Dias para morar em um quarto alugado na casa da senhora Joaneira – com quem Dias mantinha um caso –, auxiliando, em troca, nas despesas da casa. O quarto de Amaro fica exatamente embaixo do de Amélia, filha da dona da casa. Já no primeiro contato, Amaro e Amélia sentem forte atração mútua, que se desenvolve aos poucos e provoca o desinteresse da moça por João Eduardo, de quem era noiva.

O fato que desencadeia a ofensiva de Amaro sobre Amélia é algo que o jovem padre presencia: certo dia, ao chegar à residência da senhora Joaneira, encontra-a na cama com o cônego Dias. A partir daí, apesar de ter mudado de casa, Amaro vai perdendo os escrúpulos e se deixa levar pela atração sexual, seguindo o exemplo de seu antigo mestre.
O autor, além da crítica feroz que desfere contra o clero, toca também em outro tabu da época: a sexualidade.

É comum que os escritores vinculados à corrente naturalista, como era Eça na época em que escreveu esse romance, deem ênfase ao erotismo que domina os personagens. Isso faz parte de sua caracterização, como apregoa o determinismo de Taine, segundo o qual os seres humanos são submetidos ao condicionamento pela herança, pelo meio social e pelo contexto histórico, que regem seu comportamento. Isso significa que, embora os personagens tentem, num primeiro momento, se prender a um padrão moral mediado pela consciência, acabam agindo pelos impulsos naturais de sobrevivência da espécie, principalmente o desejo sexual.

João Eduardo, enciumado, publica anonimamente no jornal local um artigo em que denuncia a imoralidade de alguns padres de Leiria, especialmente de Amaro. Esse fica indignado e passa a evitar Amélia — pensa até mesmo em abandonar o sacerdócio. No entanto, os padres descobrem o autor do texto polêmico e levam João Eduardo a deixar a cidade.

Gravidez e morte
É nesse momento que, no auge do desejo, Amaro e Amélia trocam o primeiro beijo. Para facilitar a sedução, Amaro se torna o confessor de Amélia, o que revolta João Eduardo, levando-o a dar um soco no pároco na rua. Após retirar a queixa contra seu agressor e ser visto como um santo pelas beatas (entre as quais Amélia), Amaro conduz a jovem para seu quarto e os dois têm a primeira relação sexual.

A nova criada do padre, Dionísia, alerta para o perigo dessa exposição e lhe recomenda que ache um local secreto para os encontros amorosos. A solução é a casa do sineiro da igreja, o Tio Esguelhas, deficiente que vive com uma filha, Antônia, a Totó. A desculpa para os encontros é a preparação de Amélia para se tornar freira e também ler textos religiosos a Totó.

O fascínio que Amaro exerce sobre Amélia é cada vez maior, até que ela começa a ter crises de consciência. A pedido da senhora Joaneira, o cônego Dias investiga o caso e fica sabendo, por meio de Totó, o que ocorria entre seu pupilo e a moça. Após uma discussão e trocas de acusações entre os dois, porém, o cônego e o padre passam a se tratar como sogro e genro.

Amélia então engravida, o que leva Amaro ao desespero. Com o cônego Dias, decidem casá-la com João Eduardo quanto antes. Ela se revolta com a ideia, mas acaba aceitando, o que faz com que o padre amante sinta ciúme. Para consolá-lo, decidem, então, continuar os encontros amorosos após o casamento.

O ex-noivo de Amélia, contudo, não é encontrado, o que os leva a buscar outra solução, já que fica cada vez mais difícil ocultar a gravidez. A histeria da moça aumenta, até que optam por enviá-la ao subúrbio para cuidar de dona Josefa, beata enferma irmã do cônego, enquanto os outros passam uma temporada na praia.

Entristecida por se separar da mãe e pelo abandono de Amaro, que permanece em Leiria, Amélia fica angustiada e entra em profunda crise. A situação é agravada pela censura de dona Josefa. A jovem encontra consolo então no bom abade Ferrão, um dos poucos personagens apresentados como íntegros na narrativa. Ele ouve a confissão de Amélia e a aconselha a superar a atração que ainda sente pelo padre. Amaro, ao saber disso, cego de desejo e ciúme, procura mais uma vez Amélia, que não resiste e se entrega novamente. O abade, por outro lado, tenta inutilmente unir a moça com o reaparecido João Eduardo, ainda apaixonado por ela.

O momento do parto se aproxima, e Amaro é aconselhado por Dionísia a enviar o bebê a uma “tecedeira de anjos”, mulher que mata recém-nascidos indesejados. Nasce a criança, que o pai leva à ama encarregada de fazer com que desapareça, em troca de pagamento.

Amélia não resiste e, pouco tempo depois, sofre de convulsões e morre. Amaro, triste por causa da morte da amante, tenta recuperar o filho, mas é tarde. A criança já havia sido morta. Traumatizado, ele sai de Leiria e é transferido. Em Lisboa, buscando de novo a ajuda do conde de Ribamar, reencontra o cônego Dias. Ambos concluem que o remorso sentido pelo caso havia sido superado. Afinal, “tudo passa”.

Por Geraldo Genetto Pereira
Professor, escritor, blogueiro, youtuber.
Formação: Licenciatura e Mestre em Letras pela UFMG.

Noviço articulista ep. : Confiança entre pais e filhos

O pai não deve controlar o filho, mas para isso acontecer o filho precisar conquistar a confiança do pai: obedecendo e respeitando as ordens dele, chegando sempre no horário combinado. Assim, o pai vai sempre criando confiança cada vez mais e até vai deixar o filho mais a vontade. Assim, a confusão entre pai e filho não haverá.

Até aos dezesseis anos de idade, os pais devem ficar no pé do filho, porque a partir dos dezesseis é que o adolescente começa a criar a sua consciência sobre o que é certo ou errado; o que ele pode e o que ele não pode fazer; o que é fazer o bem e o que é fazer o mal.

Há certo tipo de filho que desde cedo já dá para perceber se ele vai ser trabalhador ou “vagabundo”. Se ele faz o mal, prejudica não a si mesmo, mas outras pelas que estão ao seu lado. Para o pai não precisar manter rígido controle sobre o filho, o filho deve passar confiança ao seu pai.
                                                                                                Gabriel Santos Lima. Ensino Fundamental

Noviço articulista ep. : internet: a coleira virtual

A tecnologia tem permitido uma vigilância cada vez maior da intimidade das pessoas. Ela traz muitos benefícios, inclusive saber onde pessoas estão. Pode-se rastreá-las pelo celular. A maioria das pessoas usa o aparelho celular e nunca saem sem ele. Por isso, tem-se escolhido o celular para se por um chip e rastrear. Isso alivia a tensão dos pais que ficam aflitos, querendo saber por onde andam os filhos.

Mas é necessário este controle? Os jovens sabem o que fazem. Eles não precisam virar “os cãezinhos” dos pais. Isso poderá causar algum tipo de revolta nos adolescentes. Fato que alguns pais ignoram, é que alguns jovens sabem mexer, muito bem, em aparelhos eletrônicos. Esses jovens podem desativar esses aparelhos em pouco tempo. É uma “besteira” colocar uma “coleira virtual” nos filhos.

O controle pode acalmar os pais. Eles ficam preocupados, querendo saber onde os filhos estão, e com quem andam. Quando o filho demora a chegar a casa, os pais ficam desesperados, pensando que aconteceu algo grave com o jovem. Às vezes, até acontece esse tipo de coisa. Por isso, alguns pais colocam uma “coleira virtual” nos filhos.

A pior coisa a acontecer seria um adolescente ser totalmente controlado. Os pais saberiam todos os passos deles, como se fosse uma perseguição policial. Ainda que seja “com as melhores intenções”, isso sufoca o jovem.

Portanto, é necessário esse tipo de controle, mas isso tira toda a intimidade e liberdade do adolescente.
                                                                                 Amanda Rafaela Rodrigues Silva. Ensino Fundamental

Noviço poeta ep. : Amizade verdadeira

No momento em que lhe conheci,
Foi a melhor coisa que me aconteceu;
Logo, você se tornou especial
E nossa amizade cresceu.

Seus abraços,
Para me animar
São tão especiais
Que não me dá vontade de lhe largar.

Quando estou triste,
Seu sorriso é como raio de sol,
Que ilumina meu dia
E me enche de alegria

Não vou falar que é você,
Mas uma coisa eu digo:
Vou estar sempre contigo
Porque a melhor coisa que existe
É lhe ter como amigo.


Felipe Costa Toledo - Ensino Médio

Noviço poeta ep. : O poder da escolha

Eleição, eleição...
Está bem em nossas mãos,
Seu direito ao voto vai chamar,
E você tem que votar.

Eleição, eleição...
Não pode ter corrupção;
Tem que ser com discrição;
Presidente ou vereador
Não podem ser tratados por doutor.

Eleição, eleição...
Eleja um cidadão,
Sem corrupção;
Solucione um problemão
Que carrega este nosso Brasilzão.

Michele Batista Pimentel - Ensino Médio

o quatro pilares da educação - exercícios

Elabore três tipos de fichas (citação, resumo e analítica) com base no texto: “Os 4 pilares da Educação” de Jacques Delors.

CAPITULO 4

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
Dado que oferecerá meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, o próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, de algum medo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele.

Nesta visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável de educação – uma bagagem escolar cada vez mais pesada já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança.

Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta.

Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer. As duas outras aprendizagens dependem, a maior parte das vezes, de circunstâncias aleatórias quando não são tidas, de algum modo, como prolongamento natural das duas primeiras. Ora, a Comissão pensa que cada um dos "quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global a levar a cabo ao longo de toda a vida, no plano cognitivo como no prático, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade.

Desde o início dos seus trabalhos que os membros da Comissão compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo século, assinalar novos objetivos à educação e, portanto, mudar a ideia que se tem da sua utilidade. Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada como a via obrigatória para obter certos resultados (saber-fazer, aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser.

Aprender a conhecer
Este tipo de aprendizagem que visa não tanto a aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e como uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as suas capacidades profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. Apesar dos estudos sem utilidade imediata estarem desaparecendo, tal a importância dada atualmente aos saberes utilitários, a tendência para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os adultos a apreciar, cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual. O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir. Deste ponto de vista, há que repeti-lo, é essencial que cada criança, esteja onde estiver, possa ter acesso, de forma adequada, às metodologias científicas de modo a tornar-se para toda a vida “amiga da ciência” (1). Em nível do ensino secundário e superior, a formação inicial deve fornecer a todos os alunos instrumentos, conceitos e referências resultantes dos avanços das ciências e dos paradigmas do nosso tempo.

Contudo, como o conhecimento é múltiplo e evolui infinita-` mente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer tudo e, depois do ensino básico, a multidisciplinaridade é um engodo. A especialização, porém, mesmo para futuros pesquisadores, não deve excluir a cultura geral. “Um espírito verdadeiramente formado, hoje em dia, tem necessidade de uma cultura geral vasta e da possibilidade de trabalhar em profundidade determinado número de assuntos. Deve-se, do princípio ao fim do ensino, cultivar, simultaneamente, estas duas tendências” (2)?. A cultura geral, enquanto abertura a outras linguagens e outros conhecimentos permite, antes de tudo, comunicar-se. Fechado na sua própria ciência, o especialista corre o risco de se desinteressar pelo que fazem os outros. Sentirá dificuldade em cooperar, quaisquer que sejam as circunstâncias. Por outro lado, a formação cultural, cimento das sociedades no tempo e no espaço, implica a abertura a outros campos do conhecimento e, deste modo, podem operar-se fecundas sinergias entre as disciplinas. Especialmente em matéria de pesquisa, determinados avanços do conhecimento dão-se nos pontos de interseção das diversas áreas disciplinares.

Aprender para conhecer supõe, antes tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Desde a infância, sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas. A sucessão muito rápida de informações mediatizadas, o zapping” tão frequente, prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento da apreensão. Esta aprendizagem da atenção pode revestir formas diversas e tirar partido de várias ocasiões da vida (jogos, estágios em empresas, viagens, trabalhos práticos de ciências...).

Por outro lado, o exercício da memória é um antídoto necessário contra a submersão pelas informações instantâneas difundidas pelos meios de comunicação social. Seria perigoso imaginar que a memória pode vir a tornar-se inútil, devido à enorme capacidade de armazenamento e difusão das informações de que dispomos daqui em diante. É preciso ser, sem dúvida, seletivo na escolha dos dados a aprender "de cor" mas, propriamente, a faculdade humana de memorização associativa, que não é redutível a um automatismo, deve ser cultivada cuidadosamente. Todos os especialistas concordam em que a memória deve ser treinada desde a infância, e que é errado suprimir da prática escolar certos exercícios tradicionais, considerados como fastidiosos.

Finalmente, o exercício do pensamento ao qual a criança é iniciada, em primeiro lugar, pelos pais e depois pelos professores, deve comportar avanços e recuos entre o concreto e o abstrato. Também se devem combinar, tanto no ensino como na pesquisa, dois métodos apresentados, muitas vezes, como antagônicos: o método dedutivo por um lado e o indutivo por outro. De acordo com as disciplinas ensinadas, um pode ser mais pertinente do que outro, mas na maior parte das vezes o encadeamento do pensamento necessita da combinação dos dois.

O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. Neste sentido, liga-se cada vez mais à experiência do trabalho, à medida que este se torna menos rotineiro. A educação primária pode ser considerada bem-sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele.

Aprender a fazer
Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução? É a esta última questão que a Comissão tentará dar resposta mais particularmente.

Convém distinguir, a este propósito, o caso das economias industriais onde domina o trabalho assalariado do das outras economias onde domina, ainda em grande escala, o trabalho in- dependente ou informal. De fato, nas sociedades assalariadas que- se desenvolveram ao longo do século XX, a partir do modelo industrial, a substituição do trabalho humano pelas máquinas tornou-o cada vez mais imaterial e acentuou o caráter cognitivo das tarefas, mesmo na indústria, assim como a importância dos serviços na atividade econômica. O futuro destas economias de- pende, aliás, da sua capacidade de transformar o progresso dos conhecimentos em inovações geradoras de novas empresas e de novos empregos. Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico de alguma coisa. Como consequência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar.

Da noção de qualificação à noção de competência
Na indústria especialmente para os operadores e os técnicos, o domínio do cognitivo e do informativo nos sistemas de produção, torna um pouco obsoleta a noção de qualificação profissional e leva a que se dê muita importância à competência pessoal, O progresso técnico modifica, inevitavelmente, as qualificações exigi- das pelos novos processos de produção. As tarefas puramente 

físicas são substituídas por tarefas de produção mais intelectuais, mais mentais, como o comando de máquinas, a sua manutenção e vigilância, ou por tarefas de concepção, de estudo, de organização à medida que as máquinas se tornam, também, mais “inteligentes" e que o trabalho se "desmaterializa”.
Este aumento de exigências em matéria de qualificação, em todos os níveis, tem várias origens. No que diz respeito ao pessoal de execução a justa posição de trabalhos prescritos e parcelados deu lugar à organização em "coletivos de trabalho" ou "grupos de projeto", a exemplo do que se faz nas empresas japonesas: uma espécie de taylorismo ao contrário. Por outro lado, à indiferenciação entre trabalhadores sucede a personalização das tarefas. Os em- pregadores substituem, cada vez mais, a exigência de uma qualificação ainda muito ligada, a seu ver, à ideia de competência material, pela exigência de uma competência que se apresenta como uma espécie de coquetel individual, combinando a qualificação, em sentido estrito, adquirida pela formação técnica e profissional, o comportamento social, a aptidão para o trabalho em equipe, a capacidade de iniciativa, o gosto pelo risco.

Se juntarmos a estas novas exigências a busca de um com- promisso pessoal do trabalhador, considerado como agente de mudança, torna-se evidente que as qualidades muito subjetivas, inatas ou adquiridas, muitas vezes denominadas "saber-ser” pelos dirigentes empresariais, se juntam ao saber e ao saber-fazer para compor a competência exigida o que mostra bem a ligação que a educação deve manter, como aliás sublinhou a Comissão, entre os diversos aspectos da aprendizagem. Qualidades como a capa- cidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos, tornam-se cada vez mais importantes. E esta tendência torna-se ainda mais forte, devido ao desenvolvimento do setor de serviços.

A “desmaterialização" do trabalho e a importância dos serviços entre as atividades assalariadas "}

As consequências sobre a aprendizagem da “desmaterialização' das economias avançadas são particularmente impressionantes se se observar a evolução quantitativa e qualitativa dos serviços. Este setor, muito diversificado, define-se sobretudo pela negativa, não são nem industriais nem agrícolas e que, apesar da sua diversidade, têm em comum o fato de não produzirem um bem material.

Muitos serviços definem-se, sobretudo, em função da relação interpessoal a que dão origem. Podem encontrar-se exemplos disso tanto no setor mercantil que prolifera, alimentando-se da complexidade crescente das economias (especialidades muito variadas, serviços de acompanhamento e de aconselhamento tecnológico, serviços financeiros, contabilísticos ou de gestão), como no setor não comercial mais tradicional (serviços sociais, ensino, saúde etc.). Em ambos os casos, as atividades de informação e comunicação são primordiais; dá-se prioridade à coleta e tratamento personalizado de informações específicas para determinado projeto. Neste tipo de serviços, a qualidade da relação entre prestador e usuário depende, também muito, deste último. Compreende-se, pois, que o trabalho em questão já não possa ser feito da mesma maneira que quando se trata de trabalhar a terra ou de fabricar um tecido. A relação com a matéria e a técnica deve ser completada com a aptidão para as relações interpessoais. O desenvolvimento dos serviços exige, pois, cultivar qualidades humanas que as formações tradicionais não transmitem, necessariamente e que correspondem à capacidade de estabelecer relações estáveis e eficazes entre as pessoas.

Finalmente, é provável que nas organizações ultratecnicistas do futuro os déficits relacionais possam criar graves disfunções exigindo qualificações de novo tipo, com base mais comportamental do que intelectual. O que pode ser uma oportunidade para os não diplomados, ou com deficiente preparação em nível superior. A intuição, o jeito, a capacidade de julgar, a capacidade de manter unida uma equipe não são de fato qualidades, necessariamente, reservadas a pessoas com altos estudos. Como e onde ensinar estas qualidades mais ou menos inatas? Não se podem deduzir simplesmente os conteúdos de formação, das capacidades ou aptidões requeridas. O mesmo problema põe-se, também, quanto à formação profissional, nos países em desenvolvimento.

O trabalho na economia informal
Nas economias em desenvolvimento, onde a atividade assalariada não é dominante, a natureza do trabalho é muito diferente. Em muitos países da África subsaariana e em alguns países da América Latina e da Ásia, efetivamente, só uma pequena parte da população tem emprego e recebe salário, pois a grande maioria participa na economia tradicional de subsistência. Não existe, rigorosamente falando, referencial de emprego; as competências são, muitas vezes, de tipo tradicional. Por outro lado, a aprendizagem não se destina, apenas, a um só trabalho mas tem como objetivo mais amplo preparar para uma participação formal ou informal no desenvolvimento. Trata-se, frequentemente, mais de uma qualificação social do que de uma qualificação profissional.

Noutros países em desenvolvimento existe, ao lado da agricultura e de um reduzido setor formal, um setor de economia ao mesmo tempo moderno e informal, por vezes bastante dinâmico, à base de artesanato, de comércio e de finanças que revela a existência de uma capacidade empreendedora bem adaptada às condições locais.

Em ambos os casos, após numerosas pesquisas levadas a cabo em países em desenvolvimento, apercebemo-nos que encaram o futuro como estando estreitamente ligado à aquisição da cultura científica que lhes dará acesso à tecnologia moderna, sem negligenciar com isso as capacidades específicas de inovação e criação ligadas ao contexto local.

Existe uma questão comum aos países desenvolvidos e em desenvolvimento: como aprender a comportar-se, eficazmente, numa situação de incerteza, como participar na criação do futuro?

Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros
Sem dúvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da educação. O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança posta por alguns no progresso da humanidade. A história humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que acentuam o perigo e, especialmente, o extraordinário potencial de autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX. A opinião pública, através dos meios de comunicação social, torna-se observadora impotente e até refém dos que criam ou mantêm os conflitos. Até agora, a educação não pôde fazer grande coisa para modificar esta situação real. Poderemos conceber uma educação capaz de evitar os conflitos, ou de os resolver de maneira pacífica, desenvolvendo o conheci- mento dos outros, das suas culturas, da sua espiritualidade?

É de louvar a ideia de ensinar a não-violência na escola, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflitos. A tarefa é árdua porque, muito naturalmente, os seres humanos têm tendência a supervalorizar as suas qualidades e as do grupo a que pertencem, e a alimentar preconceitos desfavoráveis em relação aos outros. Por outro lado, o clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional, tem tendência de dar prioridade ao espírito de competição e ao sucesso individual. De fato, esta competição resulta, atualmente, numa guerra econômica implacável e numa tensão entre os mais favorecidos e os pobres, que divide as nações do mundo e exacerba as rivalidades históricas. É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da ideia de emulação.

Que fazer para melhorar a situação? A experiência prova que, para reduzir o risco, não basta pôr em contato e em comunicação membros de grupos diferentes (através de escolas comuns a várias etnias ou religiões, por exemplo). Se, no seu espaço comum, estes diferentes grupos já entram em competição ou se o seu estatuto é desigual, um contato deste gênero pode, pelo contrário, agravar ainda mais as tensões latentes e degenerar em conflitos. Pelo contrário, se este contato se fizer num contexto igualitário, e se existirem objetivos e projetos comuns, os preconceitos e a hostilidade latente podem desaparecer e dar lugar a uma cooperação mais serena e até à amizade.

Parece, pois, que a educação deve utilizar duas vias complementares. Num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo de toda a vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes.

A descoberta do outro
A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta. Desde tenra idade a escola deve, pois, aproveitar todas as ocasiões para esta dupla aprendizagem. Algumas disciplinas estão mais adaptadas a este fim, em particular a geografia humana a partir do ensino básico e as línguas e literaturas estrangeiras mais tarde.

Passando à descoberta do outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela escola, deve antes de mais ajudá-los a descobrir-se a si mesmos. Só então poderão, verdadeiramente, pôr-se no lugar dos outros e compreender as suas reações. Desenvolver esta atitude de empatia, na escola, é muito útil para os comportamentos sociais ao longo de toda a vida. Ensinando, por exemplo, aos jovens a adotar a perspectiva de outros grupos étnicos ou religiosos podem-se evitar incompreensões geradoras de ódio e violência entre os adultos. Assim, o ensino da história das religiões ou dos costumes pode servir de referência útil para futuros comportamentos (3).

Por fim, os métodos de ensino não devem ir contra este reconhecimento do outro. Os professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o espírito crítico dos seus alunos, em vez de os desenvolver, podem ser mais prejudiciais do que úteis. Esquecendo que funcionam como modelos, com esta sua atitude arriscam-se a enfraquecer por toda a vida nos alunos a capacidade de abertura à alteridade e de enfrentar as inevitáveis tensões entre pessoas, grupos e nações. O confronto através do diálogo e da troca de argumentos é um dos instrumentos indispensáveis à educação do século XXI.

Tender para objetivos comuns
Quando se trabalha em conjunto sobre projetos motivadores e fora do habitual, as diferenças e até os conflitos interindividuais tendem a reduzir-se, chegando a desaparecer em alguns casos. Uma nova forma de identificação nasce destes projetos que fazem com que se ultrapassem as rotinas individuais, que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças. Graças à prática do desporto, por exemplo, quantas tensões entre classes sociais ou nacionalidades se transformaram, afinal, em solidariedade através da experiência e do prazer do esforço comum! E no setor laboral quantas realizações teriam chegado a bom termo se os conflitos habituais em organizações hierarquizadas tivessem sido transcendidos por um projeto comum!

A educação formal deve, pois, reservar tempo e ocasiões suficientes em seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, logo desde a infância, no campo das atividades desportivas e culturais, evidentemente, mas também estimulando a sua participação em atividades sociais: renovação de bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, ações humanitárias, serviços de solidariedade entre gerações... As outras organizações educativas e associações devem, neste campo, continuar o trabalho iniciado pela escola. Por outro lado, na prática letiva diária, a participação de professores e alunos em projetos comuns pode dar origem à aprendizagem de métodos de resolução de conflitos e constituir uma referência para a vida futura dos alunos, enriquecendo a relação professor/aluno.

Aprender a ser
Desde a sua primeira reunião, a Comissão reafirmou, energicamente, um princípio fundamental: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo o ser humano deve ser preparado, especial- mente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.

O relatório Aprender a ser (1972) exprimia, no preâmbulo, o temor da desumanização do mundo relacionada com a evolução técnica (4). A evolução das sociedades desde então e, sobretudo, o  enorme desenvolvimento do poder mediático veio acentuar este temor e tornar mais legítima ainda a injunção que lhe serve de fundamento. É possível que no século XXI estes fenômenos adquiram ainda mais amplitude. Mais do que preparar as crianças para uma dada sociedade, o problema será, então, fornecer-lhes constante- mente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportar-se nele como atores responsáveis e justos. Mais do que nunca a educação parece ter, como papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino.

Este imperativo não é apenas de natureza individualista: a experiência recente mostra que o que poderia aparecer, somente, como uma forma de defesa do indivíduo perante um sistema alienante ou tido como hostil, é também, por vezes, a melhor -oportunidade de progresso para as sociedades. A diversidade das personalidades, a autonomia e o espírito de iniciativa, até mesmo o gosto pela provocação, são os suportes da criatividade e da inovação. Para reduzir a violência ou lutar contra os diferentes flagelos que afetam a sociedade os métodos inéditos retirados de experiências no terreno já deram prova da sua eficácia.

Num mundo em mudança, de que um dos principais motores parece ser a inovação tanto social como econômica, deve ser dada importância especial à imaginação e à criatividade; claras manifestações da liberdade humana elas podem vir a ser ameaçadas por uma certa estandardização dos comportamentos individuais. O século XXI necessita desta diversidade de talentos e de personalidades, mais ainda de pessoas excepcionais, igualmente essenciais em qualquer civilização. Convém, pois, oferecer às crianças e aos jovens todas as ocasiões possíveis de descoberta e de experimentação ---- estética, artística, desportiva, científica, cultural e social —, que venham completar a apresentação atraente daquilo que, nestes domínios, foram capazes de criar as gerações que os precederam ou suas contemporâneas. Na escola, a arte e a poesia deveriam ocupar um lugar mais importante do que aquele que lhes é concedido, em muitos países, por um ensino tornado mais utilitarista do que cultural. A preocupação em desenvolver a imaginação e a criatividade deveria, também, revalorizar a cultura oral e os conhecimentos retirados da experiência da criança ou do adulto.

Assim a Comissão adere plenamente ao postulado do relatório Aprender a ser: “O desenvolvimento tem por objeto a realização completa do homem, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expressões e dos seus compromissos: indivíduo, membro de uma família e de uma coletividade, cidadão e produtor, inventor de técnicas e criador de sonhos" (5). Este desenvolvimento do ser humano, que se desenrola desde o nascimento até à morte, é um processo dialético que começa pelo conhecimento de si mesmo para se abrir, em seguida, à relação com o outro. Neste sentido, a educação é antes de mais nada uma viagem interior, cujas etapas correspondem às da maturação contínua da personalidade. Na hipótese de uma experiência profissional de sucesso, a educação como meio para uma tal realização é, ao mesmo tempo, um processo individualizado e uma construção social interativa.

É escusado dizer que os quatro pilares da educação, acabados de descrever, não se apoiam, exclusivamente, numa fase da vida ou num único lugar. Como se verá no capítulo seguinte, os tempos e as áreas da educação devem ser repensados, completar-se e interpenetrar-se de maneira a que cada pessoa, ao longo de toda a sua vida, possa tirar o melhor partido de um ambiente educativo em constante ampliação.

Pistas e recomendações
  •  A educação ao longo de toda a vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.
  • Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, sufi- cientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
  • Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
  • Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências comuns e preparar-se para gerir conflitos realizar projetos no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
  • Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.
  • Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto em nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas.
(1) Relatório da terceira sessão da Comissão, Paris, 12-15 de janeiro de 1994.
(2) Conforme Laurent Schwartz: “L'enseignement scientifique” in Instituto de França. Réflexions sur l'enseignement, Paris, Flammarion, 1993.
(3). Carnegie Corporation of New York. Education for Conflict Resolution (Retirado de Annual Report 1994 por David A. Hamburg, presidente da Carnegie Corporation of New York).
(4). Risco de alienação da personalidade patente nas formas obsessivas de propaganda e publicidade, no conformismo dos comportamentos que podem ser impostos do exterior, em detrimento das necessidades autênticas e da identidade intelectual e afetiva de cada um.
Risco de expulsão pelas máquinas, do mundo do trabalho, no qual a pessoa pelo menos tinha a impressão de se mover livremente e de decidir por si própria”. (FAURE, Edgar e outros, Apprendre à être. Relatório da Comissão Internacional sobre o Desenvolvimento da Educação UNESCO. Paris, Fayard, 1972.)
(5) 5. Op. cit., p. XVI.

Referência: 
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez,  Brasília, DF: MEC/UNESCO, 2003. capítulo 4.

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