quarta-feira, 30 de junho de 2021

Realismo: Madame Bovary – Gustave Flaubert

 Resumo do Livro:

Madame Bovary conta a história de Emma, uma moça criada no campo, mas com sonhos burgueses. Inspirada pelo que lê nos livros, Emma quer uma vida melhor, cheia de mimos e coisas que só os ricos podem comprar. Pensando que poderá alcançar o que tanto quer, Emma casa com Charles Bovary, um médico também do interior. Charles ama Emma apaixonadamente, mas por ignorância, não dá valor as coisas que Emma dá, não vê a beleza como Emma vê e é, na visão própria, extremamente entediante. Tentando suprir essa falta que o sonho de uma vida melhor faz, Emma procura em outros homens o alicerce para os seus desejos.

No início do livro, logo depois que Emma casa com Charles, que é quando sabemos da sua urgência pela aventura e pelo que é diferente, requintado e belo, ficamos com pena de Emma. Acho que ela é o reflexo de muitas mulheres, inclusive modernas, que são presas ou pela família ou pelo marido ou pela sociedade e não podem vivenciar suas paixões. Acontece que, durante a leitura, à medida que Emma se torna mais difícil de ser agradada, apesar das tentativas constantes do marido e dos amantes, Emma se torna chata. Dá vontade de esganar Madame Bovary! E no final do livro, a gente quer mais é que  o Senhor Bovary mande a Madame pastar! Ô, criatura difícil de agradar!

Gustave Flaubert escreveu Madame Bovary primorosamente e maravilhosamente bem. Já que o livro tem poucos diálogos, grande parte dos acontecimentos são totalmente narrados, mais isso não o torna um livro entediante. Flaubert não abusa das descrições (Não chega nem perto de um Eça de Queiroz) e a narrativa flui. Dá para imaginar tudo dentro da cabeça. Há livros que tem poucas descrições dos personagens e do cenário, daí fica difícil imaginar como o autor os imaginou quando os escreveu. Com Madame Bovary é possível imaginar cada expressão de Emma e cada atitude de Charles e todo o ambiente onde a história se desenrola.

Madame Bovary foi escrito em 1857 e foi considerado um escândalo na época. Imaginem! Sem falar no adultério de Emma, um escândalo para a época, o livro critica muito a igreja e a burguesia. Flaubert foi a julgamento diversas vezes pelo romance e em uma de suas defesas, declarou “Emma Bovary c’est moi!” (Eu sou Emma Bovary!), falando assim da sua própria indignação com o clero, a sociedade e as coisas mundanas. Apesar das acusações, Flaubert nunca foi preso.

Como já sabemos, algumas das características do realismo são os sentimentos, sobretudo o amor, subordinados aos interesses sociais e o herói problemático, cheio de fraquezas. Se levarmos em conta o título da obra acima, Emma Bovary seria a “heroína”. No entanto, a narrativa começa e termina com o estúpido Charles Bovary e, nela, desempenham um papel importante na trama, o estúpido dom-juanismo de Rodolphe, a estúpida paixão de Léon, a estupidez do padre farisaico Bournisien e todo esse pequeno ambiente de província, que não deixa saída para Emma nem para ninguém. Otto Maria Carpeaux, em seu ensaio sobre a obra, comenta com grande ênfase: “O verdadeiro personagem desse romance é a estupidez humana”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Novidade!

Prova de estudos independentes do sétimo ano - com GABARITO

Questão 01 Leia este texto sobre a importância da atividade física para as crianças. Em seguida, relacione as palavras sublinhadas. A im...